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Vá além da escrita: 5 habilidades de um bom produtor de conteúdo.

Hoje em dia, além de um bom texto e repertório, um bom produtor de conteúdo precisa aprender constantemente e procurar novas abordagens, para não ficar só nos temas e técnicas que já domina.

Mas por onde começar a buscar esses conhecimentos? O que é preciso saber para trabalhar com produção de conteúdo e falar com públicos que buscam informações relevantes e que se interessam cada vez mais por colaboração, empreendedorismo e tecnologia?

Crie conteúdo que é fácil de ler.

Isso não quer dizer que o seu texto precisa ser básico ou supérfluo. Criar conteúdo fácil de ler significa fazer a leitura fluir, seja com a linguagem certa, usando tópicos, fazendo comparações ou trazendo exemplos bacanas. Produzir conteúdo envolve muita pesquisa, já que você precisa descobrir todo o possível sobre o assunto e, ainda, colocar links interessantes na sua publicação.

Entenda o estilo do seu público.

As pessoas que acessam seu blog, leem a sua revista ou seguem você nas redes sociais são de que faixa etária? Levam que estilo de vida? Qual a melhor linguagem para falar com esse público? Entender isso ajuda a construir linhas de raciocínio e textos ainda melhores. E não vale só para um blog ou materiais impressos! A forma como você se comunica no Facebook, no Twitter, Snapchat ou em outras redes sociais precisa fazer sentido e estar alinhado com aquilo que o seu público vai se interessar.

Faça bons títulos, assuntos de e-mail e chamadas.

O principal atrativo do seu texto vai ser o título. Pense em coisas que chamam a atenção de quem vai ler (lembrando sempre de combinar isso com a linguagem da sua marca). Pode ser um assunto de utilidade pública, alguma polêmica ou explicando o que a pessoa vai encontrar naquele conteúdo. Você também pode usar técnicas para construir títulos que despertem a curiosidade e instiguem a pessoa a ler o que você escreveu. Só não vale criar expectativas que você não vai corresponder no post ou apelar para o sensacionalismo.

Entenda sobre user experience.

É importante que você saiba como o seu público se comporta e como ele vai se sentir ao acessar o seu site. A navegação é fácil? O seu blog ou site funciona em todos os dispositivos? Não adianta fazer uma grande chamada no Facebook se, ao acessar pelo celular, o usuário não vai conseguir ler o seu post. Pense nisso e em como você pode adaptar o seu conteúdo – ou até desdobrá-lo – para diferentes canais, pensando na experiência do usuário e usando, até, o design como um aliado na produção do seu conteúdo.

Tenha noções de marketing.

Não adianta só usar palavras bonitas: estude marketing digital e entenda como aplicar técnicas de SEO em suas publicações, por exemplo. Pode ser que você precise procurar termos de pesquisa, trend topics e assuntos do momento para relacionar e, até, inserir como palavras-chave em seu texto. Na internet, as pessoas clicam no que interessa para elas e, por isso, é fundamental que você entenda quais são os interesses das pessoas que você quer atingir. E não entregue qualquer conteúdo! Faça coisas que você sabe que, além de trazer atenção para a sua página ou blog, sejam compartilháveis e sejam exatamente o que as pessoas querem saber (ou, se não querem, logo vão descobrir o quanto precisam).

 
Curtiu? A gente se inspirou nesse post aqui.

Storytelling: por que e como usar histórias na sua marca ou empresa

Era uma vez um leitor que está careca de saber que, hoje em dia, a forma de levar uma mensagem para o consumidor mudou e, para chegar até o seu público, não basta pensar em uma grande campanha publicitária. Um exemplo disso são as estratégias de mídia digital, o inbound marketing, as técnicas para postar nas redes sociais e, também, as histórias voltadas à geração de negócios, o storytelling.

Contar histórias faz uma marca ganhar credibilidade e o storytelling não fica só nos livros ou materiais publicitários. É possível aplicar os conceitos de construção de histórias na hora de vender uma ideia, um projeto, planejar e posicionar sua marca. Olha só:

Toda empresa começa com uma história.

storytelling empresa

As pessoas estão sempre vivendo boas histórias e compartilhando isso com amigos. Com as marcas não é diferente: tente aplicar a história de como a empresa surgiu, uma característica única do seu negócio ou das pessoas que o colocarem em pé. Histórias assim criam identidade para a empresa e, principalmente, se aproximam do consumidor como algo tangível, próximo, que – assim como ele e seus amigos – viveu, aprendeu e passou por perrengues e desafios para entrar no mercado.

