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Os segredos de produtividade de um nômade digital, uma nutricionista e uma pesquisadora de tendências

Dicas de produtividade a gente vê aos montes por aí, certo? E na maioria dos casos são várias coisas que parecem meio surreais, tipo desligar o celular durante o trabalho (e se eu precisar do celular durante o trabalho, como faz?) ou aquelas coisas que todo mundo já sabe, mas que é meio impossível colocar em prática.

Ainda assim, as dúvidas sobre como obter um melhor resultado em menos tempo continuam. Por isso, resolvemos falar sobre produtividade de um jeito efetivo, prático e essencial para você romper com os velhos padrões e colocar as ideias para rodar de uma vez.

E para isso, contamos com a ajuda de três profissionais de diferentes áreas que contaram alguns segredos e algumas pedras do caminho para você dar uma guinada no seu dia com truques na alimentação e insights de organização. Além disso, a gente quis entender como o estar conectado influencia nisso. Vamos ao que interessa, então!

Trabalhando pelo mundo

O Fernando Kanarski é um nômade digital – e também professor aqui na Aldeia. Isso significa que ele viaja e trabalha de onde estiver. Mas como nem só de trabalho são feitas as viagens, ele precisa se organizar para também aproveitar o lugar e dar conta das demandas dos clientes. Ele gravou um vídeo do Panamá e contou pra gente como faz para dar conta disso tudo, olha só:

-> Então, anota aí: Trello e Wunderlis para se organizar; e lugares públicos podem te tirar do conforto de casa/hotel e te exigem maior devoção ao trabalho.

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“A percepção de aceleração do tempo não quer dizer aumento na produtividade”

Em conversa com a Andrea Greca, analista de tendências e fundadora da agência BERLIN, desdobramos algumas questões fundamentais sobre como pensar produtividade em tempos líquidos, onde estamos conectados o tempo todo e o que fazer com isso.

  1. Como as pessoas enxergavam produtividade antes e como é hoje?

A tecnologia transformou talvez não o conceito de produtividade, mas, a maneira como produzimos. Antes, o produto do trabalho era, de modo geral, tangível, material, podíamos segurá-lo com as mãos. A partir da popularização dos computadores, nos anos 1980, e da internet, no final da década de 1990, ​o resultado de um serviço passou a ser também em formato de bits – intangível, portanto. Antigamente, trabalhava-se das 9 às 18h, de segunda à sexta, e era isso. Hoje, por outro lado, estamos conectados o tempo todo. Enquanto estivermos acordados, estaremos ligados a nossos devices e, assim, poderemos estar trabalhando também, embora estar conectado não signifique necessariamente que estamos produzindo algo de útil. Antes de continuar, deixa seu e-mail aqui, vai:

  1. A percepção de tempo muda com tudo isso?

​Sim. Quem nunca teve a sensação de que passaram 20 minutos após navegar por duas horas nas redes sociais?​ Como disse anteriormente, a percepção de aceleração do tempo não quer dizer aumento na produtividade. O que ocorre é que a quantidade de informação que chega a nós em um minuto equivale a horas de leitura antigamente. E isso é perigoso, pois pode causar ansiedade.

  1. Você percebe alguma tendência no campo da produtividade?

​A ascensão de tendências e conceitos contemporâneos de bem estar, como mindfulness, por exemplo, carrega uma profunda e pertinente reflexão sobre o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, num momento em que ambas se fundem numa coisa só. Já não há separação entre online e offline, a linha que separa esses dois “momentos” é cada vez mais tênue. A consciência de que é fundamental otimizar a utilização do tempo de produzir para desfrutar do momento de ócio está cada vez mais presente na sociedade de modo geral.

  1. Pode citar algum exemplo legal?

​Está comprovado que empresas que investem no bem estar dos funcionários têm melhores resultados. Google e Facebook têm programas sólidos de wellness para seus colaboradores, que incluem alimentação balanceada, espaços para massagens e intervalos para meditação.

