Jade Quoi | Aldeia | Movimento de Realizadores

Bunda Dura Não Treme: o crescimento do BDNT como negócio e movimento

Aqui na Aldeia existe um evento chamado Empreendedores Transgressores, onde a gente mostra que empreender é um ato de coragem. Mais do que isso, é um mundo que muitas vezes vai surgindo das nossas dores e acaba abraçando mais gente do que imaginávamos – sim, o que nos incomoda também está incomodando muita gente por aí, como descobriu a Jade com o BDNT (Bunda Dura Não Treme).
A questão é que Jade Quoi foi convidada para participar da 4ª edição do Empreendedores Transgressores e foi só a partir daí que ela se deu conta de que era uma empreendedora de fato. Se você não está entendendo nada, vou te explicar: a Jade criou um grupo de dança diferente de tudo que existia por aí, voltado só para mulheres e que trabalha inseguranças e consciência corporal. O grupo começou devagarinho e hoje se tornou o espaço BDNT, que vai além da dança. 
Mas Jade, que estudou dança a vida toda, teve que se virar nos 30 para entender o que essas aulas significavam, como isso poderia ser um negócio, que além de grana, também desse um propósito para sua carreira. Hoje, 3 anos depois da primeira aula, a gente resolveu perguntar como ela foi enxergando essas novas oportunidades dentro de um negócio que já estava dando muito certo. A entrevista inteirinha está aqui, mas antes, confira a palestra da Jade no Empreendedores Transgressores:

 O estalo: dá para ganhar dinheiro

“O BDNT era só para ser uma aula de dança divertida, sabe? Demorei muito pra entender que eu tinha que valorizar o que estava fazendo, e que nessa valorização o dinheiro estava incluso. Acredito que tive muita sorte, por ser um pequeno investimento inicial e por ter tido muitas alunas, desde o princípio o BDNT me deu retorno financeiro, mas eu não olhava ele como trabalho. Com uns 2 meses de aulas, entendi que ele poderia ser minha única fonte de renda, e então comecei a ver o BDNT como trabalho, e a tradução disso é:

me dediquei muito mais, fui atrás de ajuda para entender como conduzir as aulas de uma maneira mais ética e responsável, comecei a entender o quanto de dinheiro entrava, como entrava, o quanto saía, e aí eu fui começando a ser essa empreendedora que só descobri que sou no ano passado, no evento dos Empreendedores Transgressores.

De forma rápida, o momento que me fez entender que podia ganhar dinheiro com o BDNT foi o momento em que vagas começaram a esgotar e a procura pelas aulas começou a aumentar!”

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Cresceu e se tornou um espaço

“Ter o espaço foi uma caminhada muito longa mesmo em 3 anos, de muita paciência e economia de dinheiro, que não necessariamente estava pensado em destinar ao BDNT, mas foi o que aconteceu. Além do que, agora não estou sozinha, uma das primeiras alunas do BDNT, (a que gritou “BUNDA DURA NÃO TREME” em uma aula e deu nome ao projeto), agora é minha sócia. O nome dela é Karin Braun e estamos amando tudo isso! Eu amo muito ter meu espaço, minha casa, meu momento sozinha… sou muito do físico. Nesses 3 anos de BDNT, passamos por 3 casas diferentes, cada uma com seu jeitinho e forma de funcionar. Todas me trouxeram aprendizados ótimos, mas desde que eu saí da primeira, senti a necessidade de ter o meu espaço das aulas também, mas sabia que não era o momento. Fui interiorizando em mim as melhores coisas que vivi nessas 3 casas por onde passei e fui idealizando o que gostaria do espaço próprio do BDNT, que é para empoderar mulheres, ou seja: dar poder por meio do conhecimento de outras formas (além da dança).”

Como identificar oportunidades para o BDNT

“Está sendo um mega desafio entender o que as mulheres de Curitiba e região estão querendo, mas estamos arriscando e acredito que mesmo sem muito público ainda, vai rolar, vai dar boa! Nós queremos que o BDNT vá muito além das aulas de dança e do público dessa aulas, queremos mulheres mais velhas, mais novas, adolescentes, queremos que esse espaço seja preenchido por essas mulheres e passe o conhecimento que elas querem adquirir! Estamos fazendo várias reuniões com mulheres incríveis para montar propostas novas, de autoconhecimento e conhecimento social, e está sendo muito rico. E estamos mapeando quem é nosso público, porque essa mudança de BDNT dança para BDNT espaço ainda não está clara para todo mundo. Queremos que aqui seja um espaço para mulheres se sentirem bem e aprenderem, mas também é para ser um espaço para todxs!”

