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Empreendedor que tem medo de pedir ajuda não cresce!

Nessas épocas de crise é comum encontrar nas ruas pessoas que – por necessidade ou por desejo – pretendem empreender. Esta matéria da revista PEGN confirma o fato. Eu mesma decidi me aventurar nesta jornada empreendedora. No começo, tudo parece muito simples: tenho uma ideia genial, sei fazer alguma coisa e só vou colocar a mão na massa. Preciso de uma verba pequena para começar, uma planilha de Excel para acompanhar entradas e saídas e, voilà, já sou uma empresária! Bom, quem já empreendeu – ou está empreendendo – sabe que não funciona bem assim. Claro que ter uma boa ideia é essencial, afinal o mercado está cheio das mesmas coisas. Mas muito além de uma oportunidade de negócio, tem uma outra equação determinante e que precisa ser resolvida: como eu me planejei + quanto eu vou me dedicar = determinar o sucesso (ou fracasso) do empreendimento.

Sem vergonha de pedir ajuda!

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Em algum momento, todo empreendedor já acreditou que poderia tocar o seu negócio sozinho. No começo (digo, bem no começo) é até possível. No entanto, à medida que suas vendas evoluem, que as pessoas começam a conhecer a sua marca, tudo na empresa precisa acompanhar este crescimento. É um processo muito natural de amadurecimento do negócio e tenho certeza de que você torceu muito (e trabalhou muito também) para chegar nesse ponto. Quando se deparar com essa realidade, você vai perceber que já não tem o domínio de muitas áreas que deverão se profissionalizar dentro da sua empresa para, então, ela voltar a crescer: tem gente que é boa com comunicação, tem gente que entende de administração, outros sabem exatamente como funciona a logística, mas nenhuma destas habilidades serão unicamente suficientes e, a esta altura do campeonato, não tem jeito: pedir ajuda se torna uma obrigação.

Note que não tem problema algum mostrar sua fraqueza em alguma área e pedir socorro. A maioria dos empreendedores já devem ter passado por isso ou então, as organizações como o Sebrae e a Endeavor, entre outras, não teriam porque existir. Tem muitos empresários com experiência e boas histórias para compartilhar com quem está recém começando. Para que errar tudo de novo, se alguém já teve um problema parecido com o seu e encontrou uma boa maneira de solucionar? Claro que isso não significa dizer que você vai acertar sempre ou que aquela estratégia maravilhosa que funcionou para uma empresa seja exatamente aquela que você precisa para a sua empresa. Onde eu quero chegar é que: sempre é possível extrair algum aprendizado com qualquer experiência. Um dia, qualquer dia na sua trajetória profissional (ou mesmo na vida pessoal), estes ensinamentos poderão lhe serem úteis.

Socorro na medida certa.

Hoje não é preciso procurar muito para encontrar pessoas dispostas a ajudar o pequeno e médio empreendedor. A exemplo disso estão inúmeras organizações que investem em cursos e projetos de orientação e desenvolvimento de negócios com potencial de crescimento. A Endeavor é uma delas: tem como objetivo o fomento ao empreendedorismo.

Entre tantas outras oportunidades que a Endeavor apresenta está o Scale-Up, um programa que apoia empresas que estão se destacando nos mais diversos setores, conectando-as com mentores que aceleram o crescimento e o impacto destes negócios no mercado brasileiro. Funciona assim: os selecionados para participar da iniciativa recebem mentorias presenciais e a distância dos principais líderes empresariais do país e participam de uma comunidade de empresas que trocam experiências entre si. O bacana aqui é observar que nesse programa participam empresas que estão começando ou que já estão consolidadas no mercado, mas que estão precisando se desenvolver em alguma área. Ou seja, pequena ou média empresa, não importa, o empresário não pode ter vergonha de pedir ajuda.

Encontre sua inspiração nestas histórias.

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Estes dois empresários paranaenses que você vai conhecer a seguir não tiveram medo: identificaram um “problema” dentro das suas empresas e encontraram no Scale-Up uma oportunidade de resolvê-lo. Lendo as histórias deles, talvez você encontre sua inspiração, talvez você não enxergue nada para a sua vida, mas se um dia você conseguir transmitir uma destas lições para seus colegas, escrevê-la já valeu a pena. Confira:

#1 Expansão: das relações e dos negócios

A primeira delas é a 10 Pastéis, uma empresa que começou com uma loja e uma fábrica e, depois de 20 anos no mercado, hoje é uma das maiores franquias de pastéis do Brasil. Depois de conversar com o empresário Marcos Nagano, posso apontar a primeira lição que tive como futura empresária: às vezes, precisamos de alguém que nos tire da zona de conforto. Foi exatamente o que Robson Shiba, do China in Box, fez com Nagano. “Participar do programa foi como se ele tivesse me tirado o chão, me fez pensar em coisas novas. No início foi muito ruim, mas depois foi excelente”, conta. O desafio dele era o de estruturar a expansão da rede de franquias e a operação da 10 Pastéis.

