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Hackerativismo: como pessoas comuns estão tomando as rédeas da política

Termos como Câmara de Vereadores, instauração de medidas provisórias, votação no Senado, criação de projetos de lei e Impeachment parecem muito distantes de nós, não é mesmo? Com isso, todo aquele sentimento de mudança e revolta acabam ficando reclusos em nossos pensamentos e, no máximo, em textões no Facebook. Para o senso comum, o único caminho efetivo para ocasionar transformações políticas é longo e penoso: se filiar à um partido, se candidatar a um cargo político (começando com aqueles de menor relevância no cenário nacional), ganhar eleições para, então, exercer a política.

Mas esse sistema tradicional e burocrático foi hackeado. A internet possibilitou a criação de diversas redes hackerativistas que fazem o cidadão se relacionar diretamente com a política através da educação, discussão e implementação de alternativas práticas nos governos.

Entendendo o hackerativismo.

Um dos principais – se não o principal – fator que distancia as pessoas da política é a falta de informação e acesso a dados oficiais. Mesmo com a criação da lei de acesso à informação (nº 12.527/2011), em vigor desde maio de 2012, muitos dados ainda são velados e, na maioria das vezes, trazem uma linguagem jurídica que não pode ser compreendida por todo mundo. É a partir disso que surgem alguns grupos dispostos a mudar a forma que enxergamos as discussões políticas.

“… através de sofisticados protocolos de encriptação de dados, alguns grupos conseguem navegar na internet sem serem detectados pelos mecanismos de controle existentes na rede. Mais ainda: através dessas formas de navegação, esses grupos conseguem acesso a informações que, de outra maneira, são invisíveis aos usuários comuns”. (Danilo Spinola Caruso, professor do IFRJ).

Essa é a filosofia hacker aplicada à participação política. O termo “hacker” foi criado em 1960 por um grupo de estudantes do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que acabaram iniciando um grande movimento. Esse grupo, entusiasmado com seu trabalho, compartilhava conhecimento técnico e científico de modo aberto, indo contra a ética do trabalho industrial descrita por Max Weber, até então predominante no cenário econômico.

Os primeiros hackers do MIT criaram um novo sentido de trabalho para a Era da Informação, em que cada avanço é compartilhado abertamente com o intuito de gerar novas descobertas e melhorar as pesquisas de forma colaborativa. Dentro das atividades hackers, existem diversas subdivisões específicas que se enquadram em três macro-classificações: white hat, que são os “hackers éticos”, os  black hat, que normalmente cometem crimes de segurança como roubo de senhas e dados bancários e os gray hat, que ficam entre os dois primeiros.

Para entender melhor as subdivisões e a diferença entre elas, ouça o podcast Hackers, Crackers e Dieckmans do Jovem Nerd.

Os precursores do hackerativismo na política.

1) Wikileaks

O Wikeleaks surgiu em 2006, como uma organização que combina tecnologia e jornalismo. O principal objetivo do site era a divulgação de documentos secretos de empresas e governos para democratizar informações que seriam escondidas da população. The New York Times, Le Monde, El País, Der Spiegel e The Guardian são alguns dos jornais que tem a organização como parceira na apuração de informações e construção de banco de dados.

Entre os vazamentos feitos pelo Wikileaks destacam-se a exposição de diversos documentos e telegramas secretos estadunidenses que comprovam a morte de milhares de civis na guerra do Afeganistão em 2007 e a coleção de 391.832 relatórios, também do exército americano, sobre a Guerra do Iraque, que vão de 1º de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2009.

Em 2011, o Wikileaks foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pelo parlamentar norueguês Snorre Valen.

“O Wikileaks é uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e transparência ao divulgar informações sobre corrupção, violação dos direitos humanos e crimes de guerra”.

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, é constantemente acusado e perseguido por diversos governos, sob acusações de crimes que variam de espionagem a abuso sexual. Em contrapartida, o australiano tem apoio de grandes líderes mundiais, como Vladimir Putin e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No Brasil, o Wikileaks divulgou em maio de 2016 documentos datados de 2011 com declarações do atual presidente do Brasil, Michel Temer. O presidente teria afirmado que o desempenho do então presidente Lula era decepcionante, abrindo a possibilidade do PMBD lançar o seu próprio candidato na próxima eleição presidencial (leia os telegramas na íntegra aqui e aqui). Na sequência, a organização tweetou que Temer chegou à presidência com um golpe, gerando novas polêmicas.

2) Anonymous

O Anonymous surgiu em 2004 como um fórum de participação anônima de hierarquia horizontal e apartidário. O primeiro ato do grupo que ganhou repercussão internacional foi a série de protestos contra a Cientologia no ano de 2008. Após o vazamento de uma entrevista com o ator Tom Cruise no YouTube, a igreja pediu a retirada do material da internet, alegando violação de direitos autorais. Em resposta, o Anonymous organizou uma série de ataques contra sites da religião, trotes e protestos em centros de reuniões dos fiéis com o objetivo de revidar e bloquear essa tentativa de censura.

Outra ação foi a Occupy Nigéria, que aconteceu junto aos grupos Naija Cyber Hacktivists of Nigeria e Frente Popular de Libertação, garantindo o reajuste do preço da tarifa do transporte público, após um aumento desenfreado no valor do combustível por conta da retirada do subsídio governamental.

No Brasil, além da Revolta do Vinagre (que também aconteceu devido ao aumento do valor da passagem do transporte, em 2013), o Anonymous atuou durante a Copa do Mundo de 2014 trazendo à tona reivindicações sociais e expondo ao mundo injustiças cometidas pela organização do evento, buscando atrelar essas problemáticas às grandes corporações que patrocinavam a competição.

“Somos uma ideia de mudança, um desejo de renovação. Somos uma ideia de um mundo onde corrupção não exista, onde a liberdade de expressão não seja apenas uma promessa e onde as pessoas não tenham que morrer lutando por seus direitos. Oficialmente não existimos e não queremos existir oficialmente. Nós não seguimos partidos políticos, orientações religiosas, interesses econômicos, nem ideologias de quaisquer espécies. O Anonymous não tem líderes, porque nós não podemos ser representados ou liderados, porque isto é o que somos: uma ideia”.

