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5 histórias de empreendedores transgressores que você precisa conhecer

Hoje em dia, empreender é um ato de coragem. Quem quer colocar ideias em prática precisa enfrentar uma quantidade imensa de medos e obstáculos. Mesmo assim, muita gente sabe que essa é a única maneira de mudar o mundo e acredita no potencial que uma ideia tem para transformar a realidade.

empreendedores transgressores corajosos

No Ignite Empreendedores Transgressores, a gente recebe esses realizadores de várias áreas diferentes para um jogo em que os 20 slides (nem um a mais, nem um a menos) ficam na tela por religiosos 15 segundos cada. 667 pessoas já conheceram e se inspiraram com as histórias de quem assumiu os riscos de quebrar o status quo para apostar nos seus projetos.

A muito custo, a gente separou 5 das melhores palestras que já rolaram nos Empreendedores Transgressores. Dá uma olhada:

 

1. Matheus Mariotto, do Coders Education

O Matheus Mariotto teve um AVC aos 8 anos, começou a invadir o laboratório de informática da sua escola para ensinar programação e, quando cresceu, manteve o projeto vivo com o Coders Education.

 

2. Gabi Mahamud, do Good Truck

Quais as chances de um blog de culinária lançar um projeto social extremamente transformador para a sociedade?

Para o Flor de Sal, blog da Gabi, são grandes. Ela criou o Good Truck, foodtruck que reaproveita alimentos colocados para descarte e os transforma em refeições para pessoas em situação social delicada.

 

3. Daniel Mocellin, do Whatafuck

Curitiba não tinha a cultura de ocupar a rua todos os dias da semana e aproveitar o melhor que ela pode oferecer. O Daniel inaugurou o Whatafuck e ajudou a mudar completamente esse cenário.

 

4. Rafize Santos, da Opet XP

A Rafize é filósofa e começou suas realizações como revisora de material didático. No caminho, ela virou professora de pós, coach, terapeuta e, por fim, coordenadora da primeira pós-graduação em inovação de Curitiba.

 

5. Jade Quoi, da BDNT

A Jade Quoi encontrou refúgio na dança durante a adolescência, correu atrás do seu sonho em Barcelona e voltou para Curitiba para criar a BDNT.

 

Se você quer conhecer as histórias incríveis de quem já passou pelo palco da Aldeia, se liga no nosso canal e aproveita para garantir seu lugar no Empreendedores Transgressores 8!

 

 

Como aplicar inovação na prática

Antes de pensar em como aplicar inovação na prática, vamos praticar o desapego: junte tudo aquilo que você conhece e que possa ser considerado preconceito e jogue no lixo. Esteja totalmente aberto a novas experiências e considere sempre ver a vida com olhares curiosos, não de julgamento.

Feito isso, vamos começar a entender o porquê você precisa conhecer essa nova realidade e, sobretudo, separar aquilo que é verdadeiramente inovação daquilo que simplesmente gostaria de ser inovador.

“Todas as formas de sobrevivência aprendidas até agora não funcionam mais, mas as novas formas que estão substituindo as antigas ainda estão engatinhando”.

Como já havia previsto Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, estamos vivendo em tempos líquidos em que nada foi feito para durar. “Todas as formas de sobrevivência aprendidas até agora não funcionam mais, mas as novas formas que estão substituindo as antigas ainda estão engatinhando”. Para aprofundar mais, vale a pena assistir esta entrevista de Bauman:

E não é que ele tinha razão? Está aí a internet e seus aplicativos cheios de atualizações recorrentes que não nos deixam mentir. Por isso, cada vez mais precisamos estar preparados para uma nova (e mutante) realidade em que o mais importante mesmo é um produto ou serviço verdadeiramente diferentes, que melhorem a nossa experiência de consumo (seja qual for ela), nos faz sentir melhor por causa disso e atende ao nosso propósito de vida. Ou seja, chega de mais do mesmo. . Mas, para começar a pensar fora da caixa a caminho da inovação, apresento a vocês 5 passos básicos para iniciar no mundo da inovação.

Passo #1: Entenda o que é, de fato, inovação.

Por que eu preciso saber o que é inovação na teoria? Simples. Se você achar difícil compreender o significado da palavra no dicionário (online, pode ser), dificilmente vai entender como aplicar inovação na prática. Joseph Schumpeter, considerado o pai da inovação, costuma dizer que o processo de inovação se baseia na destruição do que está se tornando obsoleto e criação do novo. E vamos um pouco além: não se trata apenas de um produto ou serviço novo ou melhorado, mas sim de ideias que podem se transformar em um negócio muito bom, útil e, ainda, trazer resultados financeiros.