Mas não basta só contar a história,

A narrativa tem que ser interessante.

narrativa interessante storytelling

Pense no formato que você quer dar à história: ela vai ser levada para um anúncio impresso? Um filme? Vai aparecer nas paredes da sua empresa ou ser contada para quem visitar o lugar?

Isso ajuda você a conhecer as pessoas que vão ouvir sua história e escolher a melhor forma de apresentá-la. Tenha sempre em mente que não basta sentar em uma roda perto de uma fogueira e pensar que todos vão se interessar pelo que você vai contar. Adicione elementos que intriguem as pessoas, crie proximidade ou, ainda, faça a sua marca surgir como uma solução para os problemas – dos clientes, do mundo e até mesmo os seus próprios.

Entenda os conceitos antes de aplicá-los.

conceitos storytelling

Antes de formatar a história de quem sua empresa é, entenda como esses conceitos se encaixam no que você vai contar e use os elementos do storytelling a seu favor. Toda história é construída por alguns conceitos-chave: objetivo, obstáculo, desastre ou reflexão, dilema e decisão.

O objetivo é onde o personagem quer chegar. Qual objeto mágico ele precisa recuperar, qual degrau quer alcançar. Uma empresa de comunicação que quer conquistar a conta de um grande cliente. Um matemático que sonha em abrir sua própria escola para dizer que, ei, contas são legais. Um empreendedor que tem o sonho de melhorar a forma de trabalhar na cidade.

Obstáculo, bem, é o muro entre o personagem e o objetivo – e precisa ser superado. Concorrentes, um mercado difícil de investir, a crise, pessoas que não acreditam que sua ideia pode funcionar. Descubra quem (ou o quê) são os vilões da história.

Quando um desastre ou uma reflexão aparecer, nada de pânico. É um elemento necessário para construir pontos de virada na história – ou seja, superar os obstáculos entre sua empresa e o seu objetivo, mesmo que, nesse momento, você esteja incerto, sem forças ou prestes a cair de um daqueles muros. Pode ser uma parceria que não deu certo, a dificuldade em implementar seu negócio ou investidores rindo de você em uma reunião.

Mas mantenha a calma ao lembrar dos desastres. Depois deles, surgem os dilemas – uma proposta que você precisa aceitar, um novo parceiro, chances de fazer a empresa crescer – e, em seguida, as decisões. São os pontos da história que você pode começar a andar em círculos, sem saber exatamente o que fazer, criar caminhos para superar os obstáculos e atingir seus objetivos.

Esses conceitos não precisam aparecer nessa ordem e podem, muito bem, se repetir na história. Perceba quais são valiosos para a construção da sua narrativa.

Transforme sua empresa em um herói.

jornada do heroi storytelling

Outro conceito bem importante das histórias é a Jornada do Herói.

Não quer dizer que sua empresa precisa ter uma história como a do Super Homem (a menos que esse seja o seu objetivo). Mas personificar sua marca ou colocar um personagem que a representa, precisa dela ou pode ajudá-la faz com que sua história ganhe cada vez mais as características de uma narrativa e se apresente como algo que o consumidor vai querer conhecer ou compartilhar.

Esse vídeo explica todos os passos da Jornada do Herói, vale conferir.

Conheça seu arquétipo.

storytelling personalidade

Se o herói é a figura principal da história, é preciso conhecer sua personalidade e descobrir como posicionar sua marca. Os arquétipos, que vieram da psicanálise para a comunicação, são características que, em todo o mundo, é possível identificar e entender.

Mas atenção: um arquétipo não é um estereótipo. Eles são atemporais, muito mais complexos e precisam apresentar lados bons e ruins. Personagens perfeitos são chatos e fora da realidade: para aproximar pessoas de uma história, é preciso falhar.

Inspire-se!

storytelling inspiração

Leia livros e histórias em quadrinhos. Assista a filmes e seriados. Conheça todas as variações e aplicações das suas histórias favoritas – o transmedia de cada uma. Cada referência é fundamental para você construir a sua história e dar mais profundidade e veracidade ao que você quer vender.

Ah! E para você entender como aplicar todos os conceitos e se inspirar ainda mais, a gente separou alguns links legais:

Aqui tem alguns exemplos de marcas que usaram o storytelling.
Aqui você aprende a começar o seu texto.
E aqui tem algumas dicas da Pixar para escrever seu posicionamento, anúncio ou roteiro ganhador do Oscar.

Quer aprender mais? Dá uma olhada no curso de Storytelling do Aldeia Lab!

Como começar um bom texto: passo a passo

Ficar durante horas diante do computador, com o cursor piscando, piscando, piscando… E nada. Quem nunca? Começar um bom texto nem sempre é uma tarefa fácil. Temos todas as ideias, temos conteúdo, temos um prazo a cumprir – geralmente bem apertado – mas temos também esse início de escrita para enfrentar. Pensando nessa dificuldade, elaboramos dicas para que você pule rapidinho essa etapa de sofrimento e vá direto para o filet mignon da sua escrita sem perder muito tempo!