Como participar ativamente da política?

Inseridos nesse contexto hackertivista, diversos outros grupos, institutos e ONGs surgiram com o intuito de possibilitar uma participação ativa da população na política. Durante o Aldeia Summit, a conferência sobre realização, talento e coragem que rolou aqui na Aldeia, duas alternativas acessíveis e efetivas para essa participação foram discutidas: o Instituto Atuação e o Code for Brazil.

O Instituto Atuação é uma organização apartidária, sem fins lucrativos e com enfoque em pesquisa, estratégia e articulação. A ideia é transformar o Brasil em uma democracia plena, com base na participação política, transparência pública e cultura democrática.

O último índice de democracia da The Economist Intelligence Unit (cujos princípios norteiam o trabalho do Instituto Atuação) mostra que a democracia brasileira vai de mal a pior. Entre 2013 e 2015, o Brasil ocupava a 44ª posição do hanking e, em 2015, caiu para a 51ª, apresentando a sua pior participação nos dez anos em que o estudo é realizado. Com o título A Democracia em Tempos de Ansiedade, as métricas utilizadas para a composição desse índice são: liberdades civis, processo eleitoral e pluralismo, funcionalidade governamental, cultura política e participação política.

Para melhorar essa colocação, o Instituto Atuação (que fica na cidade de Curitiba) promove eventos, estudos e projetos abertos a qualquer cidadão interessado em participar ativamente da política.

Já o Code for Brazil é uma comunidade com foco em tecnologia, que promove um ecossistema de inovação cívica para melhorar a qualidade de vida nacional. Inspirado no Code for America, o segmento brasileiro segue as mesmas premissas, embasadas na política do século 21:

Começar com as necessidades das pessoas:

Comece projetos através de pesquisas com pessoas. Isso permite que você entenda, de fato, quem elas são e quais são as suas necessidades reais, o que elas precisam e como se comportam. Faça testes contínuos com os usuários e aperfeiçoe a política a partir da experiência e relatos pessoais.

Garantir que todos possam participar:

Crie alternativas que envolvam todos os membros da comunidade de forma produtiva. Para isso, use linguagens simples e diferentes tipos de canais para alcançar as pessoas onde elas estiverem.

Começar pequeno e melhorar continuamente:

Quando você estiver construindo ou comprando tecnologia para o governo, disponibilize um Produto Mínimo Viável (MVP) nas mãos das pessoas o mais cedo possível. Além disso, faça testes frequentes com usuários e estabeleça melhorias com base nesse feedback.

Usar dados em tempo real para tomada de decisões:

Defina métricas-chave para determinar se programas e serviços estão atingindo objetivos previstos. A partir dessas métricas, analise os dados para obter insights que conduzirão ações focadas na melhoria dos resultados gerais da comunidade.

Ter a abertura como padrão:

Trabalhe sempre de forma aberta, publique dados e pesquisas na internet, tendo como foco a colaboração no desenvolvimento de projetos.

Construir o time certo:

Invista sempre em pessoas que valorizam o papel do ambiente digital em todos os níveis da organização. Aumente as competências digitais da sua equipe e contrate profissionais de tecnologia, possibilitando a construção de equipes multidisciplinares focadas na entrega.

Tome decisões tecnológicas embasadas:

Compreenda como, quando e onde construir, comprar ou usar a tecnologia existente com o intuito de executar operações eficientes e eficazes e entregar serviços online que realmente atendam às necessidades das pessoas.

O Code for Brazil desenvolve eventos e projetos como o aplicativo Vizin, uma alternativa para promover a segurança dos bairros. Funciona assim: uma rede colaborativa é construída com base na geolocalização das pessoas, que podem criar alertas de insegurança e ajudar outras pessoas que moram ou transitam por aquelas regiões.

Outro projeto da comunidade é a ferramenta interativa LegisCon, que promove a vigilância do congresso nacional pelos cidadãos. O aplicativo ainda está em fase demo, mas já oferece um resumo acessível dos projetos de leis, com anexos dos textos na íntegra, apresentando informações breves de cada congressista e o status dos projetos. O LegisCon ainda possibilita a votação da lei pelo usuário e promove uma área de debate sobre cada proposta.

E esses são apenas alguns exemplos. Você, como cidadão consciente que quer provocar mudanças na política e na sociedade, não tem mais desculpas para não se engajar:

Participe de grupos hackerativistas que defendam ideais que você acredita.

Além do Instituto Atuação e do Code of Brazil, existem diversos outras alternativas para se envolver no hackerativismo e alguma delas, certamente, lutará por pautas que você defende.

Crie alternativas hackerativistas.

Se você identificou alguma necessidade específica no seu ambiente escolar, local de trabalho ou comunidade, crie soluções. A internet possibilita a realização de alternativas simples para a realização de projetos em diferentes escalas, de grupos locais nas redes sociais ao desenvolvimento de aplicativos. Encontre parceiros estratégicos e promova mudanças.

Saiba que não é preciso manjar de tecnologia para ser um hacker.

Você pode participar de fóruns, da criação de soluções e do desenvolvimento de ideias alternativas a partir de premissas hackers, mas sem programar uma linha de código. A criatividade, engajamento e rapidez nas ações contam muito.

São alternativas e grupos diferentes, que permitem explorar e participar da cidadania de maneira prática e consciente. Escolha aquela que mais se adequa o seu perfil e mãos à obra.

O que é Design de Experiência e por que você deveria prestar atenção nele

Que o comércio está mudado não é novidade para ninguém. As relações de consumo estão modernas, adaptando-se à Era Tecnológica, e os consumidores têm outros comportamentos e, portanto, outros anseios. Mas, e o que você e o seu negócio tem a ver com isso? Na verdade, tudo! Com este novo cenário, sua marca também precisa reinventar a forma de vender. É aí que entra o design de experiência.