O que você come influencia na produtividade

Pois é, isso já é meio óbvio, mas a nutricionista Pri Riciardi, que é nossa coworker, deu 6 dicas que rompem com vários paradigmas, são simples de colocar em prática e, segundo ela, uma semana vai ser suficiente para sentir a diferença. Vou dar spoiler: o café não é tão bom para a produtividade como a gente imagina, olha só porque:

Gostou? Então vou aproveitar e te fazer alguns convites:

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  • Você já sabe, mas não custa lembrar: hoje o nosso principal canal de comunicação são as Quentinhas, newsletters semanais com tudo que acontece por aqui e pelo mundo. Assine!

Como terminar uma apresentação arrasando

Você sabe que é importante ganhar a atenção do seu público desde o começo de uma apresentação, painel ou palestra. Mas, se o começo tem que estar impecável, o andamento dela e o final também são importantíssimos.

Além de caprichar muito no conteúdo da sua apresentação e desenhá-la desde o início pensando nos pontos altos e baixos para a plateia, você também precisa se atentar para a maneira de se apresentar.

A gente já listou as 10 frases que estragam qualquer apresentação para você não errar na hora de falar com uma plateia e, agora, vamos te mostrar como terminar uma apresentação arrasando e transformar o seu último slide em um grand finale.

1. Esqueça o slide “Perguntas?”

É muito mais interessante que as perguntas sejam feitas e respondidas conforme a apresentação for acontecendo. Isso garante que elas estarão relacionadas ao conteúdo apresentado e que a resposta esteja fresquinha e bem formulada na sua mente. Então pode tirar esse slide final do seu arquivo: deixe que as pessoas se envolvam com o que você está passando para elas e incentive isso. Com certeza isso vai deixar todo mundo mais interessado.

2. Use um call to action

O objetivo da maioria das apresentações é levar as pessoas a tomarem uma atitude: estudar aquele assunto, avaliar aquele conteúdo bem, comprar a ideia ou investir no seu negócio. Um jeito legal de terminar sua fala, então, é colocar algum comando no imperativo, como “participe”, “apoie essa causa” ou uma frase que tenha relação com o produto, serviço ou projeto que você está apresentando.

3. Saiba como terminar uma apresentação com uma história

Outra ideia que pode destacar sua apresentação é finalizar com histórias que sintetizem e exemplifiquem o que você explicou anteriormente. O poder que boas histórias têm sobre a atenção das pessoas é fenomenal (você pode aprender um pouco mais sobre isso nesse Curso de Storytelling).

Não precisa ser uma longa história – até para que ninguém fique cansado e comece a te achar uma pessoa monótona -, mas você pode contar uma história que aconteceu com você, com alguém que você conhece ou até mostrar uma palestra do TED Talks que tenha a ver com o seu conteúdo.

4. Coloque uma frase famosa, inspiradora ou divertida

Gente que sabe como terminar uma apresentação do melhor jeito costuma colocar quotes no final da apresentação, depois de mostrar um projeto longo ou propostas com muitos números e dados. Faça isso de uma forma que leve a galera a pesquisar mais sobre o conteúdo ou, ainda, que sintetize o que você falou e faça as pessoas rirem um pouco. Procure autores, referências de filmes, séries e até frases famosas de personagens queridos pelo seu público — e que tenham a ver com o seu negócio!

5. Entregue o seu conteúdo de alguma forma

Tem um slide legal? Passou vídeos ou posts de algum blog? Disponibilize isso para quem está assistindo. No final da sua apresentação, você pode liberar o arquivo com o que você mostrou ou pedir a autorização das pessoas para enviar um e-mail com todas as considerações da reunião. É legal para quem te assistiu ter acesso a isso depois que você for embora: eles podem rever termos, estudar o conteúdo ou levar a informação para outras pessoas (além de sentirem que você se importa com elas ao disponibilizar o que apresentou!).

Dica extra: capriche na hora de planejar sua apresentação desde o início

Nenhuma apresentação consegue prender a atenção do público 100% do tempo. Quando você ainda está anotando algumas ideias no papel, começando a planejar sua fala, já é possível perceber quais serão os pontos altos e baixos daquela apresentação.