Eu consigo identificar, geralmente, dois problemas que as pessoas enfrentam ao começar um texto: eles podem acontecer na hora de tirar as ideias da cabeça e colocá-las no papel ou na hora de dar o “start” mesmo na escrita. Aqui vão dicas para ajudar a resolver as duas coisas!

Primeira parte: tire as ideias da cabeça e coloque no papel

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Dica número 01, 01, 01: Pense sobre o que você sabe a respeito

Essa é a primeira pergunta que todo mundo deve fazer a si mesmo se está com dificuldade de escrever. Às vezes não fazemos isso porque ficamos frustrados por tomar consciência de que não conhecemos tanto o assunto quanto gostaríamos ou deveríamos. Contudo, o domínio do conteúdo é fundamental para que sua escrita seja clara e honesta para com o seu leitor. Então não tenha medo de fazer essa autoanálise e perceber que é importante pesquisar mais sobre o assunto, dar uma olhada novamente nas últimas publicações sobre o tema, redigir fichamentos do que já leu. Pense que lançar esse olhar para si antes de começar é muito melhor do que chegar ao final do processo e perceber um texto mal escrito.

Dica número 02: Faça um organograma para saber por onde o texto vai caminhar

Depois de dominado o conteúdo, é possível pensar na estrutura de seu texto como um todo. Geralmente os problemas com o início de um texto acontecem justamente pela falta de uma visão mais global, mais panorâmica dele. Digo isso porque geralmente quando não se sabe por onde começar, também não se sabe como continuar. E assim, o texto fica meio “à deriva”, seguindo um fluxo que pode vir de ideias que nem sempre estão organizadas.

Esse problema pode ser resolvido ao elaborar o que eu chamo de “organograma de ideias” de um texto. Ele deve seguir uma estrutura de raciocínio bem clara e completa, e não ser somente um “agregado de ideias” que vieram na mesma ordem do que os seus pensamentos na hora de escrever. Eu, por exemplo, criei esse organograma aqui pra escrever esse texto pra vocês:

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Segunda parte: mão na massa!

Ok. Já sabemos qual é a ideia principal e por onde podemos começar a “atacar” nosso texto. A primeira frase pode ser uma ótima mola propulsora pra você “engatar a primeira” e taaan tan taaaaan (música do Ayrton Senna de fundo), só vai! Então aqui vão algumas dicas e exemplos que podem te ajudar:

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Afirmação:

Um ótimo começo é fazer uma (ou várias) afirmação sobre o tema principal. Olha só:

Uma afirmação:
A crise financeira assola toda a população brasileira. Levantamentos econômicos apontam que…

Várias afirmações:
Noite do dia 22 de agosto. Jovens em uma balada conhecida de Curitiba. Bebidas, risadas, amigos. Tudo para ser um cenário completamente oposto da tragédia anunciada nos jornais no último final de semana.

Pergunta

Outro jeito de começar é lançar um questionamento sobre o tema. Geralmente perguntas são um bom caminho para criar empatia com o leitor. Você pode fazer uma pergunta que se refira a um problema que ele esteja enfrentando, ou sobre uma dúvida que ele pode ter também, olha só:

Já sabe o que vai fazer no feriado? O post do blog da Aldeia traz várias dicas para você não ficar sem fazer nada e aproveitar muito seus dias de folga.

Você já viu aquelas criaturinhas amarelas, com uns óculos gigantes e que falam uma língua muito esquisita e engraçada? Os minions têm feito muito sucesso, inclusive para além das telas do cinema.

Apresentar pontos de vista diferentes

Para começar textos que apresentarão embate entre opiniões, pontos de vista distintos, um caminho possível é inicia-lo com duas frases que apresentem brevemente quais são os dois pontos a serem trabalhados:

De um lado, professores lutando por melhores condições de trabalho. De outro, ajustes fiscais severos por conta da crise que assola o país.

Dica bônus

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Para finalizar, a dica bônus, para você guardar no coração com muuuuuito amor, carinho, alegria, emoção, etc.: Um texto sempre é escrito para o leitor. Parece bobo, mas geralmente nos esquecemos de pensar que escrevemos um texto não para nós, mas para os outros. A finalidade do seu texto não é somente contar o que você sabe, mas ser acessível para todos. E pensar nisso é lindo, porque nossa escrita só faz sentido quando alcança o outro, né, gente?

Agora que você já sabe por onde começar, dá só uma olhada nessas dicas para escrever ainda melhor.