Antes, eram as empresas que dominavam e controlavam o que as pessoas achavam dela, por questões óbvias: a comunicação era uma via de mão única e, para piorar, a internet não existia. Porém, hoje, o cenário é totalmente diferente: pessoas têm tanta voz — se duvidar, até mais voz — do que as marcas e também podem controlar a imagem que vai ser construída delas. Basta ver o aparecimento de sites como o Reclame Aqui, onde os consumidores contam sobre suas experiências negativas com empresas. Agora a opinião das pessoas é tão valiosa quanto as campanhas publicitárias.

Se atualmente as pessoas têm um papel tão importante na construção da reputação dos negócios, a única forma de fazer com que elas espalhem naturalmente quão maravilhosa é sua marca será entregando uma experiência fantástica para elas durante toda a jornada de compra. Ou seja, as empresas vão precisar entender o que é design de experiência e como ele pode ajudar.

Sem um mapa, qualquer destino é o destino

Experiência é um acontecimento único para cada indivíduo. Tem a ver com o conhecimento que a pessoa tem diante de uma situação e, muitas vezes, ocorre antes mesmo de ela ter um contato direto com a marca. Ela pode ser iniciada de diversas formas e a qualquer tempo. Portanto, estudar as etapas da jornada de compra e observar em que momento pode haver uma influência positiva para converter o indivíduo em consumidor e, posteriormente, em cliente, faz parte do conceito de design de experiência.

Mas afinal, o que é Design de Experiência?

O design de experiência é o método baseado em um conjunto de esforços para entender a jornada de consumo e entregar serviços e produtos incríveis.

Talvez o maior desafio no design de experiência seja enumerar pontos a serem entendidos como fios condutores de um projeto na empresa. Ainda que as etapas do design de experiência sejam bem definidas, nem sempre elas acontecem de forma linear, podendo ocorrer em qualquer etapa do projeto. Neste sentido, os princípios propostos por Matt Watkinson, em seu livro 10 Princípios para uma Grande Experiência do Consumidor (ainda inédito no Brasil), servem como um suporte poderoso e capaz de nortear as decisões de um bom projeto de experiência.

Os princípios podem ser utilizados para identificar oportunidades porque são conceitos universais e podem ser aplicados a produtos, serviços e negócios de qualquer tamanho e setor. Como são fáceis de entender, podem complementar qualquer maneira de trabalho existente, tornando-os fáceis de serem implantados.

Os dez princípios do design de experiência e seus desdobramentos

1. Uma grande experiência reflete fortemente a identidade do consumidor

Vivemos em um mundo em que as pessoas “querem” mais do que necessitam. Muitas das necessidades da população economicamente ativa são atendidas em maior ou menor grau, mas o que as motiva a adquirir bens e contratar serviços é a experiência de ter algo que surpreenda. Tudo o que compramos reflete nossos valores, crenças e autoimagem e, consequentemente, nos define em grupos de consumo com “quereres” semelhantes. Vide o exemplo da Harley-Davidson, que consegue imprimir o sentimento de pertencimento de grupo muito forte em seus clientes, transformando-os em fãs.

2. Uma grande experiência do consumidor satisfaz seus maiores objetivos

O núcleo de uma experiência do consumidor é satisfazer um objetivo e identifica-los à partir do entendimento empático do consumidor.

Por exemplo: quando vamos a um estabelecimento e identificamos que existe wi-fi gratuito, queremos simplesmente nos conectar e pronto. O que normalmente acontece é que, antes disso, temos que dar várias informações pessoais. É frustrante e, por vezes, acabamos desistindo. Quando existem estabelecimentos que entendem essa necessidade e facilitam o processo, a experiência acontece de forma agradável e a tendência é retornarmos ao lugar.

Todos temos questões superficiais e outras mais profundas, e elas são sempre os motivadores mais poderosos de nosso comportamento. Olhar para as metas é mais útil do que olhar para as tarefas, porque eles nos dão um entendimento do que o consumidor quer.

3. Uma grande experiência do consumidor é planejada nos mínimos detalhes

“Um bom design é planejado até o último detalhe. Nada deve ser arbitrário ou deixado de lado. Cuidado e precisão no processo de design mostra respeito ao consumidor.” (DIETER RAMS apud WATKINSON, 2013, p.75)

Cuidar dos detalhes da experiência demonstra que uma marca se importa com o consumidor e, se cada detalhe for certo, a experiência como um todo será certa — muitos pequenos ganhos criam um grande ganho.

Dividir a experiência em passos e etapas revela os detalhes e faz com que o planejamento se torne factível e sem grandes esforços. Existem diversas ferramentas e técnicas que podem facilitar na hora de mapear a jornada do consumidor ao estar em contato com o negócio. Por exemplo, quando a Apple estava projetando a embalagem de seu inédito smartphone, a intenção era de que o consumidor abrisse e reconhecesse sua aquisição como uma joia. Então, foram analisadas diversas embalagens, formas de apresentação e maneiras de abertura até que a experiência fosse replicada e percebida. Tanto atingiram o objetivo que, além de serem copiados, conseguiram que alguns clientes mantivessem as embalagens mesmo para revender o produto após anos de uso.

4. Uma grande experiência do consumidor cria e atende às expectativas

Expectativas são fundamentais para o funcionamento do nosso cérebro. As dopaminas presentes em nossos neurônios disparam emoções baseadas em predições. Desde que nossas memórias de experiências anteriores sejam usadas como parâmetros para as expectativas do futuro, as memórias que temos de uma experiência do consumidor são cruciais. Para prover uma grande experiência, precisamos vê-la como uma única e longa jornada, um processo contínuo sobre montar e atender às expectativas.

5. Uma grande experiência do consumidor acontece sem esforço

Nós sempre queremos fazer mais coisas com menos esforço e, para reduzi-lo, considere três parâmetros: tempo na tarefa, conveniência e simplicidade. Reduza o esforço requerido quando criar decisões, limitando as escolhas para um número gerenciável. A Motorola, ao lançar o seu novo smartphone e tentar diferenciá-lo da concorrência, disponibilizou uma ferramenta para que o consumidor pudesse mudar alguns parâmetros na aparência, tanto do produto quanto de alguns acessórios, enfatizando a sensação de que ele o produziu o próprio modelo.