Dica: Tenha na sua cabeceira o livro “Dez Tipos de Inovação”, escrito por Ryan Pikkel. Nele você vai encontrar uma tabela periódica com todos os 10 tipos de inovação e a explicação detalhada de como aplicá-las em seus novos projetos.

Se for muito difícil de entender a inovação, pense em 4 perguntas básicas que podem te ajudar a esclarecer algumas coisas. Este produto ou serviço…

  1. Melhora algo que já existe?
  2. Descarta aquilo que não é mais útil?
  3. Nos remete a lembranças do passado?
  4. Com o tempo, reverte os objetivos?

O segredo é começar eliminando aquilo que você tem certeza de que não é inovador. O head de marketing da 3M, Luiz Eduardo Serafim, explicou no seu artigo Ideia, inovação ou invenção? que inovação é o processo de transformar uma ideia diferenciada em oferta real, precificada, comunicada e disponibilizada ao público-alvo. Chave de ouro: deve atender às necessidades das pessoas com maior valor percebido do que às alternativas existentes no mercado. E claro, trazendo resultado para a empresa.

Passo #2: Identifique um propósito para o negócio e invista nele

Muitas empresas sentem a necessidade de encontrar um produto ou serviço inovador que vai mudar o rumo do negócio e garantir vida longa, mas não sabem nem identificar qual é o seu propósito. Pelo que sua empresa será lembrada nesse mundão? A gente já mostrou que marcas sem propósito são fadadas ao fracasso, e a sua também se encaixa nesse quadro.

Passar por um processo de autoconhecimento é essencial. Não é algo fácil, mas acredite, a “força está aí”. A construção de algo inovador envolve mão na massa, mas também muito trabalho mental.Ter um propósito já incorporado ao negócio e à equipe vai deixar o caminho mais fácil e com maiores chances de ser bem-sucedido.

Passo #3: Observe novas tendências

como aplicar tendências em inovação

O bizarro será o novo cool. Pare e analise as coisas que lhe pareçam mais estranhas. Ali, além de algo diferente do comum, existe uma tendência, por mínima que seja. São elas que representam uma mudança, seja ela social ou econômica.

Dica: Procure cursos que podem te ajudar a aguçar esse olhar para as tendências. Aqui na Aldeia, o curso de Tendências: pesquisa e estratégia pode ajudar bastante!

Esse é o momento em que vamos aplicar os olhares curiosos e sem julgamento, pois, sabendo identificar essas novas tendências sem preconceitos, será mais natural usar movimentos contemporâneos para construir coisas legais.

Passo #4: Procure ferramentas para organizar as ideias

A frase aqui é: “jogue no papel para tirar da cabeça”. Assim, você vai abrir espaço para o novo. Também é importante passar por este processo sem julgamentos e, ainda, levar todas as ideias que aparecerem para discutir com uma equipe multidisciplinar.

Lembre-se de que um produto ou serviço inovador melhora a experiência de consumo e atende ao propósito das pessoas. Portanto, quanto mais pessoas – com histórias e experiências diferentes – puderem expor suas vivências e referências, maiores as chances de alcançar um resultado mais positivo.

Depois de uma enxurrada de ideias, faça sua análise crítica e elimine apenas aquelas realmente impossíveis de serem realizadas. Este passo vai anteceder a transformação da ideia em um modelo de negócio e, nessa hora, ferramentas como o Bussines Model Canvas serão úteis.

Depois de preencher o Canvas (confira essa ferramenta do Sebrae), é hora de usar os recursos da tecnologia a seu favor.

Passo #5: Invista em tecnologia

É impossível pensar em inovação sem pensar em tecnologia. Primeiro porque ela pode ser muito útil na hora de buscar referências, fazer pesquisas, acompanhar outros profissionais e compartilhar experiências — sejam elas bem-sucedidas ou não.

Mas ela também pode atender a expectativa das pessoas quanto a produtos ou serviços que estejam ao seu alcance na hora mais conveniente, sem muito esforço e quase que instantaneamente. E, para isso, você vai precisar dos recursos tecnológicos existentes — ou até sugerir novos, se você for ousado o suficiente.

Além do mais, quem deseja lidar com a inovação de forma saudável deve estar superbem atualizado quanto às novidades tecnológicas. Quanto mais rápido você atuar nesses casos, mais disruptivo você poderá ser.

