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Como essa startup curitibana se apresentou de graça no SXSW 18

O South By Southwest (SXSW 2018) aconteceu entre os dias 9 e 18 de março, em Austin, Texas, e trouxe questões que devem ser olhadas com carinho de agora em diante, como inteligência artificial e o fim dos celulares (sim, polêmica!). O que pouca gente sabe é que, além dos painéis e mesas, existem startups mostrando a cara para o mundo e ganhando muito com isso nesse evento. Neste ano, o Fhabyo Mathesick esteve lá com a startup moments.surf, escolhida pela APEX Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para ser residente no Trade Show do evento. Ele fez parte da comissão brasileira, que somou 77 empresas participantes, um número recorde. Essa foi a terceira vez que Fhabyo frequentou o evento, mas a primeira como efetivamente um participante e responsabilidades. Ele conversou conosco sobre a oportunidade e deu algumas dicas para quem quer se inscrever. Se liga: SXSW 2018

O que saber antes do SXSW 

Claro, a preparação já vem de antes. Ele listou algumas questões para você se atentar:

  • Conheça bem a sua empresa e esteja preparado e preparada com os números dela;
  • Fique ligado nas redes sociais e nos anúncios do evento;
  • A aplicação no site da APEX começa em meados de novembro, fique atento e atenta ao prazo;
  • O que é muito levado em conta nessa aplicação é se o seu negócio tem potencial de se transformar em algo global, analise isso;
  • Se aprovado nessa fase, você precisa gravar um vídeo, em inglês, contando sobre o seu negócio e porque você gostaria de fazer parte da delegação (essa é a hora que você se vende mesmo!);
  • Para os finalistas, ainda rola uma entrevista via Skype com o pessoal da APEX e da Startse. São eles que fazem a curadoria das empresas participantes do próximo SXSW;
  • Foi aprovado e aprovada? Agora é se preparar, organizar o material de divulgação, estudar tudo bonitinho e se jogar.

SXSW 2018

Aprendizados compartilhados

Fhabyo entendeu, estando na SXSW, que o que você cria de expectativa não se concretiza, de fato, mas muita coisa acontece. Para a moments.surf, por exemplo, aconteceram duas grandes realizações. Eles fecharam com o primeiro investidor estrangeiro e abriram contatos com várias parcerias. Mas antes, aproveite para se cadastrar e receber mais dicas como essa:

A primeira delas foi com a Global Eagle, empresa que cuida de displays e conectividades nos aeroportos dos Estados Unidos. A ideia é trocar conteúdo por publicidade, fornecendo fotos do moments.surf, mais ou menos como um protetor de tela para a televisão, com a marca, nome do fotógrafo e um espaço para download do app. A outra foi com um anunciante brasileiro, que conheceu a empresa curitibana por lá, e abriu a possibilidade de colocar o moments. surf em parceria com uma universidade australiana, lugar que tem a cultura do surf bem arraigada, para fazer com que os alunos de fotografia aumentem a renda ao longo do curso, além de experiência e contatos. E isso é só o começo. A Apex levantou que, em termos de negócios, as 58 das 77 empresas participantes da delegação levada ao evento já reportaram seus resultados contabilizaram US$ 115,9 milhões em negócios, considerando os imediatos e a previsão para os próximos doze meses. Além disso, elas relataram terem feitos 1654 contatos com potenciais compradores, investidores e parceiros, sendo 1439 novos contatos. Por isso, lembre-se: o não você já tem. Participar de um evento que alavancou o Twitter, o Foursquare e o Uber, por exemplo, pode fazer da sua, a próxima startup de milhões de dólares.

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Você também vai gostar de saber que:

A gente tem as quentinhas, onde você vai receber textos tipo esse. Se você curtiu, deveria se inscrever aqui. Conheça também o Curso de Como Apresentar Ideias. Ele é muito útil para situações como SXSW, hein?

Confira aqui a nossa conversa na íntegra:

Bunda Dura Não Treme: o crescimento do BDNT como negócio e movimento

Aqui na Aldeia existe um evento chamado Empreendedores Transgressores, onde a gente mostra que empreender é um ato de coragem. Mais do que isso, é um mundo que muitas vezes vai surgindo das nossas dores e acaba abraçando mais gente do que imaginávamos – sim, o que nos incomoda também está incomodando muita gente por aí, como descobriu a Jade com o BDNT (Bunda Dura Não Treme).
A questão é que Jade Quoi foi convidada para participar da 4ª edição do Empreendedores Transgressores e foi só a partir daí que ela se deu conta de que era uma empreendedora de fato. Se você não está entendendo nada, vou te explicar: a Jade criou um grupo de dança diferente de tudo que existia por aí, voltado só para mulheres e que trabalha inseguranças e consciência corporal. O grupo começou devagarinho e hoje se tornou o espaço BDNT, que vai além da dança. 
Mas Jade, que estudou dança a vida toda, teve que se virar nos 30 para entender o que essas aulas significavam, como isso poderia ser um negócio, que além de grana, também desse um propósito para sua carreira. Hoje, 3 anos depois da primeira aula, a gente resolveu perguntar como ela foi enxergando essas novas oportunidades dentro de um negócio que já estava dando muito certo. A entrevista inteirinha está aqui, mas antes, confira a palestra da Jade no Empreendedores Transgressores:

 O estalo: dá para ganhar dinheiro

“O BDNT era só para ser uma aula de dança divertida, sabe? Demorei muito pra entender que eu tinha que valorizar o que estava fazendo, e que nessa valorização o dinheiro estava incluso. Acredito que tive muita sorte, por ser um pequeno investimento inicial e por ter tido muitas alunas, desde o princípio o BDNT me deu retorno financeiro, mas eu não olhava ele como trabalho. Com uns 2 meses de aulas, entendi que ele poderia ser minha única fonte de renda, e então comecei a ver o BDNT como trabalho, e a tradução disso é:

me dediquei muito mais, fui atrás de ajuda para entender como conduzir as aulas de uma maneira mais ética e responsável, comecei a entender o quanto de dinheiro entrava, como entrava, o quanto saía, e aí eu fui começando a ser essa empreendedora que só descobri que sou no ano passado, no evento dos Empreendedores Transgressores.

