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Diário de uma empreendedora novata: quando é a hora de desacelerar? (parte 3/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Em abril, A Aldeia me convidou para publicar meus relatos sobre como está sendo toda essa coisa nova de empreender: das pequenas dificuldades até as grandes conquistas. Quem está chegando agora pode ler a primeira parte aqui e a segunda parte aqui. Espero que vocês estejam curtindo minhas experiências, aprendendo e seguindo em frente sem medo. Então, vamos lá:

Sempre aprenda coisas novas

Final de semana intenso! Vim fazer um curso de planejamento em mídia digital aqui na Aldeia e passei dois dias mergulhada em planilhas, negociações, formatos de anúncio, veículos de mídia e termos como CPC, CPM, CPA e mais. Eu amo fazer esse tipo de curso, não consigo sossegar meu cérebro. Eu preciso estar alimentada de conhecimento o tempo todo e a parte que mais gosto é poder compartilhar isso depois com as pessoas ao meu redor. É delicioso!

Se você não tem muito esse hábito de estudar e se aperfeiçoar, tudo bem. Um hábito é criado com muita facilidade, mas é bem fácil mudá-lo pra outro hábito também, algo que nos faça evoluir mais e nos desenvolver enquanto profissionais, seres humanos e o que mais você quiser. Meu conselho é: procure na internet esses cursos rápidos, assim você não precisa de um compromisso frequente com isso e aprende algo bem rápido. Dê a você essa chance, isso vai fazer toda a diferença no trabalho que você entrega pro seu cliente e no final das contas todo mundo fica feliz.

Busque seu equilíbrio

A intensidade com que tenho trabalhado juntou com a carga de conhecimento que recebi do curso no final de semana, mais os compromissos que tive com meus amigos e agora o cansaço bateu fortemente. A gente esquece que temos uma parte muito importante pra cuidar, o nosso corpo. Sem ele, a gente não faz nada, né? Eu não me cuidei esses dias todos, trabalhei demais e fiquei muito tempo acordada e o resultado agora é que minha performance caiu muito por uns 3 dias seguidos e isso refletiu na minha motivação.

Parece que se tenho essa sensação que não produzi legal durante a semana, eu não trabalhei o que deveria e não fiz meu negócio crescer. Isso desmotiva pra caramba… tive consciência disso e fui buscar fontes de motivação, de descanso e de um pouco de paz também.

O que me ajudou foi criar uma rotina positiva:

  1. Dormir mais horas todos os dias;
  2. Alonguei meu corpo e me exercitei mais;
  3. Fiz exposição ao sol por uns 10 minutinhos;
  4. Busquei motivação interna e externa.

Outra dica que dou é, quando você acordar, pense em 3 coisas legais que vão acontecer no seu dia hoje (ou que você gostaria que acontecessem). Faça esse exercício e perceba o que acontece dentro de você.

Organize sua rotina

Reflexão: a gente pede tanto por liberdade nessa vida e quando ela aparece, a gente não sabe como lidar com ela.

Quando estava trabalhando na agência como CLT, precisava cumprir um horário determinado pela empresa. Agora que eu tenho minha empresa, posso criar a rotina que eu quiser! Isso não é maravilhoso? É sim, mas tem que saber se organizar. Ainda estou me adaptando a uma rotina nova e na qual eu tenho total poder. Tem dias que acordo 1 hora mais tarde e já sinto que perdi boa parte da minha manhã. Por isso, listo todas as coisas que preciso fazer nos próximos dias e depois distribuo as tarefas por dia da semana. Organizo tudo que precisa no dia anterior, assim me antecipo! Isso faz tudo fluir muito mais fácil.

É interessante também testar horários que você produz melhor, faça pausas, vá respirar em outro lugar, tome um chá quentinho e volte ao trabalho. Sente em lugares diferentes sempre que puder pra trocar a energia (o coworking facilita muito isso). O inesperado sempre acontece: numa troca de lugares, conversei com uma pessoa que não conhecia direito e adivinha? Fizemos conexão, trocamos orçamentos e conhecimento. É simples assim.