Este passo a passo é uma perspectiva básica de metodologia aplicável a todos os ambientes de negócio. Porém, busque se aprofundar e acompanhe referências que te proporcionarão o embasamento necessário para aplicar a inovação de forma muito mais produtiva.

O que marcas gay-friendly fazem e você deveria fazer também

Aproveitando que hoje é Dia do Orgulho Gay, resolvemos trazer uma reflexão bem importante para as marcas sobre a condução das suas estratégias: se posicionar como gay-friendly é uma realidade que já impacta diretamente no seu negócio.

Chega de esbarrar em questões como mau atendimento ou falta de conhecimento sobre suas reais necessidades. São, aproximadamente, 20 milhões de pessoas em todo o Brasil que ainda não têm seus anseios satisfeitos.

É bem sério: sua marca precisa aceitar que o mercado LGBT – para quem ainda não conhece a sigla: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – existe, e que é bem promissor. Chega de esbarrar em questões como mau atendimento ou falta de conhecimento sobre suas reais necessidades. São, aproximadamente, 20 milhões de pessoas em todo o Brasil que ainda não tem seus anseios satisfeitos, além de outros tantos que ainda nem se assumiram como consumidores deste mercado em resposta à nossa sociedade, ainda muito conservadora.

o que as marcas gay-friendly fazem

Não dá para entender como muita gente ainda fica chocada com a presença de casais homossexuais em filmes, novelas e comerciais, por exemplo. É como fingir que eles não existem! E pior: ignorar o fato de que eles são excelentes consumidores. Para a nossa alegria, muitos movimentos já estão acontecendo no sentido de promover a diversidade, e, aos poucos, as coisas estão melhorando. Marcas que já se assumiram como gay-friendly e celebridades são especialmente importantes nesse contexto. Já dá para observar uma maré bem favorável (ainda que haja grandes marcas que mantém o seu receio em se comunicar diretamente com a comunidade LGBT).

Um movimento que ganha força

Tem muitos formadores de opinião abraçando a causa LGBT e divulgando mensagens de apoio à diversidade. Para quem ainda não viu, o publicitário Nizan Guanaes, que lançou recentemente o artigo É preciso ser muito macho para ser gay nesse país, também escreveu a música “Eu Sou Filho do Arco-Íris”, produzida por Rick Bonadio e que teve a participação de grandes nomes da música brasileira, como Preta Gil, Fafá de Belém, Daniela Mercury, Sandy e Pabllo Vittar. Ela foi lançada no último dia 18 de junho, durante a Parada LGBT de São Paulo. Vale a pena assistir:

Infelizmente, aqui no Brasil, as marcas demoraram um pouco para entender a capacidade desse mercado. Triste para aquelas que ainda não enxergam um potencial financeiro estimado em R$ 418,9 bilhões, ou 10% do PIB nacional. Sorte para as marcas assumidas como gay-friendly, que, com um olhar audacioso, já estão investindo em campanhas que representam também a comunidade LGBT. Por exemplo, o comercial do Boticário para o Dia dos Namorados em 2015 (veja aqui) e o da Natura, também para o Dia dos Namorados desse ano (aqui). Por serem ousadas (e extremamente importantes para dar o pontapé), ambas tiveram muitos comentários de ódio e boicote espalhados pela internet. Mesmo assim, elas não se intimidaram e, inclusive, continuam apostando no potencial de consumo desse público, ainda que forma sutil. Mesmo que não seja o ideal, já é um grande avanço.

O público LGBT existe sim, e azar dos que insistem em ignorá-lo.

Mais exigentes, mas também muito fiéis

público gay fiel

Sinto muito! Empresas que não representam esse público em produtos e na comunicação para não desagradar os consumidores heterossexuais mal sabem quantos clientes extremamente fiéis estão perdendo. A qualquer momento, eles vão migrar para outras marcas mais engajadas socialmente.

Esse é um ótimo cenário para aquelas empresas que investem em atender exatamente o público que outras marcas ignoram. Note que não se trata apenas de se comunicar como gay-friendly a qualquer preço e tentar aproveitar um momento favorável. É importante ser consistente, acreditar nessa causa e abraçá-la. Fazer isso não significa afastar os clientes heterossexuais, mas sim agregar os que ainda se sentem distantes do propósito da marca.

Ser exclusivo também é bom, mas gay-friendly pode ser ainda melhor

gay friendly brands

Produtos e marcas exclusivas também devem ser vistas com bons olhos. Não é à toa que assistimos ao aparecimento (e crescimento) de marcas que atendem nichos específicos de mercado e que também se comunicam de forma bem direcionada com eles. Não tem problema algum e, inclusive, é bom que elas existem para atender os espaços deixados em branco pelas grandes marcas.

