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Produtividade sem bullshit: seja dono do seu tempo

Você sabia que não sente o tempo passar da mesma forma que seus pais ou avós? A associação de tarefas no trabalho, estudo, criação de projetos e momentos de lazer acabam fracionando aquelas 24 horas que o nosso dia supostamente teria.

Mas calma, você não está ficando maluco: estudos de diversos autores e linhas de pesquisa comprovam que a nossa percepção de tempo realmente mudou. Para a psicóloga Claudia Hammond, autora do livro Time Warped: Unlocking the Mysteries of Time Perception, o sistema cerebral registra a passagem do tempo de forma flexível, variando de acordo com emoções, expectativas e tarefas executadas em determinado período.

Já o escritor norte-americano Nicholas Carr, finalista do Pulitzer pelo livro The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains, atribui à internet essa mudança de percepção do tempo, considerando sua instantaneidade como a responsável pela busca de um imediatismo irreal.

Na prática, independente da explicação racional, precisamos encontrar maneiras efetivas para aumentar a produtividade diária e riscar a nossa (quase) interminável lista de tarefas do dia – seja ele composto por 24, 15 ou 5 horas.

Se livre da procrastinação, a grande vilã da produtividade.

Se livrar de múltiplas tentações, como “só” mais um episódio daquela série da Netflix, para focar em determinada atividade (que é bem chata na maioria das vezes) é um desafio diário para os procrastinadores. Mas afinal de contas, por que procrastinamos tanto?

Isso acontece quando acreditamos que o nosso “eu do futuro” é capaz de dar conta de atividades deixadas para trás pelo nosso “eu do presente” – o que é verdade, mas causa estresse, desgaste e uma grande sensação de fracasso. Para a nossa sorte, uma pesquisa recente de Daphna Oyserman, professora, psicóloga e pesquisadora da University of Southern California encontrou o que parece ser a chave para essa questão.

“Pense no futuro usando métricas em meses ao invés de anos, dias ao invés de meses e horas ao invés de dias, assim, futuro e presente parecem conectados e, portanto, harmônicos ao invés de conflitantes”.

Daphna chegou a essa conclusão depois de dividir o estudo em dois momentos. Primeiro, 162 participantes precisaram imaginar um evento (seu casamento ou uma reunião capaz de mudar o futuro profissional) e definir quando ele aconteceria. Alguns previram isso em dias – na próxima sexta-feira, no dia 15, daqui a três dias. Outros participantes quiseram deixar os acontecimentos para o futuro e os projetaram para dois meses, seis meses, um ano.

O segundo momento do estudo envolveu 1.100 voluntários e, dessa vez, as pessoas deveriam pensar qual era o momento certo para começar a guardar dinheiro para a aposentadoria. Novamente, cada um entregou datas diferentes, pensando em dias, meses e anos.

A pesquisadora analisou os resultados, ligou os pontos e chegou a uma grande resposta: quem planejou as datas em dias – tanto na primeira quanto na segunda fase – foi capaz de se organizar melhor no calendário e pensar em sua rotina com antecedência. O planejamento dessas pessoas ficou adiantado em 30 dias na fase dos eventos e 4 meses na organização da aposentadoria.

E o que isso significa? Diminuir as unidades de medida do tempo facilita a compreensão de cada tarefa, ajuda a você a projetar cenários e organizar sua rotina em etapas menores (e, logo, mais fáceis de realizar).

O que é urgente e o que é importante?

Um dos pontos fundamentais para aumentar o nível de produtividade é definir as prioridades do dia. Urgente é algo que exige atenção imediata, enquanto as tarefas importantes são aquelas que possuem impacto (sendo concluídas ou não), um prazo e podem se tornar urgentes.

Resumindo: urgente é aquilo que se não for feito vai dar m* e importante é aquilo que quando feito vai dar resultado.

Dividir suas atividades dessa forma só é possível com uma organização realista e funcional. Confira essas dicas que vão colocar tudo em seu devido lugar e aumentar a produtividade:

Reserve a primeira hora do dia para montar sua agenda.

Dessa forma, você consegue analisar tudo o que vai acontecer nas próximas horas de uma maneira sistematizada.

Separe os compromissos pessoais e profissionais por cor.