Volte pra casa sem seu trabalho

Quando a gente tem nosso próprio negócio, parece que é quase inevitável pensar nele o dia inteiro. Na hora que eu acordo, lá estou eu pensando no trabalho. Na hora do café, na academia, no almoço, no banho, antes de dormir… eu me esqueci de focar no meu lazer e mais uma vez esqueci de mim. Agora, estou voltando aos poucos a colocar no meu dia pequenas atividades prazerosas: pintar, desenhar, tocar violão, escutar música, dar uma volta no parque, ler um livro, meditar, alongar.

Pense nos pequenos momentos de prazer que você quer ter na sua semana e viva isso! Seu trabalho vai estar esperando por você do jeitinho que você deixou e está tudo bem pensar em você um pouco, ok? Ajuda muito nessas horas focar no momento presente, assim você deixa suas questões do trabalho de lado e baixa sua ansiedade. Um exercício que me ajudou muito foi repetir uma frase toda vez que eu me sentia acelerada:

“Onde estou? Aqui. Que horas são? Agora. O que é você? Este momento”.

O que não te pertence

“Eu não me preocupava em fechar logo orçamentos e ter mais clientes, senão morreria de fome. Muito pelo contrário, sempre pensei e tive a sensação que estava tudo bem, que meu ritmo estava ótimo assim e que eu estava fazendo meu trabalho do jeito que acreditava ser bom pra mim”.

Me tornar empreendedora tem sido uma experiência deliciosa de deixar fluir, de confiar na vida e de respeitar o tempo de tudo. Isso foi extremamente orgânico pra mim desde o dia 01. Eu não me preocupava em fechar logo orçamentos e ter mais clientes, senão morreria de fome. Muito pelo contrário, sempre pensei e tive a sensação que estava tudo bem, que meu ritmo estava ótimo assim e que eu estava fazendo meu trabalho do jeito que acreditava ser bom pra mim.

Passei dias mandando propostas de orçamento, e conhecendo pessoas que se interessavam pelo meu trabalho, isso ainda faz parte do meu dia a dia (e que bom que é assim!). Mas é engraçado como uma frase, uma pessoa, pode mudar essa energia completamente.

A pressão da família não demora pra aparecer: se prepare pra esse momento, ele vai chegar. Me perguntaram “Você está mandando tanta proposta, mas quando você vai fechar algum cliente?”. Sabe aquela energia gostosa de deixar fluir e confiar na vida que eu falei antes? Balde de água fria nela!

Aquilo me incomodou demais. Eu sabia que aquilo não era a maneira que eu pensava, mas mesmo assim aceitei o comentário de forma passiva. Me senti violada por fazer isso! E acredite, o retrabalho pra voltar a pensar como antes é grande. Todos os dias estou trabalhando isso dentro de mim e confirmando comigo mesma as coisas que eu acredito.

No meio dessa angústia toda, uma coworker me convidou pra tirar uma carta do baralho da deusa (vale a experiência). Antes de começar, mentalizei essa sensação e algumas outras que estavam me incomodando e pedi orientação. A resposta foi: entregue. Sim! É preciso se entregar, confiar em você e devolver aquilo que não te pertence, entregar de volta pro outro aquela crença que não estava me fazendo bem. Saiu o peso, estou mais leve, identifiquei o que estava me tirando o sono e agora não preciso mais disso.

Essa semana foi cheia de aprendizados. As coisas boas estavam lá, mas conseguir enxergá-las como eu estava enxergando antes foi mais difícil. Agora consigo retornar com a minha visão de antes, mas com a diferença que estou muito mais fortalecida.

E ah! Aquele possível cliente lá do começo da história, no primeiro post, agora é meu cliente de verdade! Que comecem os trabalhos!

 


Continua na próxima semana.

Diário de uma empreendedora novata: 3 lições importantes (parte 2/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Semana passada comecei a narrar aqui as alegrias, angústias, dores e conquistas da vida de autônoma, na qual embarquei há pouco tempo depois de me demitir do meu emprego. A primeira parte desse diário está aqui. Hoje, antes de continuar, preciso agradecer. Não imaginava uma repercussão tão positiva desse relato sobre essa nova fase da minha vida. Fiquei muito feliz com todos os comentários e ainda mais animada para continuar a compartilhar essas novas experiências. Vamos lá:

As conexões não param de acontecer

Não sei o que acontece aqui na Aldeia, mas as pessoas são muito abertas pra compartilhar ideias e encontrar soluções. Bem diferente de uma corporação, empresa, seja lá o que for, que tem um modelo mais tradicional e linear, onde dar sua opinião pode até botar em risco seu cargo. Toda hora eu conheço alguém diferente e de alguma forma mágica, nossos negócios se complementam. De uma simples conversa informal na cozinha, consigo indicações maravilhosas e já marco reuniões, uma atrás da outra.