O principal de tudo é saber organizar esses pontos magistralmente para que o público tenha a melhor experiência possível, mantenha o foco e absorva o seu conteúdo.

Quer saber na teoria e na prática como narrativa, formato, conteúdo, oratória, comunicação não-verbal, emoções, e, é claro, uma dose de storytelling funcionam?

Produtividade sem bullshit: seja dono do seu tempo

Você sabia que não sente o tempo passar da mesma forma que seus pais ou avós? A associação de tarefas no trabalho, estudo, criação de projetos e momentos de lazer acabam fracionando aquelas 24 horas que o nosso dia supostamente teria.

Mas calma, você não está ficando maluco: estudos de diversos autores e linhas de pesquisa comprovam que a nossa percepção de tempo realmente mudou. Para a psicóloga Claudia Hammond, autora do livro Time Warped: Unlocking the Mysteries of Time Perception, o sistema cerebral registra a passagem do tempo de forma flexível, variando de acordo com emoções, expectativas e tarefas executadas em determinado período.

Já o escritor norte-americano Nicholas Carr, finalista do Pulitzer pelo livro The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains, atribui à internet essa mudança de percepção do tempo, considerando sua instantaneidade como a responsável pela busca de um imediatismo irreal.

Na prática, independente da explicação racional, precisamos encontrar maneiras efetivas para aumentar a produtividade diária e riscar a nossa (quase) interminável lista de tarefas do dia – seja ele composto por 24, 15 ou 5 horas.

Se livre da procrastinação, a grande vilã da produtividade.

Se livrar de múltiplas tentações, como “só” mais um episódio daquela série da Netflix, para focar em determinada atividade (que é bem chata na maioria das vezes) é um desafio diário para os procrastinadores. Mas afinal de contas, por que procrastinamos tanto?

Isso acontece quando acreditamos que o nosso “eu do futuro” é capaz de dar conta de atividades deixadas para trás pelo nosso “eu do presente” – o que é verdade, mas causa estresse, desgaste e uma grande sensação de fracasso. Para a nossa sorte, uma pesquisa recente de Daphna Oyserman, professora, psicóloga e pesquisadora da University of Southern California encontrou o que parece ser a chave para essa questão.

“Pense no futuro usando métricas em meses ao invés de anos, dias ao invés de meses e horas ao invés de dias, assim, futuro e presente parecem conectados e, portanto, harmônicos ao invés de conflitantes”.

Daphna chegou a essa conclusão depois de dividir o estudo em dois momentos. Primeiro, 162 participantes precisaram imaginar um evento (seu casamento ou uma reunião capaz de mudar o futuro profissional) e definir quando ele aconteceria. Alguns previram isso em dias – na próxima sexta-feira, no dia 15, daqui a três dias. Outros participantes quiseram deixar os acontecimentos para o futuro e os projetaram para dois meses, seis meses, um ano.

O segundo momento do estudo envolveu 1.100 voluntários e, dessa vez, as pessoas deveriam pensar qual era o momento certo para começar a guardar dinheiro para a aposentadoria. Novamente, cada um entregou datas diferentes, pensando em dias, meses e anos.

A pesquisadora analisou os resultados, ligou os pontos e chegou a uma grande resposta: quem planejou as datas em dias – tanto na primeira quanto na segunda fase – foi capaz de se organizar melhor no calendário e pensar em sua rotina com antecedência. O planejamento dessas pessoas ficou adiantado em 30 dias na fase dos eventos e 4 meses na organização da aposentadoria.

E o que isso significa? Diminuir as unidades de medida do tempo facilita a compreensão de cada tarefa, ajuda a você a projetar cenários e organizar sua rotina em etapas menores (e, logo, mais fáceis de realizar).

O que é urgente e o que é importante?

Um dos pontos fundamentais para aumentar o nível de produtividade é definir as prioridades do dia. Urgente é algo que exige atenção imediata, enquanto as tarefas importantes são aquelas que possuem impacto (sendo concluídas ou não), um prazo e podem se tornar urgentes.