Sobre habilidades e aprendizados do processo

“Tive que desenvolver 9843948348 habilidades e ainda tenho que desenvolver muitas mais. Tive que aprender a ver meu negócio como um negócio, tive que aprender a saber cobrar e fazer contas, tive que aprender a criar e respeitar regras que fazem meu negócio funcionar, tive que aprender a ser empática e paciente, ish, e muitas coisas mais…

Como dançarina tive que entender que eu não consigo estar no meio da dança porque a competitividade me afeta demais e que se as alunas do BDNT esperam uma aula super técnica e uma evolução rápida, elas precisam encontrar uma outra aula além do BDNT, que foque no que elas querem. Curitiba têm escolas e professoras de dança sensacionais! Como psicóloga eu tive que aprender sobre limite, espaço e respeito. Tenho que ter consciência do que eu falo nas aulas e de como acolher cada aluna. Preciso saber que o BDNT não é uma sessão de terapia: eu uso a psicologia para criar um ambiente agradável e acolhedor, mas sei que não é terapia, mesmo podendo ser terapêutico para algumas.” Antes de continuarmos:

 

Criando um movimento na cidade, gerindo uma comunidade

“Isso é muito louco! Cidade? Isso é grande demais pra minha cabeça e corpo digerir! Brincadeiras à parte, eu acho incrível que mulheres estejam se permitindo ser quem são e usem o BDNT para se libertar e se unir mais e mais! Eu acredito que a prática que eu tenho é ser eu mesma, ser sincera e pedir ajuda quando preciso. Quando tem algo me angustiando, sinto que usar o grupo do BDNT para liberar essa angústia é uma ótima opção. Um exemplo foi agora, no dia 3 de março, um dia antes da nossa inauguração, que o espaço todo da sala de aula alagou com a chuva que rolou. Eu e Karin combinamos depois de secar tudo que não íamos contar pra ninguém, segue o famoso baile, vamos só aproveitar a inauguração, mas estávamos tão devastadas que vimos no grupo uma oportunidade para nos abrir, e nos abrimos… Foi a melhor coisa que fizemos, fomos acolhidas de muitas formas e encorajadas a continuar com tudo. Fomos lembradas da nossa força!”

Próximos passos para o BDNT

“ENCHER ESSE ESPAÇO DE MULHERES E DE CURSOS PARA ELAS! Estamos no início desse processo de ter um espaço, então estamos fazendo muita pesquisa sobre o que as pessoas querem de nós e o que mesmo cabe ao BDNT e no BDNT. O passo maior é provar que toda mulher é capaz, e fazer com que cada uma delas (de nós!) entenda isso e se aproprie disso!”

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Jade Quoi venceu o Destrava Awards na categoria Girl Power

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16 pessoas e iniciativas para você ficar de olho em 2018

Atenção: o ano nem começou ainda e a gente já está adiantando tendências por aqui. E é bom você ficar de olho, sabe por que? Essas 16 iniciativas foram as vencedoras do Destrava Awards, premiação que angariou quase 8 mil votos em 6 dias.

Além da votação popular, o prêmio contou com a participação de um time de curadores de tirar o chapéu. Foram 18 pessoas engajadas, que estão ganhando espaço e respeito com seus trabalhos em Curitiba e que ficaram responsáveis por selecionar, entre os 5 indicados, o melhor de cada categoria.

Aliás, as categorias são Arte, Alô Mundo, Evento, Firma, Gastronomia, Girl Power, Oi, Sumido e Social.

E isso que foi a primeira edição, hein? Agora dá uma olhada nessa galera que está destravando a cidade com movimentos inovadores e ousados:

1. Orquestra Filarmônica de Curitiba // Arte – voto popular e curadores

Com um repertório amplo e diversificado, a Orquestra Filarmônica de Curitiba ganhou na categoria Arte – tanto na votação popular quando na votação dos curadores! Parece que esses destravadores estão em outro patamar, mostrando como fazer música com excelência e concertos diferenciados.

2. Puta Peita // Alô, mundo – curadores

Alô, mundo! A Puta Peita chegou e já tomou conta das ruas. A ideia aqui é vestir opinião e levar isso para o mundo. O projeto cocriado de camisetas usa frases impactantes para criar reflexões e incômodos importantes e pertinentes.

3. Endeleza // Alô, mundo – voto popular

A Endeleza é uma organização que busca promover o desenvolvimento humano e comunitário de comunidades em situação de vulnerabilidade através de três pilares: educação, empoderamento e sustentabilidade. Hoje eles atuam no Quênia e no Paraná, mas está crescendo mais que a cidade e ganhou na votação popular.

