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Youtuber é profissão. Aceita que dói menos.

A cada virada de década surgem novas profissões e áreas a serem desbravadas. Na maioria das vezes nós demoramos algum tempo para nos acostumar com essas novidades, com essas diferentes possibilidades de ganhar dinheiro e, inclusive, com a forma com que nos referirmos a estas novas personalidades como profissionais. Essa tendência do ser humano em frear o novo é muito comum e devemos às novas gerações, livres de medos e pré-conceitos, a aceitação que é injetada na sociedade.

Eles são o futuro (e o presente) da comunicação

Com os influenciadores da era digital, os chamados YouTubers, Instagramers ou apenas influenciadores, não poderia ser diferente. Sempre que alguém fala sobre o assunto, logo se ouvem as perguntas como “mas o que é mesmo que eles fazem?”. E, em seguida, respostas como “ah, eles só falam besteira e fazem vídeos engraçados”.  Mas será? Se fossem só besteiras e vídeos engraçados, será que causariam o frisson que têm causado? Se fossem só piadas e não tivessem um pingo de conteúdo, será que teriam levado essa nova geração de adolescentes vidrados nas telinhas do celular ao teatro? Será que teriam reacendido a vontade de ler, e seriam hoje os autores dos livros mais vendidos do Brasil? Será que teriam lotados salas de cinema por todo país?

Passamos a questionar tudo que vemos, a buscar um conteúdo personalizado e mais relacionado com os nossos interesses.

Graças ao alcance imenso da internet, que nos dá acesso a basicamente qualquer fonte de informação, a mudança no paradigma da comunicação não é de hoje. Passamos a nos comportar com mais inquietude no que tange consumir conteúdos. Isso quer dizer que passamos a questionar tudo que vemos, a buscar um conteúdo personalizado e mais relacionado com os nossos interesses. E mais: buscamos conteúdos que sejam altamente compartilháveis, para que de dentro do nosso celular possamos nos conectar de forma cada vez mais precisa.

Bem-vinda, nova profissão!

Alinhado aos conteúdos está a pessoa ou instituição que transmite essa informação. Por que esses jovens prendem tanto a atenção e cativam fãs em todo o país, de forma mais forte e avassaladora do que outros apresentadores e âncoras de TV? Um dos elementos chave é a identificação. Fica mais fácil consumir uma informação dada por alguém que tem a mesma cara que você, gosta das mesmas coisas, vive os mesmos dilemas e referencia elementos e conteúdos que você entende. A linguagem, gestual e temas que esses influenciadores usam faz parte do universo que eles mesmos vivem e que é, até certo ponto, o mesmo de quem os assistem.

Outro ponto que justifica esse alcance e crescimento está ligado ao alto grau de engajamento e conexão do influenciador com seu público.

Outro ponto que justifica esse alcance e crescimento está ligado ao alto grau de engajamento e conexão do influenciador com seu público. As plataformas em que estes conteúdos estão sendo colocados (Facebook, Instagram e YouTube) permitem que o público entre em contato direto com a personalidade: comentários, curtidas, descurtidas e compartilhamentos são usados de forma desenfreada. Eles ditam o que gostam, aprovam conteúdos, reprovam outros. E principalmente: o influenciador responde! Às vezes, é claro, não comentário por comentário, mas em próximos vídeos e em novas ações. Ou seja, é uma comunicação de mão dupla que gera uma conexão mais forte e mais real. Pela primeira vez, o receptor não é mais passivo.

A plataforma que vai dominar o mundo

E os números não mentem. Hoje o YouTube é o segundo site mais acessado do mundo, com mais de 200 milhões de visualizações de vídeos por dia só no Brasil. Ele é altamente consumível na chamada segunda tela: 76% dos brasileiros consumem conteúdos ali, na palma da mão, no celular ou tablet.

Mais alguns números: quando a Kéfera, uma das maiores youtubers do Brasil, lançou a pré-venda do seu primeiro livro, ela derrubou o site da Saraiva, e vendeu mais de 200 mil cópias nas primeiras 48 horas. O lançamento oficial do livro, na Bienal do Livro no Rio de Janeiro, foi o maior público que a Bienal já teve em anos. O filme Eu Fico Loko, do youtuber Christian Figueiredo, levou mais de meio milhão de adolescentes aos cinemas quando estreou em janeiro de 2017. E o maior canal do Brasil é do piauiense Whindersson Nunes, hoje o 2º mais relevante no mundo, com sua marca de mais de 12 milhões de inscritos (e subindo!).