No entanto, o nosso objetivo com essa reflexão é que todas passem a entender a relevância do público LGBT para seus resultados (como pessoas “normais” e que consomem de tudo). Se não com produtos, com serviços respeitosos, sem constrangimentos (e esse é o ponto principal).

Aqui tem algumas dicas para entender um pouco mais sobre como pensar no branding da sua marca.

Nunca é tarde para se tornar Gay-Friendly

Se você ficou empolgado com a ideia de abraçar esta causa, a seguir estão algumas atitudes que marcas gay-friendly adotam para se tornarem especiais e (queridinhas):

1. Entendem que subgrupos têm anseios diferentes

subgrupos lgbt

O público LGBT tem demandas específicas e apresenta subgrupos, todos com grande potencial de consumo. Não é possível colocar todos no mesmo saco: assim como heterossexuais, os homossexuais não são iguais, fadados aos estereótipos engessados pela sociedade. Normalmente, vemos que homens gays são afeminados, e mulheres lésbicas são masculinizadas. Pessoas assim também existem, mas são apenas uma parcela dos consumidores.

2. Investem em mensagem e discurso coerentes

discurss gay-friendly

De nada adianta uma empresa investir em publicidade que inclui o público LGBT se, para o público interno, não existe apoio à diversidade nem políticas que exercitam o direito à igualdade. Com certeza, se a mensagem estiver desalinhada, terá um reflexo negativo no mercado externo.

3. Mais que vender, elas representam

representatividade lgbt

Esse é um público extremamente exigente, que presta atenção na apresentação dos produtos, mas com consumidores fiéis às marcas. Não fazem apenas uma compra: querem toda a experiência de consumo e demandam um atendimento personalizado e de qualidade. Neste caso, uma prática de pós-venda bem estruturada é fundamental.

Aproveite o Dia do Orgulho Gay e amplie essa discussão para dentro da sua empresa. Quem sabe seja uma excelente oportunidade para crescer!

 

 

Cassio Kienen: de jogador de poker a empreendedor serial

O poker é um jogo que vem crescendo no Brasil. Eram 7 milhões de jogadores em 2015, um crescimento de 1 milhão em relação a 2014, segundo dados da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em). Conversamos com Cassio Kienen, polímata que conseguiu juntar dinheiro para investir em 4 empresas jogando poker profissionalmente. Ele ainda joga como hobby e participa de alguns torneios eventualmente.

O Cassio é um empreendendor que entrou na terceira rede da Polímatas. Nascido no interior do Paraná, mudou-se para Curitiba aos 4 anos de idade e formou-se em Engenharia de Produção. Hoje ele é CEO da Folk, uma empresa de portaria remota e sócio em três lojas de acessórios para celular em shoppings.

Ele entrou na Polímatas principalmente para saber o que o mercado tá fazendo, entrar em contato com outros empreendedores e ouvir suas práticas. Quando ele tá na empresa, relatou ele em nossa conversa, fica muito submerso e não tem contato com o mundo exterior. E compartilhou conosco um pouco de sua história.

Começo como jogador de poker.

A história de Cassio com o poker começou quando fez o terceiro do Ensino Médio nos Estados Unidos. Lá, o jogo era popular entre os seus amigos. Com a famosa sorte de principiante, venceu o primeiro jogo que lhe rendeu US$300, da sua aposta inicial de 10 dólares. Curtiu o jogo e passou o resto do ano jogando. Na época, trabalhava como garçom, pasando depois por uma empresa de logística e foi também entregador de pizza. Jogava poker uma vez a cada semanas, em méda. Levava ainda apenas como hobby e passatempo.

Voltou ao Brasil e, enquanto fazia Engenharia de Produção, descobriu os jogos virtuais de poker, onde ganhava 1 dólar por vez. De hobby, passou para uma profissão no contra-turno da faculdade: de manhã fazia faculdade e jogava à tarde, chegando a até 12h por dia, nos campeonatos mais longos.

A família de Cassio Kienen não apoiava muito a sua jogatina, pois não entendia o que ele fazia e que aquilo podia mesmo se tornar uma profissão. Até que ele sentou um dia com sua mãe, mostrando o quanto estudava, o quanto ganhava e todo o aparato tecnológico que ele usava para capturar as estatísticas de cada jogo. Cassio chegou a ganhar, nessa época, até 3.000 dólares em um campeonato. Assim, ele aumentou ainda mais sua dedicação e ganhou torneios curitibano, nacional e internacional. No vídeo abaixo, Cassio dá uma entrevista logo após ter ganho um torneio de Omaha, um derivado de Texas Hold’em, no maior festival de poker do sul do Brasil.