Escrever com cores diferentes cria uma divisão primordial para que você consiga definir, de forma equilibrada, quais são as prioridades – sem exceder o volume de trabalho ou o tempo de ócio.

Lembre-se: você não precisa fazer tudo sozinho!

Identifique quais tarefas da sua agenda podem ser realizadas por outras pessoas. Assim, caso precise, você conseguirá remanejar as atividades rapidamente e otimizar processos.

Não marque mais de uma reunião por período.

O trânsito é caótico e conversas se estendem. Ao marcar diversos compromissos no mesmo período, você vai acabar sempre atrasado, cansado e com fome.

Diga não.

É normal ficar tentado a pegar mais projetos, atender mais clientes e fazer mais freelas, mas esse acúmulo resulta em ideias pela metade, pessoas mal atendidas e trabalhos atrasados. Seja honesto com você mesmo e só aceite algo quando realmente tiver algum tempo sobrando. Não sabe como fazer isso? Confira algumas dicas para dizer não sem machucar.

O feito é melhor que o bem feito.

Para determinadas atividades, o resultado esperado é a entrega em um curto prazo e não a qualidade da ação. Identifique quais são essas tarefas, determine a quantidade de horas necessárias para terminar e não exceda o tempo reservado à atividade.

Tenha postura reativa.

É preciso saber lidar com os imprevistos durante o dia. Destaque tarefas que podem ser adiadas caso algo urgente aconteça, para não ser pego totalmente desprevenido.

Ferramentas gratuitas e realmente úteis para aumentar a produtividade.

Trello – ideal para gestão de projetos.

Com muita versatilidade no gerenciamento, essa ferramenta se adequa totalmente ao perfil e necessidades de cada usuário. Com uma interface simples e intuitiva, o Trello vai de grandes planejamentos estratégicos, que envolvem diversas pessoas, ao projeto e organização de viagens solitárias.

Google Agenda – ideal para quem vive esquecendo reuniões.

Como o próprio nome denuncia, é uma agenda virtual e serve para organizar suas tarefas. A principal vantagem do Google Agenda, além da visualização ampla de todos os compromissos no dia, semana ou mês, é a fácil edição dos lembretes: basta ter acesso à internet ou um celular na mão para modificar e receber notificações horas antes dos eventos agendados.

Goconqr – para organizar as ideias.

Os mapas mentais são formas de tangibilizar ideias e tirar os projetos da fase imaginária. Com o Goconqr, você consegue construir conexões, unir insights à execução e definir as etapas de uma ação.

Aprendemos muito sobre produtividade no Aldeia Summit, que rolou em 2016 (esse post é derivado do painel sobre produtividade que rolou). Por aqui, organizar a rotina é um assunto frequente – afinal, para realizar projetos transformadores, é preciso muito foco e força de vontade.

E você, já está pronto para o Aldeia Summit ’17? Se quiser conhecer a programação em primeira mão e ganhar desconto nos ingressos, chega mais!

 

Diário de uma empreendedora novata: 3 lições importantes (parte 2/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Semana passada comecei a narrar aqui as alegrias, angústias, dores e conquistas da vida de autônoma, na qual embarquei há pouco tempo depois de me demitir do meu emprego. A primeira parte desse diário está aqui. Hoje, antes de continuar, preciso agradecer. Não imaginava uma repercussão tão positiva desse relato sobre essa nova fase da minha vida. Fiquei muito feliz com todos os comentários e ainda mais animada para continuar a compartilhar essas novas experiências. Vamos lá:

As conexões não param de acontecer

Não sei o que acontece aqui na Aldeia, mas as pessoas são muito abertas pra compartilhar ideias e encontrar soluções. Bem diferente de uma corporação, empresa, seja lá o que for, que tem um modelo mais tradicional e linear, onde dar sua opinião pode até botar em risco seu cargo. Toda hora eu conheço alguém diferente e de alguma forma mágica, nossos negócios se complementam. De uma simples conversa informal na cozinha, consigo indicações maravilhosas e já marco reuniões, uma atrás da outra.

Semana 2

Essa semana eu visitei um possível cliente muito bacana, me deixou bastante animada com a proposta de trabalho e até o final da semana fiquei de mandar um orçamento (agora com segurança!). Esse trabalho vai exigir muitas parcerias com outros profissionais, como alguém pra desenvolver site, outro pra mexer nas estratégias de Google Adwords, um designer e por aí vai.

