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Diário de uma empreendedora novata: 3 lições importantes (parte 2/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Semana passada comecei a narrar aqui as alegrias, angústias, dores e conquistas da vida de autônoma, na qual embarquei há pouco tempo depois de me demitir do meu emprego. A primeira parte desse diário está aqui. Hoje, antes de continuar, preciso agradecer. Não imaginava uma repercussão tão positiva desse relato sobre essa nova fase da minha vida. Fiquei muito feliz com todos os comentários e ainda mais animada para continuar a compartilhar essas novas experiências. Vamos lá:

As conexões não param de acontecer

Não sei o que acontece aqui na Aldeia, mas as pessoas são muito abertas pra compartilhar ideias e encontrar soluções. Bem diferente de uma corporação, empresa, seja lá o que for, que tem um modelo mais tradicional e linear, onde dar sua opinião pode até botar em risco seu cargo. Toda hora eu conheço alguém diferente e de alguma forma mágica, nossos negócios se complementam. De uma simples conversa informal na cozinha, consigo indicações maravilhosas e já marco reuniões, uma atrás da outra.

Semana 2

Essa semana eu visitei um possível cliente muito bacana, me deixou bastante animada com a proposta de trabalho e até o final da semana fiquei de mandar um orçamento (agora com segurança!). Esse trabalho vai exigir muitas parcerias com outros profissionais, como alguém pra desenvolver site, outro pra mexer nas estratégias de Google Adwords, um designer e por aí vai.

“Se você é assim como eu, que trabalha sozinho, é importante formar parcerias sólidas e de confiança que vão ajudar você com áreas que você não é especialista”.

Esse é um formato de trabalho que acabei adotando aqui na Aldeia e que gosto muito de comentar. Se você é assim como eu, que trabalha sozinho, é importante formar parcerias sólidas e de confiança que vão ajudar você com áreas que você não é especialista. O legal é que você entrega coisas muito preciosas pro seu cliente:

  • Ele ganha especialistas em frentes de trabalho diferentes, o que quer dizer mais foco e consequentemente, mais resultados;
  • O projeto dele fica completinho e ele não precisa correr atrás de mais nada ou de ninguém, tudo que ele precisa está bem ali;
  • O processo é construído por várias mãos (inclusive as do cliente), tornando a experiência muito mais rica e inteligente.

E as vantagens pra você como profissional:

  • Você faz contato com mais gente e cria uma rede de apoio pra trocar ideias e conhecimento o tempo todo;
  • Você não fica sobrecarregado e pode focar naquilo em que você é realmente bom;
  • Você vai ter parceiros confiáveis, fiéis e em sintonia com o seu trabalho;
  • O ciclo é infinito: você pode indicar seu parceiro pra outros projetos que você não pode pegar por exemplo, e ele com certeza vai te indicar pra outras coisas também.

Coisas incríveis acontecem o tempo todo

Nessa pegada de sempre conhecer pessoas novas, seu lado social vai despertando de formas que você nunca havia experimentado antes e você fica realmente muito bom nisso. As conversas fluem mais fácil, você perde a insegurança pra falar do seu negócio e os caminhos se abrem o tempo todo. Acontecem coisas que você nem imaginaria, e aí que eu comecei a me ligar que aquele pedido de demissão não foi só isso, representou uma abertura de caminhos fenomenal!

Um exemplo disso é eu ter conhecido o fotógrafo que mais admiro aqui em Curitiba. Acompanho o trabalho desse cara desde o começo e sentia uma good vibe vindo dali. Assim que eu fiz esse movimento de me assumir como empreendedora, acredita que ele me procurou nas redes sociais? A gente trocou altas ideias sobre empreendedorismo, cultura, arte, vida e a corrente fluiu super bem. Essa é uma amizade que com certeza quero manter por perto!

Tome consciência dos seus pensamentos

Eu sou meio viciada em livros de autoajuda, adoro ler esse tipo de coisa e entender como a nossa mente funciona. Isso me ajuda a me conhecer cada vez mais. O ponto que quero chegar é que esses livros abordam coisas que não são palpáveis, são coisas que precisam ser sentidas e vividas pra entender. Na teoria parece lindo, mas a gente fica na dúvida se na prática funciona de verdade. Tipo esse movimento do pensamento positivo, conhece? Vários abordam isso e ensinam basicamente o seguinte (pelo menos foi a minha interpretação sobre, ok?):

  • Aprenda a identificar seus pensamentos e sentimentos e dar nome a eles. Assim eles ficam concretos e menos assustadores, porque sabemos o que eles são e do que se trata. Se você está apreensivo pra falar com alguém, sentindo um nó na garganta e os ombros tensos, você pode estar sentindo medo. Chame ele de medo pra você ver, parece que ele fica pequeno e você consegue pensar “ah era isso!”.
  • Com o pensamento ou sentimento identificado, é hora de mudar a direção dele! Se é o medo que está incomodando, tente pensar de uma forma racional da onde vem esse medo. Tem muitas coisas que a gente sente e que nem sabemos porque sentimos, parece que se for analisar bem não faz sentido se sentir assim. Isso vem de coisas que acontecem desde a nossa infância, as crenças que nossos pais nos contaram, a educação que a gente recebe dos nossos professores na escola, as influências dos nossos colegas. É isso que faz a gente sentir, pensar e agir de uma maneira e não de outra, é como se fosse uma programação. Mas ela pode ser mudada!
  • Sabendo o que é e da onde vem, a gente consegue mudar a direção disso e ter mais controle da nossa própria vida, tomando decisões e agindo de uma forma que a gente gostaria mais, algo que tem mais a ver com a gente hoje, sabe? Transforme algo negativo em algo positivo e veja os resultados disso.