A oportunidade de negócio que bateu às suas portas.

Entre 2014 e 2015, enquanto ainda fazia estágio pela faculdade, o seu primo fazia Administração e estava com muita vontade de ter um negócio próprio. Durante uma das suas conversas, ele dividiu com Cassio sobre a loja de acessório de celular. A ideia era de seu primo trabalhar no dia-a-dia da operação, enquanto Cassio entraria com o investimento vindo dos jogos de poker.
Foram atrás de como comprar ponto da loja. Os shoppings de Curitiba estavam saturados já. Foi aí que surgiu a oportunidade de abrir uma loja em um shopping novo em Sorocaba, no interior de São Paulo. Apenas o primo de Cassio mudou-se para a cidade. Entre a primeira conversa e de fato abrirem o negócio, levaram um pouco menos de 1 ano. Existiu um terceiro sócio que entrou na jogada com conhecimento sobre contratação e fornecedores. Cassio conta que o planejamento dele era investir um montante, mas acabou investindo três vezes o valor.
O começo foi difícil. Levaram mais de 8 meses até o negócio ter um faturamento interessante. Inclusive o 3º sócio pediu para sair, pois achou que não daria certo. Tiveram que comprar a sua parte.

O crescimento dos negócios e o nascimento da Folk.

Depois de 1 ano e 2 meses, surgiu outra chance de abrir comércio em outro shopping. O investimento, dessa vez, foi de um terço do valor da primeira loja. O primo hoje tem 6 lojas, das quais Cassio é sócio em três.

Durante um encontro de família, um outro primo de Cassio, que tem conhecimento de câmeras e redes elétricas, viu ele jogando poker e usando várias telas ao mesmo tempo – jogadores online de poker costumam jogar mais de um jogo simultâneamente, para não ficarem muito tempo esperando. Ele perguntou em voz alta se aquilo não seria aplicado a porteiros, uma vez que um porteiro fica olhando para a mesma portaria o dia todo.
Durante uma viagem em um evento em São Paulo, Cassio e esse primo conheceu um sistema de portaria automatizada e se lembraram de sua conversa meses antes.

Em 2015, enquanto estava para ser efetivado na Exxon, Cassio decidiu que queria empreender e foi atrás da ideia da portaria remota. Aplicando a sua vivência de jogar poker olhando para várias telas, ele imaginou o que seria se um porteiro pudesse tomar conta de mais de uma portaria ao mesmo tempo. É isso que a Folk Portaria Remota faz. Eles são uma terceirizada de portaria de condomínios.
Em 2016 veio o primeiro cliente, 9 meses depois de decidirem abrirem o negócio. Esse cliente deu muito problema, principalmente pela dificuldade em gerenciar tantos softwares e hardwares diferentes. Cassio diz “O importante é você ir atrás, querer aprender. Precisa ser um polímata.”

Próximos passos de Cassio e da Folk.

Hoje Cassio está 90% na Folk e 10% nas lojas. Ainda joga poker como hobby e participa de alguns torneios grandes. Seu foco é deixar o sistema mais completo, adicionando mais tecnologias, e escalar o negócio. Está na dúvida se fica em Curitiba ou se torna regional. Hoje a Folk atende 1.800 condôminos e gerencia 500 apartamentos, fazendo uma médio de 38.000 a 45.000 atendimentos por mês. Entre um dos benefícios de se utilizar a Folk, Cassio comenta que é a valorização do imóvel, uma vez que reduz o valor de condomínio drasticamente. Um dos casos que ele usa é a redução do valor mnesal de R$2300 para R$1300.

A Polímatas é uma rede de empreendedores que se reúnem para trocar conhecimentos sobre gestão e negócios. Hoje são mais de 100 empreendedores que se reúnem toda semana para trocar práticas de negócios e fazerem suas empresas crescerem.

Quer conhecer o Cassio e outros empreendedores? Conheça mais da Polímatas aqui.

A planilha de 100 mil reais: a incrível trajetória do Goleiro de Aluguel

Muitos buscam a ideia genial para se tornar o próximo empreendedor milionário, mas poucos percebem que os problemas e as soluções fazem parte do nosso cotidiano e das nossas vidas. Foi exatamente assim que o empreendedor Samuel Toaldo, do Goleiro de Aluguel, descobriu que uma de suas paixões, ser goleiro, na verdade é um mercado que movimenta 31 bilhões de reais ao ano e o melhor, que ninguém ainda desbrava essa floresta com coragem.