“Se você é assim como eu, que trabalha sozinho, é importante formar parcerias sólidas e de confiança que vão ajudar você com áreas que você não é especialista”.

Esse é um formato de trabalho que acabei adotando aqui na Aldeia e que gosto muito de comentar. Se você é assim como eu, que trabalha sozinho, é importante formar parcerias sólidas e de confiança que vão ajudar você com áreas que você não é especialista. O legal é que você entrega coisas muito preciosas pro seu cliente:

  • Ele ganha especialistas em frentes de trabalho diferentes, o que quer dizer mais foco e consequentemente, mais resultados;
  • O projeto dele fica completinho e ele não precisa correr atrás de mais nada ou de ninguém, tudo que ele precisa está bem ali;
  • O processo é construído por várias mãos (inclusive as do cliente), tornando a experiência muito mais rica e inteligente.

E as vantagens pra você como profissional:

  • Você faz contato com mais gente e cria uma rede de apoio pra trocar ideias e conhecimento o tempo todo;
  • Você não fica sobrecarregado e pode focar naquilo em que você é realmente bom;
  • Você vai ter parceiros confiáveis, fiéis e em sintonia com o seu trabalho;
  • O ciclo é infinito: você pode indicar seu parceiro pra outros projetos que você não pode pegar por exemplo, e ele com certeza vai te indicar pra outras coisas também.

Coisas incríveis acontecem o tempo todo

Nessa pegada de sempre conhecer pessoas novas, seu lado social vai despertando de formas que você nunca havia experimentado antes e você fica realmente muito bom nisso. As conversas fluem mais fácil, você perde a insegurança pra falar do seu negócio e os caminhos se abrem o tempo todo. Acontecem coisas que você nem imaginaria, e aí que eu comecei a me ligar que aquele pedido de demissão não foi só isso, representou uma abertura de caminhos fenomenal!

Um exemplo disso é eu ter conhecido o fotógrafo que mais admiro aqui em Curitiba. Acompanho o trabalho desse cara desde o começo e sentia uma good vibe vindo dali. Assim que eu fiz esse movimento de me assumir como empreendedora, acredita que ele me procurou nas redes sociais? A gente trocou altas ideias sobre empreendedorismo, cultura, arte, vida e a corrente fluiu super bem. Essa é uma amizade que com certeza quero manter por perto!

Tome consciência dos seus pensamentos

Eu sou meio viciada em livros de autoajuda, adoro ler esse tipo de coisa e entender como a nossa mente funciona. Isso me ajuda a me conhecer cada vez mais. O ponto que quero chegar é que esses livros abordam coisas que não são palpáveis, são coisas que precisam ser sentidas e vividas pra entender. Na teoria parece lindo, mas a gente fica na dúvida se na prática funciona de verdade. Tipo esse movimento do pensamento positivo, conhece? Vários abordam isso e ensinam basicamente o seguinte (pelo menos foi a minha interpretação sobre, ok?):

  • Aprenda a identificar seus pensamentos e sentimentos e dar nome a eles. Assim eles ficam concretos e menos assustadores, porque sabemos o que eles são e do que se trata. Se você está apreensivo pra falar com alguém, sentindo um nó na garganta e os ombros tensos, você pode estar sentindo medo. Chame ele de medo pra você ver, parece que ele fica pequeno e você consegue pensar “ah era isso!”.
  • Com o pensamento ou sentimento identificado, é hora de mudar a direção dele! Se é o medo que está incomodando, tente pensar de uma forma racional da onde vem esse medo. Tem muitas coisas que a gente sente e que nem sabemos porque sentimos, parece que se for analisar bem não faz sentido se sentir assim. Isso vem de coisas que acontecem desde a nossa infância, as crenças que nossos pais nos contaram, a educação que a gente recebe dos nossos professores na escola, as influências dos nossos colegas. É isso que faz a gente sentir, pensar e agir de uma maneira e não de outra, é como se fosse uma programação. Mas ela pode ser mudada!
  • Sabendo o que é e da onde vem, a gente consegue mudar a direção disso e ter mais controle da nossa própria vida, tomando decisões e agindo de uma forma que a gente gostaria mais, algo que tem mais a ver com a gente hoje, sabe? Transforme algo negativo em algo positivo e veja os resultados disso.