Resumindo: urgente é aquilo que se não for feito vai dar m* e importante é aquilo que quando feito vai dar resultado.

Dividir suas atividades dessa forma só é possível com uma organização realista e funcional. Confira essas dicas que vão colocar tudo em seu devido lugar e aumentar a produtividade:

Reserve a primeira hora do dia para montar sua agenda.

Dessa forma, você consegue analisar tudo o que vai acontecer nas próximas horas de uma maneira sistematizada.

Separe os compromissos pessoais e profissionais por cor.

Escrever com cores diferentes cria uma divisão primordial para que você consiga definir, de forma equilibrada, quais são as prioridades – sem exceder o volume de trabalho ou o tempo de ócio.

Lembre-se: você não precisa fazer tudo sozinho!

Identifique quais tarefas da sua agenda podem ser realizadas por outras pessoas. Assim, caso precise, você conseguirá remanejar as atividades rapidamente e otimizar processos.

Não marque mais de uma reunião por período.

O trânsito é caótico e conversas se estendem. Ao marcar diversos compromissos no mesmo período, você vai acabar sempre atrasado, cansado e com fome.

Diga não.

É normal ficar tentado a pegar mais projetos, atender mais clientes e fazer mais freelas, mas esse acúmulo resulta em ideias pela metade, pessoas mal atendidas e trabalhos atrasados. Seja honesto com você mesmo e só aceite algo quando realmente tiver algum tempo sobrando. Não sabe como fazer isso? Confira algumas dicas para dizer não sem machucar.

O feito é melhor que o bem feito.

Para determinadas atividades, o resultado esperado é a entrega em um curto prazo e não a qualidade da ação. Identifique quais são essas tarefas, determine a quantidade de horas necessárias para terminar e não exceda o tempo reservado à atividade.

Tenha postura reativa.

É preciso saber lidar com os imprevistos durante o dia. Destaque tarefas que podem ser adiadas caso algo urgente aconteça, para não ser pego totalmente desprevenido.

Ferramentas gratuitas e realmente úteis para aumentar a produtividade.

Trello – ideal para gestão de projetos.

Com muita versatilidade no gerenciamento, essa ferramenta se adequa totalmente ao perfil e necessidades de cada usuário. Com uma interface simples e intuitiva, o Trello vai de grandes planejamentos estratégicos, que envolvem diversas pessoas, ao projeto e organização de viagens solitárias.

Google Agenda – ideal para quem vive esquecendo reuniões.

Como o próprio nome denuncia, é uma agenda virtual e serve para organizar suas tarefas. A principal vantagem do Google Agenda, além da visualização ampla de todos os compromissos no dia, semana ou mês, é a fácil edição dos lembretes: basta ter acesso à internet ou um celular na mão para modificar e receber notificações horas antes dos eventos agendados.

Goconqr – para organizar as ideias.

Os mapas mentais são formas de tangibilizar ideias e tirar os projetos da fase imaginária. Com o Goconqr, você consegue construir conexões, unir insights à execução e definir as etapas de uma ação.

Aprendemos muito sobre produtividade no Aldeia Summit, que rolou em 2016 (esse post é derivado do painel sobre produtividade que rolou). Por aqui, organizar a rotina é um assunto frequente – afinal, para realizar projetos transformadores, é preciso muito foco e força de vontade.

E você, já está pronto para o Aldeia Summit ’17? Se quiser conhecer a programação em primeira mão e ganhar desconto nos ingressos, chega mais!

 

Criatividade e resultado: como a cocriação está mudando o mundo corporativo

Cocriação, economia colaborativa, economia compartilhada. Esses termos têm ganhado cada vez mais espaço, rendido discussões e estimulado empresas a se adaptarem às novas tendências. Mas o que esses conceitos significam na prática? E como vão mudar as nossas relações com o mundo corporativo, com os clientes, com outras pessoas e até com nós mesmos?

Afinal, o que é cocriação na prática?