Tempo de aventura de uma história ainda sem fim

O sonho de infância de Samuel era igual ao de todos os meninos da rua: eles não queriam só jogar bola, queriam mesmo era vestir a camisa de um clube de futebol profissional. Cada um acabou seguindo o seu próprio caminho. Ele, longe de se arrepender, se tornou técnico em Informática e estudou Física.

O bate-bola com os amigos nunca ficou de lado. Mas, ao contrário deles, Samuel não gostava de fazer gols, e sim de evita-los. É um goleiro nato. “Aqui nasceu Pelé, Romário, Ronaldo Nazário e Neymar, ninguém gosta de ficar debaixo das traves tomando boladas, todos buscam a glória de ver aquela rede balançar. Quando a galera descobria que eu era goleiro — dos bons, diga-se de passagem — me buscavam na porta da minha casa todos os dias, pra segurar a onda dos peladeiros e fechar o time, sem precisar revezar ou colocar o pior do grupo no gol”, conta.

No final de 2014, Samuel já tinha perdido as contas de quantas vezes entrou em campo. Ao comentar o feito com o amigo, ele prontamente respondeu: “O pessoal chama você só porque é goleiro”. Foi então que seu espírito empreendedor começou a mostrar a cara. “Pra tirar um sarro, criei a fanpage Goleiro de Aluguel e, na descrição, colocava-me à disposição para fechar o gol pelo valor de 30 reais”, revela. Nas partidas entre amigos é tradição o goleiro não pagar os custos de aluguel do campo, mas Samuel foi surpreendido quando começaram a enviar mensagens com convocações para jogar de aluguel. No primeiro mês, utilizando somente o Facebook, ele jogou 13 partidas e faturou R$ 390,00, dinheiro extra que rendeu ao goleiro o sentimento de ser um atleta profissional.

Primeira divulgação do Goleiro de Aluguel (imagem: arquivo pessoal)

Profissão: goleiro

Os interessados não paravam de surgir: foi então que Samuel identificou ali uma oportunidade de negócio. Rabiscou um modelo de negócio e criou um MVP (Minimum Viable Product). Foi neste período que conheceu Eugen Braun, hoje, o sócio de Samuel. “Eugen se mostrou bem interessado em atuar como goleiro de aluguel e, mais do que isso, se ofereceu para ajudar na organização da ideia”, relata. Sem pensar duas vezes, ele convidou o cara para fazer parte do negócio que ele mesmo intitula “disruptivo”. Agora com um sócio, seria mais fácil abrir portas para explorar o mercado do futebol amador brasileiro.

Como grande parte dos negócios, o orçamento da dupla era baixo, ou seja, para gerenciar todo o sistema que haviam desenhado era necessário utilizar ferramentas gratuitas. Sem profundo conhecimento na área, Samuel criou o primeiro site do Goleiro de Aluguel numa plataforma grátis da internet: o WordPress.

Para os empreendedores, a maior vantagem de utilizar estes recursos disponíveis na internet é que, além de serem de graça, o acesso pode ser feito de forma simultânea e remota.

Por lá, ele teve a ideia de inserir um Google Forms de cadastro para os próprios goleiros se colocarem à disposição para os jogos e para os próprios times solicitarem goleiros. Os dados alimentavam uma planilha no Google Sheets, onde toda a mágica acontecia. Para os empreendedores, a maior vantagem de utilizar estes recursos disponíveis na internet é que, além de serem de graça, o acesso pode ser feito de forma simultânea e remota. Basta uma conexão meia boca com a internet e um navegador.

Banner do primeiro site. (imagem: arquivo pessoal)

A magia da internet faz tudo acontecer

Nem sempre sabemos aproveitar os recursos que nos estão disponíveis por meio dos aplicativos gratuitos.

O link entre contratantes e goleiros era feito por Samuel e Eugen através do WhatsApp, outra ferramenta inteiramente sem custos. “Nem sempre sabemos aproveitar os recursos que nos estão disponíveis por meio dos aplicativos gratuitos. Com as listas de transmissão do WhatsApp, cadastramos os goleiros do Google Sheets na agenda do iCloud. Padronizamos as mensagens no bloco de notas do Smartphone e isso agilizou a comunicação, era só copiar e colar”, revela Samuel com orgulho.