“Participar do programa foi como se eles tivessem me tirado o chão. Eles me fizeram pensar em coisas novas, o que no início foi muito ruim, mas depois foi excelente”.

Para ele, fazer parte do Scale-Up proporcionou mais do que um ganho para a empresa. “É gratificante estar em contato com grandes diretores e ver que, independentemente do tamanho da empresa, eles passaram pelas mesmas dores que você, cada um com suas particularidades, e superaram as dificuldades. Essa troca de experiências é impagável”, atesta. Mesmo com a crise, Marcos Nagano contou que tem conseguido aplicar grande parte do que aprendeu com o programa e, melhor ainda, tem as portas do China in Box abertas para ele. “O programa acaba, mas as relações continuam”, finaliza. Para os colegas empresários, Nagano dá outra dica: acredite no seu sonho e trabalhe com dedicação e ética.

#2 Venda direta: preço e qualidade

Os sócios Fred Fagundes e Eduardo Gumiero, da Woom, começaram a empresa com uma paixão: o Triathlon. Na época, em 2009, não existia no Brasil uma empresa que fabricasse uma roupa apropriada à prática do esporte com preço justo. A maioria era importada e de qualidade inferior daquela que eles buscavam. Então enxergaram aí uma oportunidade: produzir um produto com preço justo e qualidade superior. A ideia deu certo, mas chegaram num ponto em que queriam ir além: desenvolver os canais de venda direta. Mas para isso, precisavam resolver o problema que estava impedindo a empresa de crescer: a motivação dos representantes.

“Acredite em você e no seu negócio, mas não feche os olhos para os problemas que aparecerem. Independentemente da sua formação, vá atrás de conhecimentos sobre gestão. Ela é o fator determinante do seu sucesso”.

Foi então que eles chegaram no Scale-Up. A sinergia com o experiente Roberto Kanter foi instantânea. Com encontros presencias e a distância, eles tiverem muitos insights que foram aplicados logo após o programa. Investiram na marca, lançaram novos produtos e, como forma de incentivo, passaram a premiar os melhores representantes. O resultado? Três meses depois da experiência, Fagundes já conseguia enxergar o crescimento no faturamento da empresa e a motivação da equipe.

Perguntei a ele sobre o que aprendeu e qual era a dica para quem está começando. Vale muito a pena compartilhar com vocês. “Quando se fala em empreendedorismo, as pessoas ainda geram um certo glamour em cima disso. Mas quem é empresário sabe que não funciona bem assim. É preciso persistência, pois no começo, as chances de dar errado são grandes. Acredite em você e no seu negócio, mas não feche os olhos para os problemas que aparecerem. Independentemente da sua formação, vá atrás de conhecimentos sobre gestão. Ela é o fator determinante do seu sucesso”.

Mindfulness: tenha uma nova visão sobre a vida e sobre si mesmo

No dia a dia, aquela correria insana: expediente, trânsito, estudos, carreira, chefe,prazos e metas. Na sexta-feira, um happy-hour para ver se os pensamentos se distraem. Mas não tem jeito: a cabeça continua fervilhando, a cidade não para, o relógio é influenciado por uma aspirina vertiginosa que nós mesmos criamos ao tentar fazer tudo ao mesmo tempo. É nessa hora que o conceito de Mindfulness pode ajudar e nos fazer pensar:

E se a nossa mente se libertasse?

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O que é essa tal de Mindfulness?

Traduzida para o português como “atenção plena”, Mindfulness é uma técnica desenvolvida através da meditação budista Samatha, com um único e nobre objetivo: melhorar a qualidade dos nossos pensamentos. É um estado que qualquer um pode atingir, que faz você estar de corpo e alma presentes no agora e ajuda a manter o discernimento diante das emoções.

Um dos grandes estudiosos do conceito de mindfulness, Mark Williams, conta que esse tipo de meditação vem sendo cultivada há séculos do outro lado do mundo, principalmente nos templos e mosteiros. No entanto, a técnica despertou o interesse de cientistas nos Estados Unidos somente no final dos anos 70, quando foi criado um programa baseado na meditação mindfulness para tratar problemas associados ao estresse e à dor crônica. As pesquisas do programa apontaram efeitos incríveis: além de reduzir o estresse ou a ansiedade, a prática também atua no nosso bem-estar geral, melhorando a memória, a resistência mental e física.

Mas o que é estar presente?

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Estar presente, para a técnica de Mindfulness, é viver conscientemente a experiência do momento atual de forma plena e intencional.

“Estar identificado com a mente é estar preso ao tempo. É a compulsão para vivermos quase exclusivamente através da memória ou da antecipação”.

Esse é o principal ponto de outro estudioso do Mindfulness, Eckhart Tolle. Significa que, ao criar grandes preocupações com o passado eo futuro, você acaba tirando sua atenção do que acontece ao redor e não permite que o presente seja o principal foco do seu pensamento.

Mas é no presente que a nossa vida se desenvolve, não é?