“Todas as coisas boas que acontecem comigo vieram porque eu trabalhei isso dentro de mim, conheci todos os meus lados (e ainda virão outros que ainda são desconhecidos) e agora consigo estar mais aberta pra vida”.

Eu vivo o resultado disso todos os dias. Todas as coisas boas que acontecem comigo vieram porque eu trabalhei isso dentro de mim, conheci todos os meus lados (e ainda virão outros que ainda são desconhecidos) e agora consigo estar mais aberta pra vida. E ela tem me trazido um presente lindo por dia!

O ambiente influencia em tudo

Outra coisa que me ajudou muito a dar espaço pra que coisas mágicas acontecessem foi mudar de ambiente. Esse eu diria que foi o principal fator pra mim!

Na agência o ambiente não era nada motivador, existia concorrência entre meus colegas, um desânimo em criar coisas legais, dava pra sentir a frustração de vários clientes e eu sentia uma agonia por não conseguir ajudar mais. Aquele ambiente poderia não ter nada de errado pra outras pessoas, mas pra mim não fazia mais sentido estar ali, porque não combinava mais comigo. Eu precisava sair dali!

Hoje estou num ambiente que me deixa à vontade, consigo ser eu mesma 100% do tempo, sou estimulada, motivada, tenho troca de conhecimento com muita gente de diversas formas, minha criatividade aumentou muito, meus interesses mudaram, meu olhar sobre as coisas é diferente, me tornei extremamente colaborativa e sei que minha opinião aqui importa, ou melhor, as pessoas querem e gostam de ouvir minha opinião.

Se antes eu queria muito sair da onde eu estava, agora não tenho nem mais vontade de voltar pra casa. Acho até que o coworking poderia virar um hotel!


Continua na próxima semana.

 

 

Diário de uma empreendedora novata: a vida pós demissão (parte 1/4)

Oi! Meu nome é Alessandra Boldrini. Sou formada em marketing e atuei boa parte da minha carreira em agências digitais. Nos últimos 5 meses eu vinha sentindo uma inquietação muito grande em relação à minha vida e principalmente em relação ao meu trabalho.

Há poucas semanas, larguei um emprego que não fazia mais sentido pra mim e escolhi seguir o caminho da vida autônoma. Vim para a Aldeia e abri minha empresa há um mês, com foco em trazer soluções para meus clientes nas áreas de mídias sociais e estratégias digitais, produzindo conteúdo e prestando consultorias.

Como sei que tem muita gente por aí com essa “coceirinha” também, comecei a escrever esse diário (que é um “semanário”, na verdade). Nele, estou relatando as alegrias, dores, angústias e conquistas de uma empreendedora novata na esperança de que possa ajudar e encorajar quem está passando pelo que passei e inspirar vocês a colocar as ideias na realidade também. Espero que gostem!

E a ficha caiu…

Dois dias depois que pedi demissão da agência, a Aldeia fez um happy hour para todo mundo compartilhar suas conquistas de fevereiro. Fizemos uma roda bem no meio da Aldeia e aos poucos cada um foi contando suas vitórias do mês. Quando chegou minha vez, comecei com a frase “Pedi demissão da empresa que eu trabalhava” e a galera toda gritou, aplaudiu, ganhei parabéns de todo mundo, foi demais!

 

Era a primeira vez que eu dizia aquilo em voz alta. Naquele momento todas as fichas caíram de uma vez só e eu pensei “isso está realmente acontecendo comigo”. A única coisa que eu conseguia fazer era sorrir.

Semana 01

Primeiro dia trabalhando pra minha empresa, uau! Eu ainda tive que cumprir horário de manhã na agência, meu coração quase não aguentava de tanta ansiedade, queria chegar logo na Aldeia, sentar com a galera e começar a botar a mão na massa! Saí direto da agência e fui pro coworking. Fui recebida com abraços, parabéns e até ganhei um “que orgulho”. Esse acolhimento é realmente fantástico e me manteve segura que eu tinha tomado a melhor decisão da minha vida.