4. Manoo // Evento – voto popular

Ainda sobre fazer com o coração, temos a Manoo, um evento que celebra a produção local, autoral e manual, em um ambiente com música, gastronomia e atrações infantis. É praticamente uma celebração do encontro e faz sentido ganhar como Evento destravador.

5. Subtropikal // Evento – curadores

Conectar pessoas, ideias e espaços para criar uma vazão criativa na cidade é o que faz o Subtropikal, festival que já soma duas edições e contando. A programação do Festival sempre tem a duração de uma semana e está fundada em três bases que convidam as pessoas a explorar, refletir e curtir a cidade, saindo de zona de conforto de suas bolhas ideológicas.

6. Oficina da GASP // Firma – voto popular

Já pensou num lugar onde calçados são feitos à mão e sem gênero? Ele existe e é mantido por 3 entusiastas que criam, modelam e produzem recriando técnicas da sapataria clássica. Liberdade, criatividade, conforto e revolução são alguns dos pilares que sustentam a GASP, empresa que se destacou esse ano e tá ai representando na categoria Firma.

7. Contabilizei // Firma – curadores

Eleita pela revista FastCompany entre as 10 empresas mais inovadoras da América Latina em 2017, a Contabilizei é um escritório de contabilidade online. Unindo plataformas inteligentes e contadores incríveis, eles revolucionaram esse mercado tão tradicional.

8. Ca’dore Comida Descomplicada // Gastronomia – voto popular

Uma vila gastronômica ao ar livre ganhou o coração dos curitibanos tão rápido que já é quase patrimônio da cidade. Com opções para todos os gostos, a Ca’dore conta com um projeto inovador de lojas contêineres e um paisagismo encantador. Tá aí a consagração no voto popular na categoria Gastronomia.

9. Coletivo Alimentar // Gastronomia – curadores

Unir gente que está pensando comida é o propósito do Coletivo Alimentar, que também é café, restaurante, coworking, padaria, mercado, horta urbana. Além disso, o espaço propõe pensar o empreendedorismo com protagonismo e responsabilidade para levar seu negócio adiante.

10. Central do Abacaxi // Gastronomia – curadores

Bom mesmo é quem usa comida como pretexto para encontros, né? Pois então, a Central do Abacaxi faz isso sendo uma cozinha itinerante, que acredita no comer como uma experiência. Os curadores ficaram com tanta água na boca na hora de votar, que acabaram empatando essas duas lindezas que são a Central do Abacaxi e o Coletivo Alimentar.

11. Laís Graf // Girl Power – voto popular

Ela é jornalista e resolveu fazer frente às mulheres makers por aí. Hoje a Laís Graf é editora da make mag, um portal de conteúdo que ajuda mulheres a tirarem sonhos do papel e colocarem na rua. Aliás, essa foto no Girlboss Rally mostra que ela vai longe e leva as minas junto com ela.

12. Jade Quoi // Girl Power – curadores

Essa destravadora de quadris coordena o BDNT (bunda dura não treme) com aulas que estimulam o amor próprio e a auto-estima. A ideia de Jade é ensinar a lidar com a frustração através da dança, estimulando o empoderamento feminino e o fortalecimento do vínculo entre as mulheres.

13. ZTGT // Oi, sumido! – voto popular

A ZTGT é um movimento cultural curitibano que busca dar visibilidade para artistas independentes e promover o desenvolvimento de pessoas. Ou melhor, era. Mas, ao que tudo indica, o prêmio foi um ponta pé para mostrar que a gente está com saudades e que eles já podem voltar!

14. Réveillon fora de época // Oi, sumido! – curadores

A genialidade tomou conta de quem pensou: bom, já que o ano só começa depois do carnaval, nada melhor do que comemorar com um réveillon. Pena que acabou. Agora ano novo só uma vez por ano.

15. Transforme Sorrisos // Social – voto popular

Levar para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade mais que acesso à cultura, a ONG leva sorrisos através do voluntariado e da prática de boas ações. Parece que tem ganhado vários corações e o voto popular também, sem nem precisar de superpoder pra isso.

16. Good Truck // Social – curadores

O Good Truck circula a cidade recolhendo alimentos bons (não preparados) que seriam descartados, voluntários e colaboradores preparam o alimento em uma cozinha base e as refeições são servidas, através do caminhão, ao público em necessidade. A ideia é diminuir dois problemas sociais: o descarte de alimentos bons para consumo e alimentar uma população carente com alimentos dignos e saborosos.

 

Impossível não ficar inspirado nesse começo de ano, não é mesmo? Aproveita para ler também 5 histórias de empreendedores transgressores que você precisa conhecer e Hackerativismo: como pessoas comuns estão tomando as rédeas da política.

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