Semana 2

Essa semana eu visitei um possível cliente muito bacana, me deixou bastante animada com a proposta de trabalho e até o final da semana fiquei de mandar um orçamento (agora com segurança!). Esse trabalho vai exigir muitas parcerias com outros profissionais, como alguém pra desenvolver site, outro pra mexer nas estratégias de Google Adwords, um designer e por aí vai.

“Se você é assim como eu, que trabalha sozinho, é importante formar parcerias sólidas e de confiança que vão ajudar você com áreas que você não é especialista”.

Esse é um formato de trabalho que acabei adotando aqui na Aldeia e que gosto muito de comentar. Se você é assim como eu, que trabalha sozinho, é importante formar parcerias sólidas e de confiança que vão ajudar você com áreas que você não é especialista. O legal é que você entrega coisas muito preciosas pro seu cliente:

  • Ele ganha especialistas em frentes de trabalho diferentes, o que quer dizer mais foco e consequentemente, mais resultados;
  • O projeto dele fica completinho e ele não precisa correr atrás de mais nada ou de ninguém, tudo que ele precisa está bem ali;
  • O processo é construído por várias mãos (inclusive as do cliente), tornando a experiência muito mais rica e inteligente.

E as vantagens pra você como profissional:

  • Você faz contato com mais gente e cria uma rede de apoio pra trocar ideias e conhecimento o tempo todo;
  • Você não fica sobrecarregado e pode focar naquilo em que você é realmente bom;
  • Você vai ter parceiros confiáveis, fiéis e em sintonia com o seu trabalho;
  • O ciclo é infinito: você pode indicar seu parceiro pra outros projetos que você não pode pegar por exemplo, e ele com certeza vai te indicar pra outras coisas também.

Coisas incríveis acontecem o tempo todo

Nessa pegada de sempre conhecer pessoas novas, seu lado social vai despertando de formas que você nunca havia experimentado antes e você fica realmente muito bom nisso. As conversas fluem mais fácil, você perde a insegurança pra falar do seu negócio e os caminhos se abrem o tempo todo. Acontecem coisas que você nem imaginaria, e aí que eu comecei a me ligar que aquele pedido de demissão não foi só isso, representou uma abertura de caminhos fenomenal!

Um exemplo disso é eu ter conhecido o fotógrafo que mais admiro aqui em Curitiba. Acompanho o trabalho desse cara desde o começo e sentia uma good vibe vindo dali. Assim que eu fiz esse movimento de me assumir como empreendedora, acredita que ele me procurou nas redes sociais? A gente trocou altas ideias sobre empreendedorismo, cultura, arte, vida e a corrente fluiu super bem. Essa é uma amizade que com certeza quero manter por perto!

Tome consciência dos seus pensamentos

Eu sou meio viciada em livros de autoajuda, adoro ler esse tipo de coisa e entender como a nossa mente funciona. Isso me ajuda a me conhecer cada vez mais. O ponto que quero chegar é que esses livros abordam coisas que não são palpáveis, são coisas que precisam ser sentidas e vividas pra entender. Na teoria parece lindo, mas a gente fica na dúvida se na prática funciona de verdade. Tipo esse movimento do pensamento positivo, conhece? Vários abordam isso e ensinam basicamente o seguinte (pelo menos foi a minha interpretação sobre, ok?):