6. Uma grande experiência do consumidor é livre de estresse

A relação entre erros e estresse é reforçada. Por exemplo: o estresse pode levar ao erro, assim como o erro pode levar ao estresse. Identificar falhas e saber como preveni-las – ou, se não puder evita-las, saber agir para resolvê-las – ajuda a manter a confiança na relação com o consumidor. Pense o design para o erro: deixe o consumidor desfazer seus erros.

7. Uma grande experiência do consumidor provoca os nossos sentidos

Todo produto ou serviço é fundamentalmente uma experiência sensorial. Então, a maneira como nossos sentidos são estimulados devem sempre ter um fim em mente, e nunca serem arbitrários ou deixados de lado. Todos sentidos devem ser considerados, afinal, experiências são de natureza multissensoriais.

O Starbucks, ao redesenhar suas lojas, teve em mente uma experiência acolhedora, como se os clientes estivessem na própria sala de estar, convidando-os a permanecer mais tempo e até chamando os amigos para também partilhar do mesmo espaço. Desde chamar o cliente pelo nome, passando por confortáveis sofás e até a possibilidade de passar o próprio café́: tudo foi planejado para estimular os sentidos.

8. Uma grande experiência do consumidor mobiliza sociabilidades

Equipes de atendimento são a personificação do negócio e um recurso precioso. Seus empregados são uma fonte potencialmente poderosa de diferenciação, portanto, coloque o conhecimento deles e as personalidades em uso. Lembre-se que todos os empregados, ainda que não tenham formação em Marketing, trabalham para ele. Você sabe o que eles estão dizendo sobre o seu negócio? Trate os problemas como oportunidades para mostrar faro, comprometimento e cuidado. Não faça apenas o mínimo necessário.

9. Uma grande experiência do consumidor o coloca no controle

Consumidores não querem apenas atingir objetivos, eles querem realizar suas tarefas do seu próprio jeito. Para criar a melhor experiência possível, temos que ter a certeza de que o consumidor se sinta no controle em cada etapa da jornada.

10. Uma grande experiência do consumidor envolve nossas emoções

A maneira como um produto, marca ou serviço nos faz sentir é crítico para o seu sucesso. Emoções podem ter “tendências de ação” específicas para encorajar (ou desencorajar) um determinado comportamento. Ter um estado emocional-alvo para cada estágio de uma experiência do consumidor permite um objetivo de trabalho que traz empatia e foco para o processo de design de experiência.

Prepare-se para aplicar o Design de Experiência na prática

No Curso de Design de Experiência da Aldeia, os alunos aprendem o que é design de experiência e quais os principais fundamentos por trás de um projeto que transforma clientes em fãs. Estudamos todo o processo de experiência do consumidor e testamos isso na prática, desde Design Thinking, passando pelo entendimento comportamental e a estimulação dos sentidos até o trabalho com ferramentas de prototipação.

Sobre poder, (des)poder e como usá-lo sem ser um panaca

No dicionário, poder é o domínio exercido sobre algo. Para os místicos, poder é a influência das forças energéticas. Podemos falar sobre este tema sob diversas perspectivas. Mas e o poder dentro do universo do empreendedorismo, da realização? Aquele poder de ter em mente uma necessidade das pessoas e sintonizá-las com os propósitos de uma empresa?

Para começar, quem é que não gostaria de ter poder? Se pararmos para pensar, nossa vida é quase completamente norteada em busca de poder. Não acredita? No colégio, adolescentes fazem de tudo para ser parte do grupo e, ainda, ter poder; numa empresa, profissionais puxam o tapete dos colegas para conquistar o poder; no trânsito, quem tem o melhor e mais robusto carro pensa que tem poder. Exemplos não faltam.

Inevitavelmente, quando pensamos em poder, relacionamos com algo totalmente ruim e destrutivo. De fato, o mito sobre exercer o poder e essa relação negativa acontece em função dos seres tiranos, que abusam e subutilizam o poder. Felizmente, um movimento contrário vem ganhando força: o empoderamento.

Poder versus empoderamento?

“Quem tem poder acredita na capacidade de decidir sobre a vida do outro e, ainda, obriga ou impede”.

O poder aparece como um aspecto inerente a todas as relações, sejam elas econômicas, sociais ou pessoais. Ele ignora a coletividade e, normalmente, quando praticado em níveis distintos, apresenta conflitos de interesses. Para a antropóloga e pesquisadora mexicana Marcela Lagarde, quem tem poder acredita na capacidade de decidir sobre a vida do outro e, ainda, obriga ou impede. Ela também aponta que “quem exerce o poder se arroga o direito ao castigo e a postergar bens materiais e simbólicos. Dessa posição domina, julga, sentencia e perdoa. Ao fazê-lo, acumula e reproduz o poder”.

Na contramão, o empoderamento aparece como um conceito positivo quando se fala em poder. Ele é o mecanismo pelo qual pessoas e grupos minoritários retomam o controle da própria vida e passam a ter consciência das próprias habilidades para tomar decisões e compartilhar responsabilidades.

O (des)poder nas empresas

poder aldeia

Estamos vivendo uma forma antiquada de fazer negócios. As pessoas não são tratadas como deveriam e a típica política que impera na maioria das empresas é de centralização do poder e da prática do “goela abaixo”, como aquele exemplo clássico que diferencia o chefe do líder: manda quem pode e obedece quem tem juízo.

“Demora um tempo para as pessoas caírem na realidade de que a gente pode continuar eficiente, competitivo, arrojado, produtivo, mas com sentido no que faz. Fazendo porque quer e não porque alguém mandou”.

Pelo bem geral da nação, em contrapartida, existem pessoas que naturalmente ensinam outras pessoas a conquistar o poder. É o caso do líder mais admirado do Brasil pela revista Você S/A em 2014, Márcio Fernandes. Ele identificou na empresa em que trabalhava, como o (des)poder estava influenciando os maus resultados. “Você não precisa controlar tudo, mas precisa confiar em todos. É difícil? Sim. Porque no começo, você será traído porque as pessoas vivem uma competitividade acirrada. Demora um tempo para as pessoas caírem na realidade de que a gente pode continuar eficiente, competitivo, arrojado, produtivo, mas com sentido no que faz. Fazendo porque quer e não porque alguém mandou”.