Como começar a empreender

Várias pessoas vieram me chamar pra gente conversar e tomar um café. Conversamos sobre o que eu mais gosto de fazer, sobre o que eu quero fazer agora, e eles foram me dando várias dicas muito práticas pra começar minha vida de empreendedora. A dica que mais guardo foi “espalhe a notícia pra sua comunidade de amigos”.

Isso não parava de martelar minha cabeça. Antes de dormir, peguei o celular e escrevi um post no Facebook e no Instagram contando como foi meu primeiro dia como empreendedora. Agradeci a ajuda de todos até aquele momento e contei com o que estava trabalhando. Uma galera veio falar comigo, gente que eu não falava fazia muito tempo veio me procurar! Ali começava uma pequena fagulha e eu não tinha ideia que em breve ia se transformar numa fogueira.

Novos desafios

Um antigo contato, um cliente querido que eu atendia lá no início da minha história na agência, veio me procurar. Ele ficou curioso e queria saber o que eu estava aprontando! Contei toda a história pra ele num almoço e ele na hora perguntou “quero fazer uma consultoria com você. Topa?”. Topei na hora!

O desafio que ele me propôs foi novidade pra mim, eu nunca tinha ensinado ninguém sobre marketing digital (com exceção dos meus estagiários), mas sempre tive muito interesse em fazer isso. Além dele ter me ajudado a dar esse ponta-pé inicial, trouxe uma ideia valiosa que eu poderia replicar pro meu negócio. Eu agora poderia ser consultora e ajudar as empresas com os conhecimentos que adquiri até agora.

Aí surgiu a parte difícil: como vou fazer um orçamento disso? Bateu uma insegurança bem chata, será que ia saber cobrar? E será que seria um preço justo tanto pra mim, quanto pro cliente?

Decidi mandar esses medos todos passearem. Fui atrás das pessoas e tratei de fazer conexões! Conversei com uma pessoa que já tinha essa experiência em dar aula (e o melhor, na minha área) e a gente desenhou formatos muitos legais juntas. Adotei ela como minha mentora desse processo e ela vem me ajudando a entender várias questões.

Conselho de empreendedora: tenha um mentor

Aliás, tenha vários mentores, quantos puder ter e em diferentes áreas, principalmente naquelas que você não domina ainda. Eles já trilharam o caminho que você quer trilhar e sabem como e quando você tem que desviar de um obstáculo, encurtando seu tempo para atingir seus objetivos!

Eu estava muito segura com as orientações da minha mentora, mas ainda faltava o orçamento e esse era o tipo de coisa que não adiantava mais procrastinar. Uma hora eu precisaria sentar, rever todos os meus orçamentos e parar de ter medo toda vez que eu enviasse um por e-mail.

Foi quando conheci dois meninos que têm uma empresa de gestão de marcas. A nossa sintonia foi incrível no primeiro segundo de conversa! Falamos sobre nossos negócios, propósitos, paixões, medos, angústias e trocamos muito conhecimento. Mal eu sabia (de novo) que eu estava fazendo uma das melhores parcerias da vida! Um dos meninos (outro grande mentor) me apresentou uma planilha financeira super completa e me ensinou a mexer nela, assim eu poderia adaptar pro meu negócio e minhas atividades.

Fiquei pelo menos uns 4 dias direto em cima dela, analisando cada número, cada serviço que eu iria prestar, quantas horas eu iria levar pra desenvolver cada um, e mais um monte de outros detalhes. No final dessa maratona, eu estava esgotada. Sonhei com números e porcentagens, não aguentava mais ver número na minha frente, eu queria ver letras, imagens e gifs de gatinhos fofos (eu fiquei todos esses dias sem abrir meu Facebook, o que foi bem importante e fica como mais uma dica aí pra você).

Gratidão

No final da semana eu abri minha planilha, montei meu orçamento pro projeto de consultoria e tive certeza que aqueles valores estavam perfeitos assim. Criei uma proposta e mandei pro cliente, cheia de confiança. Lembro que ainda escrevi no e-mail “quando se sentir pronto, me procure pra conversarmos”. Não deu nem meia hora e ele me ligou dizendo “estou pronto pra falar com você. Vamos contratar a consultoria”. Desliguei o telefone e fui correndo procurar um cantinho silencioso, só pra agradecer ao universo por ter me ajudado nessa!