  • Aprenda a identificar seus pensamentos e sentimentos e dar nome a eles. Assim eles ficam concretos e menos assustadores, porque sabemos o que eles são e do que se trata. Se você está apreensivo pra falar com alguém, sentindo um nó na garganta e os ombros tensos, você pode estar sentindo medo. Chame ele de medo pra você ver, parece que ele fica pequeno e você consegue pensar “ah era isso!”.
  • Com o pensamento ou sentimento identificado, é hora de mudar a direção dele! Se é o medo que está incomodando, tente pensar de uma forma racional da onde vem esse medo. Tem muitas coisas que a gente sente e que nem sabemos porque sentimos, parece que se for analisar bem não faz sentido se sentir assim. Isso vem de coisas que acontecem desde a nossa infância, as crenças que nossos pais nos contaram, a educação que a gente recebe dos nossos professores na escola, as influências dos nossos colegas. É isso que faz a gente sentir, pensar e agir de uma maneira e não de outra, é como se fosse uma programação. Mas ela pode ser mudada!
  • Sabendo o que é e da onde vem, a gente consegue mudar a direção disso e ter mais controle da nossa própria vida, tomando decisões e agindo de uma forma que a gente gostaria mais, algo que tem mais a ver com a gente hoje, sabe? Transforme algo negativo em algo positivo e veja os resultados disso.

“Todas as coisas boas que acontecem comigo vieram porque eu trabalhei isso dentro de mim, conheci todos os meus lados (e ainda virão outros que ainda são desconhecidos) e agora consigo estar mais aberta pra vida”.

Eu vivo o resultado disso todos os dias. Todas as coisas boas que acontecem comigo vieram porque eu trabalhei isso dentro de mim, conheci todos os meus lados (e ainda virão outros que ainda são desconhecidos) e agora consigo estar mais aberta pra vida. E ela tem me trazido um presente lindo por dia!

O ambiente influencia em tudo

Outra coisa que me ajudou muito a dar espaço pra que coisas mágicas acontecessem foi mudar de ambiente. Esse eu diria que foi o principal fator pra mim!

Na agência o ambiente não era nada motivador, existia concorrência entre meus colegas, um desânimo em criar coisas legais, dava pra sentir a frustração de vários clientes e eu sentia uma agonia por não conseguir ajudar mais. Aquele ambiente poderia não ter nada de errado pra outras pessoas, mas pra mim não fazia mais sentido estar ali, porque não combinava mais comigo. Eu precisava sair dali!

Hoje estou num ambiente que me deixa à vontade, consigo ser eu mesma 100% do tempo, sou estimulada, motivada, tenho troca de conhecimento com muita gente de diversas formas, minha criatividade aumentou muito, meus interesses mudaram, meu olhar sobre as coisas é diferente, me tornei extremamente colaborativa e sei que minha opinião aqui importa, ou melhor, as pessoas querem e gostam de ouvir minha opinião.

Se antes eu queria muito sair da onde eu estava, agora não tenho nem mais vontade de voltar pra casa. Acho até que o coworking poderia virar um hotel!


Continua na próxima semana.

 

 

[FREELANCER] Por que trabalhar como freelancer e por onde começar

As mudanças cada vez mais rápidas nas formas de trabalho têm incentivado as pessoas a buscar cada vez mais fugir de rotinas engessadas: são novas formas de trabalho, novas possibilidades e espaços compartilhados influenciando na forma como as pessoas encaram seu emprego. (dá uma olhada no nosso e-book e descubra como o coworking se encaixa nessa história).
Uma das opções para quem quer fugir do “segunda a sexta” e “8h por dia” é encontrar projetos legais e se trabalhar como freelancer. Mas como se lançar nesse mercado? Por onde começar?

Por que escolher a vida de freela?

como ter sucesso no freelancer

Os números não mentem: cada vez mais gente escolhe ser freelancer. Segundo a pesquisa feita pelo trampos.co com 1.126 profissionais brasileiros, 51% deles trabalham como freelancers em tempo integral. Mas o que atrai tanto as pessoas para esse formato? Entre os motivos listados pela pesquisa, estão:

• Aumentar a renda, quando o trabalho no escritório ou empresa já não supre as necessidades e você precisa encontrar novas formas de conseguir uma graninha fazendo algo que gosta e traz resultado;
• Flexibilidade, já que você pode fazer seus horários e não precisa se adequar às regras de uma empresa;
• Liberdade, tanto pelos horários flexíveis quanto pela possibilidade de trabalhar sem um dress code ou poder organizar sua pauta e obrigações por conta própria;
• Novas oportunidades, como o networking, possibilidade de mostrar a cara no mercado e clientes que podem vir de diferentes lugares e indicações – você vai poder trabalhar com marcas, rostos e experiências novas, não só com os mesmos processos de uma empresa que tem clientes fixos.
• Equilíbrio pessoal e profissional, que vem da flexibilidade, liberdade e da possibilidade de organizar seu trabalho de acordo com a sua rotina e vida, não o contrário.