E quando perdemos o nosso poder?

Sendo um empreendedor, quando você é o “dono” de uma empresa, em linhas gerais, é a pessoa que detém o poder lá dentro. Mas quando ela começa a crescer, naturalmente você passa a delegar atividades, decisões e, inclusive, seu poder. O primeiro sentimento é de que você está perdendo o controle e, de fato, se você não souber administrar a situação, a coisa pode ficar feia. E quando isso acontece?

Vou citar o exemplo de um empreendedor (pequeno, vocês nem devem conhecer) que, de repente, se viu sem o poder da própria empresa, mas que deu a volta por cima com classe: Steve Jobs. Dez anos depois de ter fundado a Apple com o amigo Steve Wozniak na garagem da casa dos seus pais, Jobs foi demitido da própria empresa por conta de disputas de poder. Enquanto esteve fora da Apple, comprou a Pixar, empresa de computação gráfica, e fundou a NeXT, desenvolvendo um sistema operacional que, mais tarde, foi comprado pela própria Apple. Seu sucesso fora da empresa foi tanto que, em 1997, Jobs voltou para o controle da empresa e a transformou num verdadeiro sucesso.

Como recuperá-lo?

Em alguma esfera da vida, nós temos poder. Em algum dos nossos círculos sociais, nós temos poder. Em algum momento da nossa carreira, nós temos o poder. Logo, se temos o poder, podemos também perdê-lo. E quando isso acontece? Não existe receita e, muito menos, mágica que possa surgir dessa leitura, mas trago boas reflexões para ajudá-lo a decidir sua ação. Além do exemplo de liderança de Márcio Fernandes e da história de Steve Jobs, tem outros dois conceitos interessantes para você acompanhar: um deles é o modelo conhecido como Círculo Dourado, de Simon Sinek, e o outro é o livro A Vaca Roxa, de Seth Rodin.

 

poder aldeia

 

No Círculo Dourado, Sinek mostra como as pessoas (e também as empresas, mas aqui não vem ao caso) sabem o que fazem e como fazem, mas apenas uma pequena parcela delas sabe o porquê. Justamente estas que alcançam o sucesso e detém o poder, pois estão conscientes daquilo que as move e são capazes de comunicar de forma diferente. São elas que estão no círculo dourado. Na prática, quando você realiza algo que não está alinhado com seu propósito de vida, facilmente perde o poder. Portanto:

Tenha o seu porquê bem definido.

No caso do livro A Vaca Roxa, trata-se de fazer (ser) diferente para, então, ser notado como “poderoso”. Seth conta que durante uma viagem pela Europa, ele ficou deslumbrado com a paisagem e as belas vacas pretas-e-brancas ornando com a paisagem do campo. Depois de algumas horas viajando, ele se deu conta de que mesmo lindas e perfeitas, elas eram todas iguais. Assim somos na vida! Por isso, o autor fala sobre a vaca roxa. Com certeza, ela se destacaria demais na paisagem e, melhor, nem precisaria de muito esforço para ser notada. Portanto:

Para recuperar o poder, seja notável.

Por fim, permita-se perder o poder. Não é tão ruim assim, aliás, este pode ser o gatilho para você conquistar novos poderes. Pense nisso!

Diário de uma empreendedora novata: o fim de um começo (parte 4/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Foi com muito entusiasmo que aceitei o convite da Aldeia para falar sobre o início da minha vida como empreendedora. Em 4 semanas, tentei mostrar para as pessoas que realizar é possível, que as coisas serão difíceis, mas não impossíveis e que ter uma boa rede de contatos faz toda a diferença. Veja só:

>> Diário de uma empreendedora novata: a vida pós demissão (parte 1/4)

>> Diário de uma empreendedora novata: 3 lições importantes (parte 2/4)

>> Diário de uma empreendedora novata: quando é a hora de desacelerar? (parte 3/4)

Hoje, escrevo aqui minha última semana. Fico feliz por ter recebido tantas mensagens de apoio e por ter respondido às dúvidas de quem também precisa de incentivo para mudar. Acredito que experiências são para isso mesmo: serem compartilhadas. Minha história não se resume a estas semanas e tenho certeza de que a sua pode começar agora. Boa leitura e boa sorte!

Ideias novas

Quando você trabalha pra você mesmo e faz aquilo que gosta, é fantástico ver como a sua dedicação aparece com facilidade e é inevitável que novas ideias brotem o tempo todo. Eu comecei meu negócio fazendo aquilo que tenho mais experiência e conhecimento: produzir conteúdo, gerenciar redes sociais e planejar investimentos online.

Isso não quer dizer que novos serviços não possam surgir. Aliás, quanto mais você se conhece e experimenta coisas, mais você deixa sua mente ativa pra novas ideias. Pra mim, a consultoria foi uma fagulha que surgiu lá no começo e que agora ganha uma nova perspectiva e um novo formato de serviço. Acho que consegui identificar uma falha no mercado, algo que poucos profissionais estão atendendo e isso me deixa extremamente motivada! Em breve, vocês vão saber o que vai ser (até porque eu também estou descobrindo isso).

Sempre que tiver uma nova ideia, não tenha medo de expor pras pessoas ao seu redor. Pergunte pra um amigo, um colega, não importa! Tente validar sua ideia com alguém e aceite os comentários e sugestões das pessoas. Depois você filtra isso e utiliza o que for melhor pra você.

Clientes: eles chegaram!

Finalmente minhas sementinhas estão se tornando lindas plantas, fortes e cheias de vida. No começo foi difícil conquistar novos clientes. Gastei bastante energia e esforço, parece que nunca ia fechar com ninguém. Se você se sente assim também, respire fundo e persista! Seja caloroso e compreensível com os clientes que você prospecta e lembre sempre de uma coisa: se você mandou uma proposta hoje, e ele nunca mais te respondeu, não quer dizer muita coisa. De repente, ele só não estava pronto pra assumir um compromisso sério com você agora. Espere com paciência o tempo dele e vá trabalhando em outros projetos, conhecendo novas pessoas e trocando contatos. Uma hora dessas ele bate na sua janela e você o recebe, sorrindo!