Para Tolle, ao observarmos a nós mesmos – avaliando atitudes e formas de pensar – um grau mais alto de presença surge automaticamente em nossas vidas: ao perceber que não estamos com a mente focada no que acontece conosco, já conseguimos voltar rapidamente ao presente e ao ambiente.

Tomando o cuidado de observar nossas mentes, paramos de ficar aprisionados aos problemas do passado ou do futuro, deixamos de relembrar mágoas antigas e não sofremos mais por antecipação.

Segundo a professora de yoga Maria Cardoso, estar presente possibilita discernir a realidade sem tanto envolvimento com as emoções e com as circunstâncias ao redor. Estar presente é observar a mente e corpo de um modo mais amplo, examinar como surgem os pensamentos, emoções ou reações em diferentes circunstâncias e entender com que frequência a sua atenção está no passado ou no futuro.

E quais são os benefícios do Mindfulness?

Adeptos do Mindfulness conseguem obter mais produtividade e concentração, além de apresentarem mais clareza nas decisões do dia a dia. As relações também são impactadas positivamente, já que ficam mais conectados com o próprio ser e conseguem responder com calma às situações, sem reagir de forma impulsiva.

Ou seja: com essa técnica, é possível aproveitar mais o presente, observar nossas vidas momento a momento e desfrutar do que estamos fazendo na mesma hora. O conceito de Mindfulness é tão positivo que grandes empresas, como o Google, apostam há anos na prática para melhorar a produtividade e as relações interpessoais dos seus funcionários.

Foto: Arthur Nobre

Foto: Arthur Nobre

Além disso, os estudos do Mark Williams comprovam que a prática de Mindfulness em pessoas depressivas diminui pela metade o risco de reincidência durante o período crítico de 12 meses, quando dois terços ou mais dos pacientes apresentavam sintomas da doença novamente.

Para os artistas de plantão – profissionais que trabalham diretamente com a criação -, essa técnica também estimula a criatividade. Com uma mente mais clara, livre das perturbações cotidianas e sem a turbulência dos pensamentos indesejados, você direciona a sua atenção para o lugar certo, consegue notar perspectivas diferentes e possibilita que novas ideias apareçam ao dessobrecarregar sua mente.

“Continuamos a usar nossas mentes quando necessário, mas de um modo mais focalizado e eficiente. Assim, utilizando nossas mentes com objetivos práticos, não ouvimos mais o diálogo interno involuntário e sentimos uma enorme serenidade interior”.

Dicas para praticar o Mindfulness

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1. Preste atenção na sua respiração

Respire. Então você pensa: “mas eu faço isso sem parar”! Duvido que em algum momento você observou se estava fazendo isso adequada e profundamente. Se conectar com a sua respiração é lembrar que você está vivo, que você está aqui e deve prestar atenção ao que acontece no agora.

2. Reserve um momento no dia para você

Escolha um momento no seu dia para não fazer nada –  nada mesmo. Como explica a professora de yoga, Maria Cardoso, “não é assistir Netflix, não é ler um livro. É realmente não fazer nada”. Sente, deite e descanse, aproveitando o tempo para ficar com você mesmo. Sinta seu corpo, sua emoção e entenda suas reações, sem julgar nem analisar o que você está observando.

3. Escolha uma atividade para estar presente

Sabemos que é difícil ficar concentrado o tempo todo. Mas Claúdia Rambir, que medita e pratica yoga há 30 anos, dá uma dica valiosa para isso: escolha uma atividade em que você realmente esteja presente e pratique-a por, pelo menos, 15 a 30 minutos por dia.

“Durante o café quando você pegar o pão, sinta o cheiro dele antes de colocar na boca. É uma coisa boba, mas faz uma diferença absurda. Se você vai beijar a pessoa que você ama, beije e não pense em outra coisa. Se você for pegar um lápis para desenhar, sinta-se parte do grafite que está desenhando no papel. Seja o que for, esteja presente por pelo menos 15 minutos por dia, todo o santo dia, isso vai mudar a tua vida”.

4. E seja presente com você e com os outros

Quando conversar com alguém,  esteja realmente ali. Escute o que o outro fala e deixe-se envolver pelo papo. Isso também vale para você mesmo: preste atenção em seus pensamentos, tente organizá-los e perceba o que o seu corpo está dizendo.

5. Determine um gatilho

Escolha um gatilho, uma coisa que você ache difícil de lidar –  pode ser um texto que exige concentração, uma atividade física ou uma tarefa no trabalho. Assim, toda vez que esse gatilho acontecer, você consegue se lembrar de estar presente e responder conscientemente àquela circunstância. É uma forma de fazer o corpo e a mente terem foco, além de estimular respostas positivas às situações.

6. Medite

Meditação é essencial para liberar energias, descansar e limpar a mente para suas próximas decisões. Existem diversos exercícios de Mindfulness que você pode praticar mesmo sendo iniciante na técnica. Experimente programar o cronômetro do celular em 5 minutos, sentar com sua coluna ereta e se concentrar apenas na sua respiração até o tempo acabar. Com isso, você vai ficar mais relaxado e deixar a mente pronta para trabalhar, estudar e interagir melhor consigo e os outros.