E se você acha que isso tudo é só para adolescentes, engana-se. Recentemente o Google divulgou alguns dados bem interessantes sobre o consumo de vídeos no YouTube:

Só no mobile, numa semana média, o YouTube alcança mais adultos durante o horário nobre do que qualquer canal de TV a cabo.

3 em cada 4 adultos dizem assistir ao YouTube em casa em dispositivos móveis.

Pessoas que assistem ao YouTube em dispositivos móveis prestam 2x mais atenção ao conteúdo do que as que assistem TV.

As maiores razões para as pessoas verem vídeos no YouTube são “para relaxar” e “para se entreter”.

As 4 categorias mais assistidas são comédia, música, entretenimento/cultura pop e “como fazer”.

Resumindo: aceita que dói menos

Então chegamos a um ponto bem importante: ao invés de questionarmos a profundidade do conteúdo, os motivos do sucesso, as cifras de merchans e patrocínios, que tal aceitar e aproveitar todas essas possibilidades também? Pela primeira vez em séculos ganhamos o poder de nos comunicar quando, como e onde quisermos! E ainda temos a opção de não ver ou ouvir o que não nos interessa. Ninguém precisa aceitar o intervalo chato ou o fim do programa pouco interessante porque quer assistir ao próximo.

O poder foi colocado nos dedos e teclas do nosso controle, dos nossos teclados e telas de cada consumidor. E ao mesmo tempo que isso é incrível para o público, também injeta (finalmente) uma responsabilidade e um trabalho de sempre se reinventar nos produtores de conteúdo. O óbvio já não interessa mais! O banal não interessa mais! O mesmo programa, no mesmo formato, com as mesmas piadas anos e anos a fio, não interessa mais!

Como você vai se adaptar e aproveitar essas mudanças todas também?


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9 jeitos de ficar mais criativo nos próximos 10 minutos

A cultura moderna geralmente define que a criatividade é um dom natural. Vários artistas são aclamados e escutam “você é tão talentoso!”, mas na verdade talento tem bem pouco a ver.

A criatividade é uma habilidade a ser aprendida, praticada e desenvolvida, como qualquer outra. Malabarismo requer prática, do mesmo jeito que surfar, programar e dirigir. Com a criatividade não é diferente. Quando mais você torna a criatividade parte do seu dia, mas ela vai crescer.

Então como fazê-la parte do seu dia-a-dia? Aqui estão 9 sugestões. E olha só: você pode dar início a todas elas nos próximos 10 minutos.

1. Rabisque alguma coisa

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Embora tenhamos sido reprimidos no colégio ouvindo “pare de rabiscar e preste atenção”, é hora de trazer de volta os rabiscos. Rabiscar, ao contrário do senso comum, não quer dizer falta de foco. Na verdade, rabiscar pode te ajudar a se manter concentrado em uma atividade.

Suni Brown, autora do livro The Doodle Revolution, diz que alguns dos maiores pensadores – de Henry Ford a Steve Jobs – usaram rabiscos para engatilhar a criatividade. Rabiscar pode te ajudar a lembrar de coisas e ativar caminhos neurológicos únicos que levam a novos insights e superações cognitivas. Algumas empresas até incentivam uma rabiscaria durante reuniões!

2. Inscreva-se num curso de alguma coisa que você nunca fez antes

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A criatividade floresce quando você sai da sua zona de conforto e aprende uma coisa nova. Existem vários cursos legais por aí, alguns até gratuitos. Tente coisas novas. Pode ser se tudo: pintura, cerâmica, artesanato. Que tal aprender uma nova língua, escolher um instrumento musical ou fazer um curso de culinária?

3. Crie o ambiente adequado

A verdade que todo mundo pode ser criativo. Basta estar no ambiente certo e ter estímulo e apoio. Crianças são cheias de energia criativa em partes porque ainda não aprenderam a ter medo das críticas dos colegas e não tiveram vergonha de fracassar. E é por isso que o fracasso é agora admirado em adultos: ele reflete criatividade, esforços e riscos. Embora nem todos os esforços criativos funcionem, alguns funcionam (e são muito, muito bem-sucedidos).