“Todas as coisas boas que acontecem comigo vieram porque eu trabalhei isso dentro de mim, conheci todos os meus lados (e ainda virão outros que ainda são desconhecidos) e agora consigo estar mais aberta pra vida”.

Eu vivo o resultado disso todos os dias. Todas as coisas boas que acontecem comigo vieram porque eu trabalhei isso dentro de mim, conheci todos os meus lados (e ainda virão outros que ainda são desconhecidos) e agora consigo estar mais aberta pra vida. E ela tem me trazido um presente lindo por dia!

O ambiente influencia em tudo

Outra coisa que me ajudou muito a dar espaço pra que coisas mágicas acontecessem foi mudar de ambiente. Esse eu diria que foi o principal fator pra mim!

Na agência o ambiente não era nada motivador, existia concorrência entre meus colegas, um desânimo em criar coisas legais, dava pra sentir a frustração de vários clientes e eu sentia uma agonia por não conseguir ajudar mais. Aquele ambiente poderia não ter nada de errado pra outras pessoas, mas pra mim não fazia mais sentido estar ali, porque não combinava mais comigo. Eu precisava sair dali!

Hoje estou num ambiente que me deixa à vontade, consigo ser eu mesma 100% do tempo, sou estimulada, motivada, tenho troca de conhecimento com muita gente de diversas formas, minha criatividade aumentou muito, meus interesses mudaram, meu olhar sobre as coisas é diferente, me tornei extremamente colaborativa e sei que minha opinião aqui importa, ou melhor, as pessoas querem e gostam de ouvir minha opinião.

Se antes eu queria muito sair da onde eu estava, agora não tenho nem mais vontade de voltar pra casa. Acho até que o coworking poderia virar um hotel!


Continua na próxima semana.

 

 

Empreendedor que tem medo de pedir ajuda não cresce!

Nessas épocas de crise é comum encontrar nas ruas pessoas que – por necessidade ou por desejo – pretendem empreender. Esta matéria da revista PEGN confirma o fato. Eu mesma decidi me aventurar nesta jornada empreendedora. No começo, tudo parece muito simples: tenho uma ideia genial, sei fazer alguma coisa e só vou colocar a mão na massa. Preciso de uma verba pequena para começar, uma planilha de Excel para acompanhar entradas e saídas e, voilà, já sou uma empresária! Bom, quem já empreendeu – ou está empreendendo – sabe que não funciona bem assim. Claro que ter uma boa ideia é essencial, afinal o mercado está cheio das mesmas coisas. Mas muito além de uma oportunidade de negócio, tem uma outra equação determinante e que precisa ser resolvida: como eu me planejei + quanto eu vou me dedicar = determinar o sucesso (ou fracasso) do empreendimento.

Sem vergonha de pedir ajuda!

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Em algum momento, todo empreendedor já acreditou que poderia tocar o seu negócio sozinho. No começo (digo, bem no começo) é até possível. No entanto, à medida que suas vendas evoluem, que as pessoas começam a conhecer a sua marca, tudo na empresa precisa acompanhar este crescimento. É um processo muito natural de amadurecimento do negócio e tenho certeza de que você torceu muito (e trabalhou muito também) para chegar nesse ponto. Quando se deparar com essa realidade, você vai perceber que já não tem o domínio de muitas áreas que deverão se profissionalizar dentro da sua empresa para, então, ela voltar a crescer: tem gente que é boa com comunicação, tem gente que entende de administração, outros sabem exatamente como funciona a logística, mas nenhuma destas habilidades serão unicamente suficientes e, a esta altura do campeonato, não tem jeito: pedir ajuda se torna uma obrigação.

Note que não tem problema algum mostrar sua fraqueza em alguma área e pedir socorro. A maioria dos empreendedores já devem ter passado por isso ou então, as organizações como o Sebrae e a Endeavor, entre outras, não teriam porque existir. Tem muitos empresários com experiência e boas histórias para compartilhar com quem está recém começando. Para que errar tudo de novo, se alguém já teve um problema parecido com o seu e encontrou uma boa maneira de solucionar? Claro que isso não significa dizer que você vai acertar sempre ou que aquela estratégia maravilhosa que funcionou para uma empresa seja exatamente aquela que você precisa para a sua empresa. Onde eu quero chegar é que: sempre é possível extrair algum aprendizado com qualquer experiência. Um dia, qualquer dia na sua trajetória profissional (ou mesmo na vida pessoal), estes ensinamentos poderão lhe serem úteis.