 


Continua na próxima semana!

O que fazer quando trabalhar é desnecessário?

Há milhares de anos, a raça humana era especialista em sobreviver. Como extraiam da natureza todos os recursos, tinham amplo conhecimento sobre plantas e animais, mapeavam áreas de risco para instalar suas tribos e tinham formas complexas de desenvolver ferramentas para a caça. Sua forma física podia ser comparada aos atuais atletas de alto nível, já que sua sobrevivência dependia da capacidade de fugir e esconder-se de perigosos predadores.

Mas agora, estamos passando por um momento na história da humanidade em que não precisamos mais dedicar nosso tempo diretamente à sobrevivência desta forma: já existem pessoas especializadas em cultivar comida (produtores de plantas e animais), em preparar comida (restaurantes), em fornecer acomodações (construtoras, hotéis) e em, virtualmente, nos oferecer qualquer outro serviço que algum de nós precise para viver.

Boa parte dos profissionais que trabalham com áreas do conhecimento, como programadores, arquitetos, engenheiros, cientistas, entre outros, deixaram de ser protagonistas da solução dos problemas mais prioritários – fisiologicamente falando – para dedicar tempo em atividades altamente especializados e que, em geral, resolvem problemas muito distantes dos relacionados à sobrevivência (mas que só existem por conta dessas abstrações que nós mesmos criamos).

https://www.dlojavirtual.com/dicas-para-o-seu-negocio/piramide-de-maslow

Um bicho diferente, que evolui apesar do DNA

O ser humano, por conta do seu cérebro diferenciado, é a única espécie conhecida que consegue preservar e transmitir o conhecimento através de gerações sem utilizar o DNA, afinal, ele é passado por meio das tecnologias que nós mesmos criamos, como os desenhos nas cavernas até os tutoriais no YouTube. Mesmo assim, acredita-se que apesar de toda a tecnologia que dispomos hoje, como indivíduos, os seres primitivos eram mais inteligentes.

A sociedade, com as facilidades que conhecemos, existe em menos de 0,001% da história da humanidade. Nosso estilo de vida é único e não seria possível sem as tecnologias que nós mesmos inventamos e aprimoramos com o tempo – e isso começou há mais ou menos 12 mil anos, com o surgimento da agricultura e a construção dos primeiros templos.

Vamos automatizar tudo!

“O que hoje só nós podemos fazer amanhã as máquinas farão e isso nos tornará mais dependentes delas”.

Há cerca de 500 anos, o aparecimento da ciência transformou tudo o que os seres mais primitivos sabiam e conheciam até então. O progresso passou a ser exponencial. A partir da Revolução Industrial, muita coisa mudou e, agora, estamos muito mais próximos do que imaginamos de viver uma nova revolução, dessa vez, muito mais que tecnológica. No futuro, teremos mais automação: o que hoje só nós podemos fazer, amanhã as máquinas farão e isso nos tornará cada vez mais dependentes delas. Afinal, um computador nada mais é que uma máquina que processa instruções genéricas e é só uma questão de tempo para termos a grande maioria das tarefas automatizadas, principalmente as que dependem de um software.

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Não apenas ficaremos ainda mais dependentes da tecnologia, como já estamos: imagine viver num mundo sem Internet, sem energia elétrica e sem outras facilidades? Até que ponto nós controlamos essas tecnologias? Até que ponto elas nos moldam e nos tornam dependentes? Até que ponto somos seres mais limitados? Certamente, um ser humano dos dias atuais teria muita dificuldade em sobreviver no mundo como era há 50 mil anos: não dava para pedir pizza pelo telefone, não tinha loja vendendo roupas para o frio e o conhecimento humano não estava acessível e compartilhado no Google.

Neo refletindo se controlamos as máquinas ou se elas nos controlam (Matrix Reloaded).

“Se você não fosse útil para a sociedade, com que inutilidades gastaria seu tempo? ”.