Esse conceito de inovação traz pessoas que estão fora do contexto do projeto ou da empresa (como funcionários de outros setores, profissionais de diversas áreas, fornecedores e clientes) e faz com que eles agreguem valor, conteúdos ou estratégias a um negócio ou produto. A cocriação ganhou destaque com as aplicações do Design Thinking e significa que diferentes pessoas, ao trabalharem juntas, são capazes de criar soluções inovadoras, funcionais e que agregam valor ao mercado, às finanças ou à experiência do público.

Criar em parceria é uma estratégia de negócios. Com esse formato, quem nem sempre participa das etapas estratégicas dos projetos de uma empresa (como novos produtos, mudanças no posicionamento, campanhas publicitárias, reorganização de equipes ou estruturação de departamentos, por exemplo) passa a colaborar com a resolução de problemas. São visões diferentes que se unem em debates, reuniões de brainstorm e na execução de uma ideia.

Na prática, a cocriação pode funcionar como uma reunião em torno de um problema em que podem participar qualquer interessado, grupos de especialistas na área, comunidades que compartilham o mesmo estado emocional ou coalizões de todos os anteriores. Independente do grupo escolhido para fazer parte do processo, a ideia central sempre é agregar criatividade para alcançar soluções inovadoras e funcionais.

Ainda existem algumas dúvidas sobre o valor promovido pela cocriação, mas os exemplos (cada vez mais numerosos) deixam claro que, além de permitir a exposição de ideias daqueles que estão diretamente envolvidos com o problema, ela ajuda o participante a se sentir mais próximo da organização –  e essa proximidade fortalece a empresa e ajuda a mudar o mundo corporativo.

Onde a cocriação já foi aplicada (e triunfou)?

Grandes corporações têm adotado a cocriação para seus projetos mais importantes: a LEGO, por exemplo, já faz isso há algum tempo com o LEGO Ideas. DHL e DeWALT, empresas que atuam em mercados mais conservadores, também já inovaram usando o método. Até o time de futebol inglês Manchester City apostou na ideia e envolveu seus milhares de torcedores no desenvolvimento de uma nova marca para o clube.

A DeWALT, fabricante líder de ferramentas elétricas, criou uma comunidade com mais de 10 mil usuários finais de seus produtos para ouvi-los e estar sempre por dentro das suas necessidades. Ao mesmo tempo em que recolhe feedback de todos os âmbitos (produtos, embalagens e até marketing), abre espaço para a sugestão de novas ideias por parte de consumidores que envolvem a empresa nas suas rotinas. Ward Smith, gerente de produto da DeWALT, diz que “todos estão tentando lançar mais ferramentas, mais rápido. Você precisa de uma ferramenta de avaliação rápida e precisa para ser mais reativo no mercado.”

O caso da DHL, maior empresa de serviços e soluções de logística do mundo, é ainda mais impressionante. Para enfrentar a concorrência e a expectativa do público cada vez maiores, a empresa realiza workshops com clientes na Alemanha e em Cingapura. Já aconteceram mais de 6 mil encontros entre a marca e seus fãs para cocriar soluções que melhorem os serviços oferecidos. Um dos resultados mais promissores desses esforços foi a criação do Parcelcopter, um projeto com drones que reduz em 75% o tempo de entrega. Os membros da comunidade cocriaram a ideia e testaram o potencial do serviço, com os resultados que, para a DHL, vão além de melhorias logísticas. De acordo com a Forbes, além de os esforços de cocriação da empresa resultarem em um desempenho de entrega no prazo de 97%, houve um aumento da pontuação de satisfação de clientes para mais de 80% depois do início dessas ações.

“O resultado de todas essas apostas foi alcançar um objetivo – ou superá-lo – com muita criatividade e um engajamento cada vez maior dos clientes”.

O que é preciso para fazer a cocriação dar certo?

Assim como qualquer novidade no ambiente corporativo, ainda é preciso superar as desconfianças que surgem na hora de implementar a cocriação. O tempo que se leva até chegar a um resultado aumenta e algumas dificuldades de relacionamento podem aparecer dentro da equipe.