Por onde começar?

 

Não basta, simplesmente, sentar na frente do computador e dizer para as pessoas que você está trabalhando como freelancer. Claro, contar o que está fazendo e o que oferece é essencial para que as pessoas conheçam você e procurem o seu serviço, mas primeiro você precisa pensar em:

• Como vou estruturar o meu trabalho? Coloque no papel quanto tempo você vai dedicar ao seu trabalho. Tudo bem ter um horário flexível e fazer diferente a cada dia: trabalhar nas terças de manhã ou fazer um intensivo em um dia e relaxar ou resolver outras pendências em outro. Mas é importante que, mesmo fazendo as coisas do seu jeito, você se mantenha organizado e encontre a melhor forma de ser produtivo.
• Entender a concorrência. A possibilidade de que já exista alguém realizando o mesmo serviço que você é bem grande. Descubra quais são essas empresas ou pessoas e mostre os seus diferenciais.
• Entender os seus clientes. Você vai atender empresas? Pessoas físicas? Um segmento específico? Diferentes áreas e setores? Ter isso bem planejado ajuda você a organizar seu trabalho e apresentá-lo de um jeito mais profissional para possíveis clientes (quer saber como apresentar seu projeto, serviço ou ideia de negócio? Dá uma olhada nesse post sobre Pitch Sale!).
• Como e onde divulgar. Depois de conhecer o cliente, você vai entender quais são os caminhos para chegar até eles. Aí, você vai poder escolher sobre o cadastro de portfolio em sites, divulgação nas redes sociais, contatos entre amigos e empresas ou indicações de outros profissionais e parceiros. Aqui tem algumas dicas de sites para você ir atrás dos trabalhos que quer realizar.

Ser freelancer, por mais flexível e pessoal que seja, ainda é uma forma de trabalho. Então,trate-o como tal e defina suas prioridades e coisas nas quais deve focar.

E o local de trabalho?

trabalhar em casa

Ser profissional autônomo vem se tornando uma prática cada vez mais popular e passa a abranger áreas totalmente diferentes, como tecnologia e contabilidade. Com isso, encontrar o lugar certo para trabalhar é fundamental. Na pesquisa, as principais escolhas dos freelas são:

• Em casa;
• Alocado no espaço do cliente, quando é uma empresa, agência ou estúdio que contrata os serviços por um tempo determinado;
• Locais públicos, como bibliotecas e cafés;
• No seu outro emprego fixo, quando o freela funciona como uma outra opção de renda e serviço;
• Um escritório só seu;
• E os espaços de coworking!

Escolher qual espaço usar é uma decisão muito importante na hora de começar a trabalhar como freelancer. Analise se você é uma pessoa que consegue separar os momentos profissionais das atividades rotineiras – aí, é legal trabalhar em casa. Mas, se você não quer ter que lidar com outras distrações e precisa focar inteiramente no que está fazendo, é bom pensar em outras opções – quer conhecer a experiência de quem passou por isso? A Maria Thereza Moss é tradutora, freela, coworker da Aldeia e já escreveu sobre as diferenças entre trabalhar em casa e em um coworking.

Ah, e essa mudança nas formas de trabalho não influencia só a vida dos freelancers, não! Os escritórios convencionais e empresas já entendem a necessidade de horários de trabalho mais flexíveis, qualidade de vida e atividades de capacitação e aceleração para os funcionários encontrarem novas oportunidades e crescerem dentro e fora do trabalho. Bem legal, né? As possibilidades e hábitos da vida de freela influenciam até quem não quer trabalhar nesse formato ou quer ideias para aplicar na sua própria empresa.

E você? Já teve alguma experiência como freela ou trabalha nesse formato? Compartilha as suas experiências com a gente nos comentários!