Tudo estava configurado para notificações via e-mail e, toda vez que um novo cadastro acontecia no Google Forms, ele e o sócio comemoravam. “As solicitações de goleiros precisavam ser respondidas o mais rápido possível. Por isso, diminuí o tempo de atualização dos e-mails no Smartphone”. Ainda que seja muito fácil estar conectado o tempo todo, administrar as cargas de bateria não estava tão simples assim. A solução básica encontrada por eles foi comprar carregadores extras e baterias portáteis, o que os tornariam homens conectados full time.

A planilha de cem mil reais

Os sócios – e amigos – Samuel e Eugen, conseguiram criar um sistema de convocações totalmente online e gratuito, capaz de unir goleiros avulsos e times defasados, e ainda, lucrar com tudo isso.

Funcionava assim: quando um goleiro era solicitado, era enviada uma convocação na lista de transmissão de WhatsApp daquela região. O primeiro que respondesse “ACEITO”, recebia o contato do contratante e assim era o “MATCH”. O goleiro recebia em mãos o valor referente à partida e devia passar – na base da confiança mesmo – o valor referente à comissão dos dois. “Nossa planilha controlava além dos jogos, a parte financeira. O Eugen era responsável por entrar em contato com os usuários e realizar a cobrança de nossa comissão”, explica.

A gamificação foi provocando um crescimento através dos usuários. Após os jogos, quem contratava os goleiros respondia por e-mail um formulário de avaliação. As notas que eram atribuídas a eles eram utilizadas num ranking e, ao final do mês, o melhor goleiro era premiado com um par de luvas profissional.

Foi com Facebook e WhatsApp que eles operaram os 6 primeiros meses do negócio. Depois, evoluíram para o site com formulários e a planilha compartilhadas. Com esse fluxo que os empreendedores trabalharam durante 14 meses e faturaram quase R$100.000,00.

E qual a lição que fica?

Fazendo tudo isso manualmente, os dois conviveram de perto com os próprios clientes: uma oportunidade valiosíssima para as empresas. Desenharam o modelo exato da primeira versão de um aplicativo e apostaram num único, mas certeiro, tiro. Hoje, o Goleiro de Aluguel fatura R$ 30 mil por mês e cresce, em média, 22,5% ao mês.

Samuel e Eugen divulgado o site nos complexos esportivos de Curitiba. (imagem: arquivo pessoal)

Assim, com todos esses recursos gratuitos, que eles aproveitaram para colher dados de amostragens. Chegaram à conclusão de que mais de 1 milhão de partidas acontecem todos os meses em quadras de aluguel, sendo que 60% não possuem goleiros fixos. Ou seja, isso é só o começo de uma história que está longe de ter um fim.

Os próximos capítulos ficam para uma outra oportunidade!

 

Youtuber é profissão. Aceita que dói menos.

A cada virada de década surgem novas profissões e áreas a serem desbravadas. Na maioria das vezes nós demoramos algum tempo para nos acostumar com essas novidades, com essas diferentes possibilidades de ganhar dinheiro e, inclusive, com a forma com que nos referirmos a estas novas personalidades como profissionais. Essa tendência do ser humano em frear o novo é muito comum e devemos às novas gerações, livres de medos e pré-conceitos, a aceitação que é injetada na sociedade.

Eles são o futuro (e o presente) da comunicação

Com os influenciadores da era digital, os chamados YouTubers, Instagramers ou apenas influenciadores, não poderia ser diferente. Sempre que alguém fala sobre o assunto, logo se ouvem as perguntas como “mas o que é mesmo que eles fazem?”. E, em seguida, respostas como “ah, eles só falam besteira e fazem vídeos engraçados”.  Mas será? Se fossem só besteiras e vídeos engraçados, será que causariam o frisson que têm causado? Se fossem só piadas e não tivessem um pingo de conteúdo, será que teriam levado essa nova geração de adolescentes vidrados nas telinhas do celular ao teatro? Será que teriam reacendido a vontade de ler, e seriam hoje os autores dos livros mais vendidos do Brasil? Será que teriam lotados salas de cinema por todo país?

Passamos a questionar tudo que vemos, a buscar um conteúdo personalizado e mais relacionado com os nossos interesses.

Graças ao alcance imenso da internet, que nos dá acesso a basicamente qualquer fonte de informação, a mudança no paradigma da comunicação não é de hoje. Passamos a nos comportar com mais inquietude no que tange consumir conteúdos. Isso quer dizer que passamos a questionar tudo que vemos, a buscar um conteúdo personalizado e mais relacionado com os nossos interesses. E mais: buscamos conteúdos que sejam altamente compartilháveis, para que de dentro do nosso celular possamos nos conectar de forma cada vez mais precisa.