E por isso que o Google se esforça tanto para fornecer aos seus funcionários coisas legais como quadras de vôlei de areia e cerveja grátis num ambiente que parece um parquinho para adultos. O objetivo é criar um ambiente que permite que os funcionários se sintam relaxados e confortáveis em verbalizar ideias loucas e criativas. Negócios que valororizam a criatividade precisam fazer o seu melhor para prover um espaço de trabalho criativo e seguro onde ideias inusitadas sejam recebidas e onde a criatividade seja alimentada.

4. Pause o brainstorming e mexa seu corpo

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Ainda que negócios mais tradicionais usem brainstorms de grupo como uma maneira poderosa de gerar criatividade, pesquisas modernas descobriram que o coletivo não é tudo isso que pensamos.

Ao invés disso, tente novas abordagens para solucionar problemas. Caminhe um pouco. Mova seu corpo e pense no problema do seu projeto em lugares diferentes. Movimentos físicos têm um efeito positivo no pensamento criativo, assim como técnicos de teatro dizem que ensaiar suas falas em várias poses e posições ajuda a criar o personagem.

5. Comece um caderninho de rascunhos

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Rascunhar é um ótimo jeito de guardar memórias e usar bem o seu tempo que poderia estar sendo usado fuçando o celular. Compre um caderninho pequeno e leve que possa ser carregado sem problemas e comece a rascunhar sempre que tiver alguns minutinhos: desenhe o saleiro que está na sua mesa enquanto você espera um café, ou algo que você viu no ônibus.

Por mais que você fique desapontado com seus rascunho no começo, quanto mais você desenha, melhor vai ficando. Não fique analisando demais os resultados: simplesmente desenhe pelo prazer do processo, não pela peça final. A criatividade vêm de várias atividades, então rascunhar um pouquinho cada dia pode resultar num super crescimento de criatividade no trabalho.

6. Tenha brinquedos na sua mesa

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Muitas empresas de design incentivam os funcionários a manter brinquedinhos nas mesas: de Legos a origamis. Brincar e sentir algo com as mãos ao invés de digitar num teclado pode ser exatamente o combustível para a sua criatividade.

7. Experimente escrever uma flash fiction

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Flash fiction é uma maneira de escrever que consiste em criar textinhos bem curtos. Existem vários grupos de flash fiction na internet em que os membros escrever histórias de 100 palavras baseadas em um tema pré-definido. Isso mesmo, só 100 palavras. Não dá pra dizer que está além da sua capacidade.

Experimente flash fiction. Entre em uma comunidade online ou comece o seu próprio no trabalho. Sem pressão, sem necessidade de divulgar. Só uma chance de fazer a criatividade fluir ainda mais.

8. Tente fazer o teste dos 30 círculos

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Esse exercício de criatividade superlegal foi criado pelo pesquisador Bob McKim e mencionado pelo Tim Brown no TED Talk dele, Tales of Creativity and Play.

Pegue um pedaço de papel e desenhe 30 círculos. Então, em um minuto, transforme quantos círculos você conseguir em objetos. Por exemplo, um círculo vira um sol, outro uma flor. Quantos você consegue fazer em um minuto? (Considere quantidade, não qualidade nesse caso).

O resultado: a maioria das pessoas tem dificuldade de fazer os 30, em partes porque, como adultos, temos a tendência de nos auto-editar. Crianças são ótimas em simplesmente explorar possibilidades sem se auto-criticar, enquanto adultos sofrem mais com isso. Às vezes a própria vontade de ser original pode ser uma forma de se auto-editar.

9. Faça de conta

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Fazer de conta e “se fantasiar” pode ajudar a desenvolver novas soluções para problemas existentes quando você se coloca no lugar do cliente ou consumidor.

Mesmo se você já se esforçou para entrar na mente do cliente, fazer de conta fisicamente, encarnar o personagem, pode gerar revelações poderosas e soluções para projetos. Quando somos crianças, esse faz de conta é como a nossa imaginação se desenvolve, desde fazer bolo de lama e brincar de casinha até explorar a selva no quintal. Tá na hora de trazer de volta o poder da brincadeira.

Traduzido e adaptado daqui.