Por que todo freelancer deveria trabalhar em um coworking, e não em casa

Trabalhando numa área onde a grande maioria dos profissionais atuam como autônomos, ou o famoso freela, eu passei grande parte da minha carreira de tradutora alternando entre estar contratada em uma empresa ou trabalhar por conta própria, de casa mesmo. Isso aconteceu porque eu via vantagens e desvantagens em ambos. No começo é fácil ver só as vantagens de um esquema de trabalho, mas com o tempo as desvantagens começavam a pesar e eu passava pro outro.

Com a minha carteirinha assinada, além da óbvia segurança financeira de um salário na minha conta todo mês, eu achava ótimo acordar de manhã e ter um lugar pra onde ir, com uma estrutura pronta para receber a mim e ao meu trabalho, com colegas pra desejar bom dia. Só que chegava uma hora em que esse “acordar de manhã” começava a ficar cada vez mais difícil, e ter um ponto pra bater na mesma hora todo dia e um chefe fiscalizando cada movimento ficava cada vez mais chato.

Era aí que eu saía da empresa e começava a ir atrás de clientes pra poder trabalhar em casa. Era ótimo acordar a hora que eu quisesse, não precisar me arrumar toda e trabalhar super confortável em casa. Mas em algum momento, eu sempre começava a perder o controle desse “acordar a hora que eu quiser”. Eu acabava trabalhando à noite e nos finais de semana pra cobrir o rombo na produtividade da semana. Ficar em casa de pijama sem ver ninguém o dia todo também começava a pesar na sanidade mental.

Eu até tentei resolver essa parte indo trabalhar na casa de amigas que também eram freelas, mas é claro que eu estava me iludindo achando que a gente ia trabalhar e não só ficar conversando. Então peguei meu computador e fui pra uma biblioteca, afinal lá ninguém conversa, né? Pois é, ninguém conversa, mas também ninguém trabalha porque a velocidade da internet deixa muito a desejar. Eu voltava pra casa, o home office começava a cansar e eu começava a procurar emprego de novo. Era um ciclo que parecia interminável.

Numa dessas épocas de home office, uma amiga me chamou pra vir conhecer a Aldeia. Na hora achei que fosse a providência divina resolvendo meu problema de deadline apertado num dia em que eu estava sem internet em casa, mas acabou sendo toda uma nova vida se apresentando diante de mim.

Agora eu podia acordar cedo pero no mucho, me vestir do jeito que eu quisesse (nem pijama nem dress code), chegar na hora que eu quisesse (adeus, ponto!), e encontrar uma estrutura prontinha feita especificamente pro pessoal trabalhar, além de colegas mega legais pra dar bom dia e trocar ideia.

Isso gerou uma mudança significativa na forma como eu via meu trabalho. Se em casa eu me sentia fazendo bico, no coworking eu me sinto uma profissional autônoma. Sem contar que ter um lugar pra onde ir todos os dias me obrigou a estabelecer uma rotina e definir horários de trabalho, coisa que é sempre a dica número um naquelas listas de “como ser um freela de sucesso”, mas por algum motivo eu nunca conseguia fazer em casa. Nunca mais eu precisei trabalhar até tarde da noite nem nos finais de semana, porque sabe o que essa rotina significa? Significa que você descobre o valor da sua hora de trabalho e aprende a tirar o máximo proveito dela: você procrastina infinitamente menos.

E os colegas legais não estão lá só pra você dar bom dia. Um coworking normalmente vai ter profissionais de áreas bem diversas, e é impossível não criar uma rede bem bacana de colegas. Aqui na Aldeia já rolou uma oportunidade de trabalho num campo em que eu nunca tinha pensado em atuar. Também conheci minha contadora, que me ajudou a organizar a contabilidade dos meus jobs, o que fez com que eu criasse, eu mesma, aquela segurança financeira que o emprego fixo me dava. Até projetos pessoais, como o meu blog de viagens, levaram um empurrãozinho só de conversar com as pessoas.

Trabalhar num coworking me trouxe todas as vantagens que eu buscava em um emprego fixo numa empresa e eliminou todas as desvantagens que eu via no home office. Eu sempre digo que ser freela num coworking consegue reunir o melhor dos dois mundos. Agora já sei que não pretendo deixar de ser freela tão cedo.