Claro que uma reflexão mais profunda sobre o controle que as máquinas exercem em nossas vidas fica para um próximo texto, caso contrário, teríamos um livro publicado aqui. No entanto, a ideia desse texto é levantar discussões acerca do quanto o mundo automatizado vai limitar a execução de tarefas “úteis à sociedade”. O que fazer quando trabalhar for desnecessário? Precisamos falar sobre isso: nem todas as atividades vão desaparecer em função das máquinas, mas os indivíduos precisarão se reinventar, pois apesar de elas estarem bem próximas de dominar o mundo, jamais substituirão a necessidade do ser humano de se relacionar. E serão nessas tarefas que deveremos investir.

Para encerrar, já deixo aqui a pergunta que não quer calar: se você não fosse útil para a sociedade, com que inutilidades gastaria seu tempo? Faça anotações e já comece a se planejar para a próxima revolução. Boa sorte!

Como transformei minha vida após 10 dias em silêncio

Recentemente voltei de um período de silêncio onde passei 10 dias aprendendo a técnica de Meditação Vipassana. Ela consiste em simplesmente ver as coisas como elas realmente são. É uma das mais antigas técnicas de autopurificação através da auto-observação, ensinada por S. N. Goenka, na Índia. Sidarta Gautama, chamado de Buda, experimentou várias técnicas de meditação até se deparar com Vipassana que o levou ao despertar, ao ser iluminado, ao estado de Buda.

“A solidão é necessária para estabelecer-se no Eu, mas os mestres então retornam ao mundo para servi-lo.” Autobiografia de um Yogi (Paramahansa Yogananda)

E após voltar do retiro, resolvi escrever sobre a experiência e compartilhar com vocês as 7 grandes lições que aprendi.

#1 Aprendendo a ficar em silêncio.

Ficar quieto, parado e concentrado nunca foram palavras que me caíram muito bem. Sempre gostei muito de esportes, de música, de estar em movimento. Os primeiros dias de meditação foram de total foco e concentração em minha própria respiração, meu próprio ser, em como faço tudo o que faço e como meu corpo e minha mente se comportam. Durante esse processo, enfrentei vários desafios: dores, dúvidas, infinitos pensamentos e sem falar no Spotify mental de “entra música, sai música”, uma atrás da outra, cantando e ensurdecendo minha mente.

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“Toda essa inquietação também me fez chegar a uma simples e importante conclusão: sou a minha melhor companhia”.

#2 Você não é a sua mente.

Foi aí que eu descobri que eu não era a minha mente, minhas ideias ou meus planos futuros. Sou tudo isso, um pouco de tudo e muito de cada pouco. Minha mente estava em todos os lugares, em todos os pontos de contato do meu ser com o mundo externo e, a cada respiração e em cada suspiro, podia sentir aos poucos quem eu realmente era. Toda essa inquietação também me fez chegar a uma simples e importante conclusão: sou a minha melhor companhia. Afinal, precisava estar bem comigo lá. Seriam mais 8 dias em silêncio e quanto antes entendesse que a minha presença era a única coisa que eu tinha, melhor seria a minha experiência. Assim, segui em frente.

#3 No momento presente, aqui e agora.

Então, depois de alinhar os pensamentos, as ideias e de me sentir completamente presente com meu ser, a respiração passou a ficar consciente, mais calma. Entendi melhor toda a ideia da técnica e passei a treinar com mais foco e determinação. A parti daí, comecei a sentir melhor os resultados e benefícios da técnica. Senti até uma amostra do “fluxo livre”, que é quando estamos em perfeita sintonia com nosso corpo, nossa mente e nossa alma. É assim que o fluxo energético passa por todo o corpo de maneira fluída, enquanto você apenas respira e seu “todo” transpira, transcende (ou sei lá como descrever… mas funciona).

O que me levou a me interessar por esse tipo de retiro, foi uma técnica também de focar a nossa existência no tempo presente, no aqui e no agora: a Mindfulness. E para saber mais sobre ela, você pode ir direto neste post.

“Não tinha porque sofrer por antecedência ou resolver desistir, cada momento reservava diversas surpresas e as sensações mudavam a cada instante”.

#4 De saco cheio.