De forma rápida, o momento que me fez entender que podia ganhar dinheiro com o BDNT foi o momento em que vagas começaram a esgotar e a procura pelas aulas começou a aumentar!”

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Cresceu e se tornou um espaço

“Ter o espaço foi uma caminhada muito longa mesmo em 3 anos, de muita paciência e economia de dinheiro, que não necessariamente estava pensado em destinar ao BDNT, mas foi o que aconteceu. Além do que, agora não estou sozinha, uma das primeiras alunas do BDNT, (a que gritou “BUNDA DURA NÃO TREME” em uma aula e deu nome ao projeto), agora é minha sócia. O nome dela é Karin Braun e estamos amando tudo isso! Eu amo muito ter meu espaço, minha casa, meu momento sozinha… sou muito do físico. Nesses 3 anos de BDNT, passamos por 3 casas diferentes, cada uma com seu jeitinho e forma de funcionar. Todas me trouxeram aprendizados ótimos, mas desde que eu saí da primeira, senti a necessidade de ter o meu espaço das aulas também, mas sabia que não era o momento. Fui interiorizando em mim as melhores coisas que vivi nessas 3 casas por onde passei e fui idealizando o que gostaria do espaço próprio do BDNT, que é para empoderar mulheres, ou seja: dar poder por meio do conhecimento de outras formas (além da dança).”

Como identificar oportunidades para o BDNT

“Está sendo um mega desafio entender o que as mulheres de Curitiba e região estão querendo, mas estamos arriscando e acredito que mesmo sem muito público ainda, vai rolar, vai dar boa! Nós queremos que o BDNT vá muito além das aulas de dança e do público dessa aulas, queremos mulheres mais velhas, mais novas, adolescentes, queremos que esse espaço seja preenchido por essas mulheres e passe o conhecimento que elas querem adquirir! Estamos fazendo várias reuniões com mulheres incríveis para montar propostas novas, de autoconhecimento e conhecimento social, e está sendo muito rico. E estamos mapeando quem é nosso público, porque essa mudança de BDNT dança para BDNT espaço ainda não está clara para todo mundo. Queremos que aqui seja um espaço para mulheres se sentirem bem e aprenderem, mas também é para ser um espaço para todxs!”

Sobre habilidades e aprendizados do processo

“Tive que desenvolver 9843948348 habilidades e ainda tenho que desenvolver muitas mais. Tive que aprender a ver meu negócio como um negócio, tive que aprender a saber cobrar e fazer contas, tive que aprender a criar e respeitar regras que fazem meu negócio funcionar, tive que aprender a ser empática e paciente, ish, e muitas coisas mais…

Como dançarina tive que entender que eu não consigo estar no meio da dança porque a competitividade me afeta demais e que se as alunas do BDNT esperam uma aula super técnica e uma evolução rápida, elas precisam encontrar uma outra aula além do BDNT, que foque no que elas querem. Curitiba têm escolas e professoras de dança sensacionais! Como psicóloga eu tive que aprender sobre limite, espaço e respeito. Tenho que ter consciência do que eu falo nas aulas e de como acolher cada aluna. Preciso saber que o BDNT não é uma sessão de terapia: eu uso a psicologia para criar um ambiente agradável e acolhedor, mas sei que não é terapia, mesmo podendo ser terapêutico para algumas.” Antes de continuarmos:

 

Criando um movimento na cidade, gerindo uma comunidade

“Isso é muito louco! Cidade? Isso é grande demais pra minha cabeça e corpo digerir! Brincadeiras à parte, eu acho incrível que mulheres estejam se permitindo ser quem são e usem o BDNT para se libertar e se unir mais e mais! Eu acredito que a prática que eu tenho é ser eu mesma, ser sincera e pedir ajuda quando preciso. Quando tem algo me angustiando, sinto que usar o grupo do BDNT para liberar essa angústia é uma ótima opção. Um exemplo foi agora, no dia 3 de março, um dia antes da nossa inauguração, que o espaço todo da sala de aula alagou com a chuva que rolou. Eu e Karin combinamos depois de secar tudo que não íamos contar pra ninguém, segue o famoso baile, vamos só aproveitar a inauguração, mas estávamos tão devastadas que vimos no grupo uma oportunidade para nos abrir, e nos abrimos… Foi a melhor coisa que fizemos, fomos acolhidas de muitas formas e encorajadas a continuar com tudo. Fomos lembradas da nossa força!”

Próximos passos para o BDNT

“ENCHER ESSE ESPAÇO DE MULHERES E DE CURSOS PARA ELAS! Estamos no início desse processo de ter um espaço, então estamos fazendo muita pesquisa sobre o que as pessoas querem de nós e o que mesmo cabe ao BDNT e no BDNT. O passo maior é provar que toda mulher é capaz, e fazer com que cada uma delas (de nós!) entenda isso e se aproprie disso!”

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Jade Quoi venceu o Destrava Awards na categoria Girl Power

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Faça como a Jade, fique atento a novas oportunidades e transforme seu objetivo num negócio.

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