Socorro na medida certa.

Hoje não é preciso procurar muito para encontrar pessoas dispostas a ajudar o pequeno e médio empreendedor. A exemplo disso estão inúmeras organizações que investem em cursos e projetos de orientação e desenvolvimento de negócios com potencial de crescimento. A Endeavor é uma delas: tem como objetivo o fomento ao empreendedorismo.

Entre tantas outras oportunidades que a Endeavor apresenta está o Scale-Up, um programa que apoia empresas que estão se destacando nos mais diversos setores, conectando-as com mentores que aceleram o crescimento e o impacto destes negócios no mercado brasileiro. Funciona assim: os selecionados para participar da iniciativa recebem mentorias presenciais e a distância dos principais líderes empresariais do país e participam de uma comunidade de empresas que trocam experiências entre si. O bacana aqui é observar que nesse programa participam empresas que estão começando ou que já estão consolidadas no mercado, mas que estão precisando se desenvolver em alguma área. Ou seja, pequena ou média empresa, não importa, o empresário não pode ter vergonha de pedir ajuda.

Encontre sua inspiração nestas histórias.

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Estes dois empresários paranaenses que você vai conhecer a seguir não tiveram medo: identificaram um “problema” dentro das suas empresas e encontraram no Scale-Up uma oportunidade de resolvê-lo. Lendo as histórias deles, talvez você encontre sua inspiração, talvez você não enxergue nada para a sua vida, mas se um dia você conseguir transmitir uma destas lições para seus colegas, escrevê-la já valeu a pena. Confira:

#1 Expansão: das relações e dos negócios

A primeira delas é a 10 Pastéis, uma empresa que começou com uma loja e uma fábrica e, depois de 20 anos no mercado, hoje é uma das maiores franquias de pastéis do Brasil. Depois de conversar com o empresário Marcos Nagano, posso apontar a primeira lição que tive como futura empresária: às vezes, precisamos de alguém que nos tire da zona de conforto. Foi exatamente o que Robson Shiba, do China in Box, fez com Nagano. “Participar do programa foi como se ele tivesse me tirado o chão, me fez pensar em coisas novas. No início foi muito ruim, mas depois foi excelente”, conta. O desafio dele era o de estruturar a expansão da rede de franquias e a operação da 10 Pastéis.

“Participar do programa foi como se eles tivessem me tirado o chão. Eles me fizeram pensar em coisas novas, o que no início foi muito ruim, mas depois foi excelente”.

Para ele, fazer parte do Scale-Up proporcionou mais do que um ganho para a empresa. “É gratificante estar em contato com grandes diretores e ver que, independentemente do tamanho da empresa, eles passaram pelas mesmas dores que você, cada um com suas particularidades, e superaram as dificuldades. Essa troca de experiências é impagável”, atesta. Mesmo com a crise, Marcos Nagano contou que tem conseguido aplicar grande parte do que aprendeu com o programa e, melhor ainda, tem as portas do China in Box abertas para ele. “O programa acaba, mas as relações continuam”, finaliza. Para os colegas empresários, Nagano dá outra dica: acredite no seu sonho e trabalhe com dedicação e ética.

#2 Venda direta: preço e qualidade

Os sócios Fred Fagundes e Eduardo Gumiero, da Woom, começaram a empresa com uma paixão: o Triathlon. Na época, em 2009, não existia no Brasil uma empresa que fabricasse uma roupa apropriada à prática do esporte com preço justo. A maioria era importada e de qualidade inferior daquela que eles buscavam. Então enxergaram aí uma oportunidade: produzir um produto com preço justo e qualidade superior. A ideia deu certo, mas chegaram num ponto em que queriam ir além: desenvolver os canais de venda direta. Mas para isso, precisavam resolver o problema que estava impedindo a empresa de crescer: a motivação dos representantes.

“Acredite em você e no seu negócio, mas não feche os olhos para os problemas que aparecerem. Independentemente da sua formação, vá atrás de conhecimentos sobre gestão. Ela é o fator determinante do seu sucesso”.

Foi então que eles chegaram no Scale-Up. A sinergia com o experiente Roberto Kanter foi instantânea. Com encontros presencias e a distância, eles tiverem muitos insights que foram aplicados logo após o programa. Investiram na marca, lançaram novos produtos e, como forma de incentivo, passaram a premiar os melhores representantes. O resultado? Três meses depois da experiência, Fagundes já conseguia enxergar o crescimento no faturamento da empresa e a motivação da equipe.

Perguntei a ele sobre o que aprendeu e qual era a dica para quem está começando. Vale muito a pena compartilhar com vocês. “Quando se fala em empreendedorismo, as pessoas ainda geram um certo glamour em cima disso. Mas quem é empresário sabe que não funciona bem assim. É preciso persistência, pois no começo, as chances de dar errado são grandes. Acredite em você e no seu negócio, mas não feche os olhos para os problemas que aparecerem. Independentemente da sua formação, vá atrás de conhecimentos sobre gestão. Ela é o fator determinante do seu sucesso”.