Bem-vinda, nova profissão!

Alinhado aos conteúdos está a pessoa ou instituição que transmite essa informação. Por que esses jovens prendem tanto a atenção e cativam fãs em todo o país, de forma mais forte e avassaladora do que outros apresentadores e âncoras de TV? Um dos elementos chave é a identificação. Fica mais fácil consumir uma informação dada por alguém que tem a mesma cara que você, gosta das mesmas coisas, vive os mesmos dilemas e referencia elementos e conteúdos que você entende. A linguagem, gestual e temas que esses influenciadores usam faz parte do universo que eles mesmos vivem e que é, até certo ponto, o mesmo de quem os assistem.

Outro ponto que justifica esse alcance e crescimento está ligado ao alto grau de engajamento e conexão do influenciador com seu público.

Outro ponto que justifica esse alcance e crescimento está ligado ao alto grau de engajamento e conexão do influenciador com seu público. As plataformas em que estes conteúdos estão sendo colocados (Facebook, Instagram e YouTube) permitem que o público entre em contato direto com a personalidade: comentários, curtidas, descurtidas e compartilhamentos são usados de forma desenfreada. Eles ditam o que gostam, aprovam conteúdos, reprovam outros. E principalmente: o influenciador responde! Às vezes, é claro, não comentário por comentário, mas em próximos vídeos e em novas ações. Ou seja, é uma comunicação de mão dupla que gera uma conexão mais forte e mais real. Pela primeira vez, o receptor não é mais passivo.

A plataforma que vai dominar o mundo

E os números não mentem. Hoje o YouTube é o segundo site mais acessado do mundo, com mais de 200 milhões de visualizações de vídeos por dia só no Brasil. Ele é altamente consumível na chamada segunda tela: 76% dos brasileiros consumem conteúdos ali, na palma da mão, no celular ou tablet.

Mais alguns números: quando a Kéfera, uma das maiores youtubers do Brasil, lançou a pré-venda do seu primeiro livro, ela derrubou o site da Saraiva, e vendeu mais de 200 mil cópias nas primeiras 48 horas. O lançamento oficial do livro, na Bienal do Livro no Rio de Janeiro, foi o maior público que a Bienal já teve em anos. O filme Eu Fico Loko, do youtuber Christian Figueiredo, levou mais de meio milhão de adolescentes aos cinemas quando estreou em janeiro de 2017. E o maior canal do Brasil é do piauiense Whindersson Nunes, hoje o 2º mais relevante no mundo, com sua marca de mais de 12 milhões de inscritos (e subindo!).

E se você acha que isso tudo é só para adolescentes, engana-se. Recentemente o Google divulgou alguns dados bem interessantes sobre o consumo de vídeos no YouTube:

Só no mobile, numa semana média, o YouTube alcança mais adultos durante o horário nobre do que qualquer canal de TV a cabo.

3 em cada 4 adultos dizem assistir ao YouTube em casa em dispositivos móveis.

Pessoas que assistem ao YouTube em dispositivos móveis prestam 2x mais atenção ao conteúdo do que as que assistem TV.

As maiores razões para as pessoas verem vídeos no YouTube são “para relaxar” e “para se entreter”.

As 4 categorias mais assistidas são comédia, música, entretenimento/cultura pop e “como fazer”.

Resumindo: aceita que dói menos

Então chegamos a um ponto bem importante: ao invés de questionarmos a profundidade do conteúdo, os motivos do sucesso, as cifras de merchans e patrocínios, que tal aceitar e aproveitar todas essas possibilidades também? Pela primeira vez em séculos ganhamos o poder de nos comunicar quando, como e onde quisermos! E ainda temos a opção de não ver ou ouvir o que não nos interessa. Ninguém precisa aceitar o intervalo chato ou o fim do programa pouco interessante porque quer assistir ao próximo.

O poder foi colocado nos dedos e teclas do nosso controle, dos nossos teclados e telas de cada consumidor. E ao mesmo tempo que isso é incrível para o público, também injeta (finalmente) uma responsabilidade e um trabalho de sempre se reinventar nos produtores de conteúdo. O óbvio já não interessa mais! O banal não interessa mais! O mesmo programa, no mesmo formato, com as mesmas piadas anos e anos a fio, não interessa mais!

Como você vai se adaptar e aproveitar essas mudanças todas também?


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