Ter maturidade, oferecer um ambiente adequado e estimular o convívio saudável são as chaves para a superação desses problemas, além de saber ouvir e ter humildade. Lembre-se que, na busca por soluções reais para problemas reais, saber desapegar de ideias também é um ponto fundamental.

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Quem precisa da imaginação funcionando a pleno vapor para trabalhar sabe que é normal enfrentar bloqueios criativos com frequência. Estresse, excesso de preocupação, ambiente desfavorável, falta de direcionamento e vários outros fatores podem ser decisivos para limitar seu brainstorm quando você mais precisa. Nessas horas, ter uma ideia já é difícil, mas avaliá-la com clareza e perceber que ela não é tão boa assim é um desafio ainda maior.

Quando você se prende a uma ideia, dificilmente percebe os pontos que podem ser melhorados nela. Se aceitá-la logo de cara, em algum momento vai perceber que ela tem falhas e precisará voltar para a estaca zero. Além de frustrante, essa sina acarreta o gasto de tempo e dinheiro essenciais para o processo de cocriação. Por isso, a melhor opção para começar um processo criativo é sobrepor ideias. Liste a maior quantidade de ideias que conseguir e passe para a etapa de desenvolvimento só depois que estiver satisfeito com esses pontos de partida.

“Em grupo, essa atividade fica muito mais fácil – outra vantagem da cocriação”.

A criatividade começa na formação.

A formação criativa dos profissionais acaba sendo o maior obstáculo para empresas que querem aplicar a cocriação. Isso acontece porque o ensino tradicional mantém os modelos criados para demandas antigas enquanto o mundo exige o protagonismo dos jovens. Na vida adulta, espera-se criatividade e competências socioemocionais desenvolvidas, mas as escolas continuam aplicando cada vez mais exercícios, testes e repetições para que os alunos alcancem notas melhores. Túlio Filho reforça essa ideia:

“As escolas não estimulam a criatividade. Por isso, logicamente, os alunos não se sentem criativos”.

Em seu artigo na Gazeta do Povo, Jean Sigel lembra bem que “na velha escola, apenas aqueles alunos que se encaixam num sistema previamente formatado são os inteligentes e nota dez, enquanto os demais se esforçam para colocar suas diferenças no padrão para passarem por média.”

Para as empresas, retrato de um grande atraso: chegam ao mercado profissionais sem talento para lidar com o inusitado e limitados pela falta de estímulo à criatividade, capazes de resolver tarefas da forma mais técnica e mecânica possível. Se aparece um problema assim, resolva desta forma. Mas se o problema for outro completamente diferente, nenhuma escola ensinou que é possível encontrar diversas soluções criativas.

Os profissionais simplesmente não fazem ideia de como resolvê-lo. Um baita desafio em tempos em que a internet nos traz situações adversas e inimagináveis. Um intelectual que viveu ainda no século 20 como Albert Einstein parecia prever um problema da sociedade moderna. Costumava dizer que “loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual”!

Para mudar esse cenário, é preciso reconhecer que saber como colocar em prática as melhores atitudes e habilidades para controlar emoções, alcançar objetivos, demonstrar empatia, manter relações sociais positivas e tomar decisões de maneira responsável é tão importante quanto tirar uma nota boa na prova de matemática.

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A aposta na criatividade e no trabalho em equipe é vista como a melhor saída para os problemas de boa parte das empresas. Em uma pesquisa do Instituto IBM de 2010, 1.500 CEOs de 60 países e 33 áreas de atuação diferentes elegeram a criatividade como a habilidade essencial para os líderes atuais. As instituições (tanto no ensino quanto nos negócios) precisam estimular a participação em projetos, formar equipes com diferentes áreas do conhecimento e, principalmente, comprometer-se a desenvolver as cinco dimensões da personalidade humana: abertura a novas experiências, consciência, extroversão, amabilidade e estabilidade emocional. Ter uma parede cheia de post-its e ideias não é sinônimo de bagunça, mas faz parte do processo criativo para obter uma resposta que agrade e funcione para o cliente, o chefe, a equipe e o cidadão.