“Uma hora você está super animada e vai atrás de muita gente. Outra hora, você chuta pedrinhas na rua, cabisbaixo porque nada de bom acontece. Saiba que isso é totalmente normal”.

Essa coisa de se motivar a buscar novos clientes é realmente muito louco. Uma hora você está super animada e vai atrás de muita gente. Outra hora, você chuta pedrinhas na rua, cabisbaixo porque nada de bom acontece. Saiba que isso é totalmente normal. O importante é você não focar nos problemas e sim nas coisas boas que andam acontecendo com você. Essa é a forma mais rápida que eu conheço dos problemas se tornarem pequenos.

Aproveitando as conversas

Trabalhar sozinho é sempre um desafio. Se você não fizer, não tem quem faça por você! Parece que a rotina vira uma loucura e você não consegue parar pra olhar ao seu redor um minuto. Mas, faça isso! Sério. Saia um pouco, dê um tempo pra cabeça e se alguém puxar assunto com você, mesmo que não seja de trabalho, aceite e aproveite esse momento.

Essa semana eu estava com vários problemas pessoais que estavam me tirando o foco. Chegou uma hora que perdi um pouco a paciência, larguei meu notebook num canto e fui até a cozinha sentar. Uma coworker sentou comigo e começamos a conversar sobre a vida, família e nossos problemas. Percebi que não éramos tão diferentes assim e tínhamos muitas coisas em comum. Resultado? Desabafei, tirei aquele peso que atormentava minha cabeça e pude voltar pras minhas atividades com foco total!

Vale lembrar que somos seres humanos, nossas emoções e sentimentos vivem vindo à tona e pra lidar com eles, fale a respeito.

Organizando a rotina

Lado bom de trabalhar em agência: você tem apenas uma função e tem várias pessoas pra te ajudar. Lado ruim de ter sua empresa: você tem que fazer tudo! Atender clientes, se organizar, produzir, ir em reuniões, ir em eventos, estudar, produzir coisas para a sua empresa, fazer contratos, orçamentos, propostas, nota fiscal, receber, cobrar, prospectar novos clientes, e por aí vai. Tem horas que meu maior desejo é “por favor quero mais mãos pra fazer tudo ao mesmo tempo!”.

Aqui entram várias preocupações. Sempre penso que não vou dar conta de tudo e minha vida vai ser o caos. Mas aí eu lembro das minhas qualidades e percebo que uma das mais fortes é que sou muito organizada. E aí eu penso “Tá tudo bem, eu consigo fazer isso, eu sou maior que esse problema”. Faça uma listinha com as suas principais qualidades e carregue ela por aí. Pode ser no celular, num pedaço de papel, num guardanapo, tanto faz. Toda vez que você se sentir inseguro por alguma razão, leia essa lista. Garanto que você vai se sentir melhor!

Mas acredito também que temos que reconhecer nossas limitações. Sei que vai chegar uma hora que o volume de coisas pra fazer vai ser bem maior e vou ser obrigada a rever meus processos. Tudo tem seu tempo, quando chegar a hora eu saberei o que fazer.

Os meus começos

“Eu sou dona desse negócio e tudo depende de mim agora. O quanto antes eu entender isso, melhor”.

Tem uma parte que está sendo bem difícil. Descobrir como fazer, quando, porque e quantas pessoas consigo envolver nos meus processo é sempre um desafio e parece que ele sempre vai aparecer no meu caminho. Eu sou dona desse negócio e tudo depende de mim agora. O quanto antes eu entender isso, melhor.

Dei um passo atrás e tentei lembrar de todos os meus “começos”. Quando comecei em cada trabalho, empresa, cargo, eu tive um período de adaptação. Tive que aprender algumas coisas novas, estudar novos conteúdos, ganhar confiança, praticar, experimentar. Bom, agora que tenho minha empresa, isso não muda em nada! É só fazer o que eu já fiz inúmeras vezes 🙂

Solidão

Percebeu que falo muito em fazer as coisas sozinha? Vou falar com sinceridade como vem sendo trabalhar sem uma equipe junto comigo. Às vezes, me sinto bem sozinha, parece que não tenho ninguém pra trocar ideias, que vou falar comigo mesma pra sempre e que ninguém vai se importar com que ando fazendo. Se você anda pensando desse jeito, pare agora mesmo!

A maior verdade que descobri vivendo em um coworking é: você nunca está sozinho. A colaboração das pessoas é algo muito presente e quando você percebe, já está totalmente inserido nos grupos e sendo amado por todos. Essa semana ouvi uma coisa deliciosa de uma coworker. Estávamos em um grupo pequeno almoçando na cozinha, rindo e conversando sobre a vida. No final, ela disse “que almoço gostoso em família!”. Poxa, família! Nessa mesma semana ela estava chateada com algumas questões do trabalho dela. Eu sentei ao seu lado, ouvi seu desabafo sincero e doloroso, dei um abraço e um beijo e falei “você consegue fazer isso, você é demais!”.

A solidão passa longe em ambientes assim. A colaboração está pulsando em tudo que fazemos aqui. A gente ri, chora, briga, se apóia, contribui, vive experiências únicas, sofre, ama, tudo junto.

O fim de um começo

Foi incrível escrever sobre a minha experiência pra você. Ao longo do caminho, muitas pessoas vieram me contar que estavam se sentindo como eu, ou que já passaram pela mesma situação. Se você quiser compartilhar ideias, histórias e sonhos comigo, venha! Estarei esperando sua companhia. Obrigada de coração pela sua atenção e afeto até aqui e desejo que você encontre aquilo que tanto busca! Esse é só o começo da sua história, novo empreendedor. Muita coisa legal ainda está por vir! Deixo uma frase pra você de uma música que me marcou muito hoje: “O mesmo céu que chove é o mesmo céu que faz sol…Temos o mundo inteiro a descobrir”.

 


The End!