3 vantagens de envolver a criatividade na tomada de decisão.

Imagem:mwww.mutedialogue.com/

Imagem: www.mutedialogue.com/

1. Criatividade deixa o processo visual e tangível.

Com isso, encontrar soluções aproveitando a criatividade do grupo é muito mais fácil. Mas é necessário partir do princípio de que todo mundo é criativo, respeitando as referências, conhecimento, experiências e a produção que cada um acumula durante a vida.

2. Diminui o risco de erros no processo.

Do ponto de vista interno, unir profissionais com capacidades multidisciplinares para trabalhar na resolução de algum problema evita que erros apareçam no planejamento ou na execução da ideia. Aproveitando o conhecimento específico de cada um, a empresa pode atentar para vários pontos na hora da tomada de decisão e, com isso, ser bem mais assertiva. Na hora de avaliar os resultados, essa reunião de profissionais capacitados em diversas áreas reflete em um potencial competitivo muito maior frente à concorrência.

3. Promover uma sensação de pertencimento.

Empresas que busquem excelência precisam investir, valorizar e confiar nas pessoas que fazem parte dela. Afinal, são elas que fazem a organização no dia a dia. Abrir espaço para o compartilhamento de ideias e o envolvimento desses profissionais em questões decisivas aumenta a motivação dos funcionários e ajuda a mantê-los engajados e comprometidos com os objetivos da empresa.

A cocriação sempre é a melhor saída?

Nem sempre. É preciso saber a hora de aplicar esta estratégia, escolher os envolvidos a dedo, encontrar a motivação certa e focar em um assunto que traga vantagem competitiva e sustentável a, no mínimo, médio prazo. Jacques Bughin, em seu artigo para a McKinsey, diz que “a cocriação chegou para ficar. Para as empresas que descobrirem como fazê-la bem, as recompensas podem ser muito maiores que um departamento de P&D mais eficaz e eficiente.”

cocriacao, criatividade e resultados

Este artigo da Forbes mostra que a capacidade de inovar dos empreendedores, em todos os âmbitos dos seus negócio, pode ser muito aproveitada por grandes empresas – e até mesmo pelas cidades. Quando o cidadão participa do processo de decisão, as soluções surgem de maneira mais fácil, com foco no que é realmente necessário: transformar a sociedade.
Uma dica final: para quem está envolvido nos processos criativos dentro da empresa, é importante não ter medo de errar. Até o Sergey Brin, do Google, falhou –  aqui você pode ficar por dentro da história e ver os aprendizados que ele tirou dela.

Na Aldeia, a troca de ideias e a cocriação acontecem todos os dias. Um exemplo é este post que você está lendo: o conteúdo surgiu dos debates e discussões do painel “Como usar o poder da cocriação”, que rolou em novembro no Aldeia Summit, com o consultor em inovação Iuri Alencar e os convidados André Turetta e Túlio Filho. Confira tudo o que rolou.

Este ano, teremos outra edição, o Aldeia Summit ’17! Se quiser conhecer a programação e fazer parte dessa baita experiência, chega mais!

Hero99 Sessions traz design jam animadora para a Aldeia Coworking

No final de semana dos dias 19 e 20 de março, a Aldeia abriu as portas para a Hero99 Sessions, uma design jam organizada pela Hero99 com apoio da Joox e patrocínio do Fleety. O evento, apesar de ter o formato de uma jam criativa sobre design, foi aberto e gratuito para todos os interessados que se inscrevessem.

Os participantes ainda tiveram a oportunidade de ver de perto como funciona a Methodkit, metodologia sueca de organização planejamento e execução de ideias utilizada internamente pela Hero99 nos seus projetos.

As vagas para a Hero99 Sessions acabaram no primeiro dia de inscrições, e no final do evento, ainda rolou um happy hour com pizza e chopp para todos os sortudos que conseguiram garantir seus lugares na jam.

Confira no evento oficial no Facebook todos os detalhes desse encontro super produtivo e animador.