 

 

Diário de uma empreendedora novata: quando é a hora de desacelerar? (parte 3/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Em abril, A Aldeia me convidou para publicar meus relatos sobre como está sendo toda essa coisa nova de empreender: das pequenas dificuldades até as grandes conquistas. Quem está chegando agora pode ler a primeira parte aqui e a segunda parte aqui. Espero que vocês estejam curtindo minhas experiências, aprendendo e seguindo em frente sem medo. Então, vamos lá:

Sempre aprenda coisas novas

Final de semana intenso! Vim fazer um curso de planejamento em mídia digital aqui na Aldeia e passei dois dias mergulhada em planilhas, negociações, formatos de anúncio, veículos de mídia e termos como CPC, CPM, CPA e mais. Eu amo fazer esse tipo de curso, não consigo sossegar meu cérebro. Eu preciso estar alimentada de conhecimento o tempo todo e a parte que mais gosto é poder compartilhar isso depois com as pessoas ao meu redor. É delicioso!

Se você não tem muito esse hábito de estudar e se aperfeiçoar, tudo bem. Um hábito é criado com muita facilidade, mas é bem fácil mudá-lo pra outro hábito também, algo que nos faça evoluir mais e nos desenvolver enquanto profissionais, seres humanos e o que mais você quiser. Meu conselho é: procure na internet esses cursos rápidos, assim você não precisa de um compromisso frequente com isso e aprende algo bem rápido. Dê a você essa chance, isso vai fazer toda a diferença no trabalho que você entrega pro seu cliente e no final das contas todo mundo fica feliz.

Busque seu equilíbrio

A intensidade com que tenho trabalhado juntou com a carga de conhecimento que recebi do curso no final de semana, mais os compromissos que tive com meus amigos e agora o cansaço bateu fortemente. A gente esquece que temos uma parte muito importante pra cuidar, o nosso corpo. Sem ele, a gente não faz nada, né? Eu não me cuidei esses dias todos, trabalhei demais e fiquei muito tempo acordada e o resultado agora é que minha performance caiu muito por uns 3 dias seguidos e isso refletiu na minha motivação.

Parece que se tenho essa sensação que não produzi legal durante a semana, eu não trabalhei o que deveria e não fiz meu negócio crescer. Isso desmotiva pra caramba… tive consciência disso e fui buscar fontes de motivação, de descanso e de um pouco de paz também.

O que me ajudou foi criar uma rotina positiva:

  1. Dormir mais horas todos os dias;
  2. Alonguei meu corpo e me exercitei mais;
  3. Fiz exposição ao sol por uns 10 minutinhos;
  4. Busquei motivação interna e externa.

Outra dica que dou é, quando você acordar, pense em 3 coisas legais que vão acontecer no seu dia hoje (ou que você gostaria que acontecessem). Faça esse exercício e perceba o que acontece dentro de você.

Organize sua rotina

Reflexão: a gente pede tanto por liberdade nessa vida e quando ela aparece, a gente não sabe como lidar com ela.

Quando estava trabalhando na agência como CLT, precisava cumprir um horário determinado pela empresa. Agora que eu tenho minha empresa, posso criar a rotina que eu quiser! Isso não é maravilhoso? É sim, mas tem que saber se organizar. Ainda estou me adaptando a uma rotina nova e na qual eu tenho total poder. Tem dias que acordo 1 hora mais tarde e já sinto que perdi boa parte da minha manhã. Por isso, listo todas as coisas que preciso fazer nos próximos dias e depois distribuo as tarefas por dia da semana. Organizo tudo que precisa no dia anterior, assim me antecipo! Isso faz tudo fluir muito mais fácil.

É interessante também testar horários que você produz melhor, faça pausas, vá respirar em outro lugar, tome um chá quentinho e volte ao trabalho. Sente em lugares diferentes sempre que puder pra trocar a energia (o coworking facilita muito isso). O inesperado sempre acontece: numa troca de lugares, conversei com uma pessoa que não conhecia direito e adivinha? Fizemos conexão, trocamos orçamentos e conhecimento. É simples assim.

Volte pra casa sem seu trabalho

Quando a gente tem nosso próprio negócio, parece que é quase inevitável pensar nele o dia inteiro. Na hora que eu acordo, lá estou eu pensando no trabalho. Na hora do café, na academia, no almoço, no banho, antes de dormir… eu me esqueci de focar no meu lazer e mais uma vez esqueci de mim. Agora, estou voltando aos poucos a colocar no meu dia pequenas atividades prazerosas: pintar, desenhar, tocar violão, escutar música, dar uma volta no parque, ler um livro, meditar, alongar.

Pense nos pequenos momentos de prazer que você quer ter na sua semana e viva isso! Seu trabalho vai estar esperando por você do jeitinho que você deixou e está tudo bem pensar em você um pouco, ok? Ajuda muito nessas horas focar no momento presente, assim você deixa suas questões do trabalho de lado e baixa sua ansiedade. Um exercício que me ajudou muito foi repetir uma frase toda vez que eu me sentia acelerada:

“Onde estou? Aqui. Que horas são? Agora. O que é você? Este momento”.

O que não te pertence

“Eu não me preocupava em fechar logo orçamentos e ter mais clientes, senão morreria de fome. Muito pelo contrário, sempre pensei e tive a sensação que estava tudo bem, que meu ritmo estava ótimo assim e que eu estava fazendo meu trabalho do jeito que acreditava ser bom pra mim”.

Me tornar empreendedora tem sido uma experiência deliciosa de deixar fluir, de confiar na vida e de respeitar o tempo de tudo. Isso foi extremamente orgânico pra mim desde o dia 01. Eu não me preocupava em fechar logo orçamentos e ter mais clientes, senão morreria de fome. Muito pelo contrário, sempre pensei e tive a sensação que estava tudo bem, que meu ritmo estava ótimo assim e que eu estava fazendo meu trabalho do jeito que acreditava ser bom pra mim.

Passei dias mandando propostas de orçamento, e conhecendo pessoas que se interessavam pelo meu trabalho, isso ainda faz parte do meu dia a dia (e que bom que é assim!). Mas é engraçado como uma frase, uma pessoa, pode mudar essa energia completamente.

A pressão da família não demora pra aparecer: se prepare pra esse momento, ele vai chegar. Me perguntaram “Você está mandando tanta proposta, mas quando você vai fechar algum cliente?”. Sabe aquela energia gostosa de deixar fluir e confiar na vida que eu falei antes? Balde de água fria nela!

Aquilo me incomodou demais. Eu sabia que aquilo não era a maneira que eu pensava, mas mesmo assim aceitei o comentário de forma passiva. Me senti violada por fazer isso! E acredite, o retrabalho pra voltar a pensar como antes é grande. Todos os dias estou trabalhando isso dentro de mim e confirmando comigo mesma as coisas que eu acredito.

No meio dessa angústia toda, uma coworker me convidou pra tirar uma carta do baralho da deusa (vale a experiência). Antes de começar, mentalizei essa sensação e algumas outras que estavam me incomodando e pedi orientação. A resposta foi: entregue. Sim! É preciso se entregar, confiar em você e devolver aquilo que não te pertence, entregar de volta pro outro aquela crença que não estava me fazendo bem. Saiu o peso, estou mais leve, identifiquei o que estava me tirando o sono e agora não preciso mais disso.

Essa semana foi cheia de aprendizados. As coisas boas estavam lá, mas conseguir enxergá-las como eu estava enxergando antes foi mais difícil. Agora consigo retornar com a minha visão de antes, mas com a diferença que estou muito mais fortalecida.

E ah! Aquele possível cliente lá do começo da história, no primeiro post, agora é meu cliente de verdade! Que comecem os trabalhos!

 


Continua na próxima semana.

Por que a faculdade é a melhor época para começar um negócio

Com estudantes universitários se preocupando com provas, contando moedas para pegar o ônibus e passando a madrugada fazendo trabalho, enquanto também tentam colocar no meio uma vida social, começar uma empresa pode ser a última coisa em seus planos. Mas não deveria ser.
Quando se está na faculdade, é normal pensar que primeiro se deve ter experiência ou uma ampla rede de contatos. Na verdade, diríamos que o período da universidade é o melhor para você construir a experiência certa, em vez de querer ter uma experiência qualquer primeiro.
Para os alunos na cerca sobre se devem dar o primeiro passo ou não, aqui estão algumas razões de seus anos de faculdade são o momento perfeito para iniciar uma empresa.

Você tem abundância de recursos.

Certamente não da maneira convencional.

Quando você está em uma universidade, você tem acesso a uma rede incrível de pessoas: os seus professores, coordenadores, colegas de sala, de curso ou de outras áreas. As pessoas das empresas juniores, AIESEC, centros acadêmicos. Pessoas de backgrounds diversos que podem dar pitacos sob os mais diferentes pontos de vistas e de conhecimentos. As “consultorias” gratuitas que você pode receber responderão muitas das suas dúvidas e perguntas em relação a como resolver um problema para um público, que é o que todo empreendimento faz. Se eles não souberem ou por outros motivos não puderem responder, provavelmente eles podem indicar alguém que saiba. Isso é muito rico, acredite.
Uma vez que você esteja fora da faculdade, essas mesmas pessoas vão lhe cobrar para fazer isso– o que é justo, também, uma vez que agora são profissionais. Portanto, certifique-se de aproveitar os professores, colegas e mentores que você tem ao seu alcance.

A rede interna de suporte.

Pessoas que estão passando pelo mesmo que você conta muito.

Quando você é um estudante universitário, pessoas que estão passando pela mesma situação o cercam. Se você já foi a um jogo de futebol da faculdade ou qualquer tipo de grande evento, vai testemunhar um mar de estudantes se unindo por trás de uma coisa, que é muito surpreendente. Não importa se você se conhece ou não, os alunos querem que as pessoas de sua universidade façam sucesso e façam grandes coisas.

Ser egoísta é aceitável.

Pelo menos um pouco.

Na faculdade, você tem muitas responsabilidades. No entanto, essas obrigações provavelmente não são muita coisa em comparação com as que você terá depois de se formar. Muitas vezes como um estudante universitário, a única responsabilidade que você tem é você mesmo. Você tem a capacidade e privilégio de ser egoísta.
Invista seu coração, alma e suas finanças em algo que você acredita. Quando há menos responsabilidade para você se preocupar, é mais fácil tomar este tipo de riscos. Todo aceita que um estudante universitário se preocupe primeiro em realizar suas coisas, carreira e projetos pessoas.

Você tem uma reputação para trabalhar.

Todos nós conhecemos alguns dos estereótipos da geração jovem. Nós somos preguiçosos, obcecados com redes sociais, celulares e que não sabem o valor do trabalho duro. Esses estereótipos negativos podem realmente ser vantajosos para um empreendedor. Quando um garoto ou garota faz algo incrível, é um grande negócio. Tanto a imprensa e quanto empresários mais velhos prestam atenção quando um universitário ou recém-graduado começa sua história com “eu fundei minha empresa na faculdade”. Use sua idade em sua vantagem e se orgulhe de ser jovem.

Não há problema em falhar.

Eu gosto de pensar em nossos anos de faculdade como o maior período de refações da vida. Não há problema em cometer erros. Na verdade, falhar em qualquer coisa significa que você está tentando.

Se você está sempre muito confortável e não está recebendo “nãos”, isso significa que você não se desafiando o suficiente. Se você faz confusão em algo enquanto você está na faculdade, ainda há muito espaço para se recuperar. O último pensamento que você quer depois da faculdade é o arrependimento de não ir atrás de um sonho.

Quando as coisas não vão como planejado (que é muito freqüente), chamamos de experiência. Não é essa uma das desculpas que mencionamos no começo do artigo? Experiências acompanharão você no resto de sua vida, dando-lhe mais capacidade de entender o mundo ao seu redor.

Toda boa história começa na primeira página.

Aproveite seu ano de faculdade para tentar transformar aquele seu rascunho de uma ideia em um negócio, ou mesmo para experimentar como é abrir uma empresa. A Polímatas, uma rede de empreendedores que trocam conhecimento sobre gestão e negócios, criou junto com a FAE Business School o programa Página01, um curso intensivo sobre gestão e negócios para quem quer entender como uma empresa deve funcionar ou que quer profissionalizar ainda mais o seu trabalho, aprendendo conceitos de administração e negócios.
Veja mais sobre o Página01 aqui: www.polimatas.com/pagina01