Depois de insanas horas de meditação diárias e uma alimentação totalmente diferente do que estava acostumado no dia a dia (a comida lá era ótima, só algumas regrinhas de quantidade me incomodavam, rs), tudo começou a cansar, de verdade. Ainda faltavam seis dias para o retiro terminar e eu pensava que já estava bom. Mas como algo dentro de mim falava para continuar, resolvi treinar e persistir na técnica, o que foi sensacional. A partir de então, algumas novas ideias passaram a fazer sentido, como a de que tudo muda, tudo passa. Seja qual for o teu sentimento, a tua dor, a tua vontade, o teu sofrimento, a tua angústia ou o teu motivo de felicidade… vai passar! E essa experiência é na tua pele, é com você, e só você pode se conhecer. E assim foi. Não tinha porque sofrer por antecedência ou resolver desistir, cada momento reservava diversas surpresas e as sensações mudavam a cada instante, então o jeito era manter a postura, sentar-se, fechar os olhos e continuar meditando, sentindo, observando, transpirando.

#5 Descobrindo a “Anicca”.

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Uma das coisas mais legais que aprendi nesses dias foi a definição do termo “Anicca”. Ele diz respeito a constante mutação de todas as coisas que compõe o universo. Ou seja, é a Lei da Impermanência. Seja qual for o seu desejo, aversão, sensação, apego ou forma de relacionamento… o universo irá mudar. O ciclo da vida segue em frente e você precisa acompanhar o ritmo, mudando e se adaptando aos sentimentos, a própria impermanência. A nossa falsa sensação de controle e estabilidade grita alto nesse momento, sem falar em todas as nossas vontades e sonhos. É aí que começamos a compreender um pouco melhor o sentido da vida e da nossa existência…

Pausa.

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Precisei parar por um instante, levantar, ver um pouco da vida que passava lá fora, de como estava o dia e tomar uma água gelada. Não é sempre que as coisas fazem sentido de uma maneira tão pura, tão verdadeira. Nos deparar com nós mesmos, ali onde estamos. E aonde estamos? Estamos conscientes e pensantes sobre tudo, sobre cada ponto que existe e que já existiu por onde passamos. Nesse momento também comecei a ter várias ideias de tatuagens por todo o corpo… foi um dos auges do retiro, foi muito louco.

“Não precisa ter pressa para encontrar a frequência da sua vida, ela simplesmente virá, no tempo e no ritmo certo”.

#6 Tudo vira música

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Seguindo em frente pelos dias que ainda restavam, uma coisa voltou à tona: a música! Sim, a discotecagem musical, mas agora de uma forma diferente. Parecia algo sincero, natural, como se eu fizesse parte daquilo que sentia, que ouvia, cantarolava e solava interna e insanamente. Altos solos de guitarra e batucadas, shows ao vivo para multidões, saltos e pulos em cima do palco… fiz altos shows em minha mente. Mas assim cheguei a uma simples conclusão: música é aquilo que pulsa dentro de si, da sua revolta, sua opinião, suas críticas, seus sentimentos, sua ousadia, sua transparência, sua leveza e seu amor. Tudo aquilo que podemos ver, sentir, sonhar, imaginar, tudo aquilo o que é, pode ser música. Assim como o silêncio é uma forma musical, sonora. E, no tempo certo pode ser transformado na batida do seu dia, de uma lembrança da sua vida, das tuas músicas. Cheguei a pensar na ideia das “frequências mágicas” que nos envolvem e nos viciam, aquelas cantadas por multidões, tatuadas por pessoas e que enlouquecem uma galera por aí… música é frequência, é vibração, é o que nos faz sentir vivos. E não precisa ter pressa para encontrar a frequência da sua vida, ela simplesmente virá, no tempo e no ritmo certo. Pois no fim, tudo pode ser música. Me sinto música, sou músico. Voltei a respirar.

#7 De volta à “vida real”.

Algumas coisas são bem particulares, noutras é mais fácil se identificar. O fato é que mais perto do final, a experiência do Vipassana já tinha mudado minha vida. Queria sair logo, abraçar meus pais, minha namorada, meu cachorro, ver minha guitarra, minha prancha, minhas simples mais tão significativas coisas. Lembrando: sem apego e sem aversão a nada. Também queria voltar a trabalhar, mas agora com propósito, com vontade de fazer acontecer e poder fazer a diferença naquilo o que eu fizer.

“Foi muito interessante analisar a forma como interagimos mesmo sem interagir e como nos comunicamos sem ao menos trocar uma palavra ou um olhar”.

Viajar, viver, sorrir e ser feliz…

O começo não tem sido fácil e até agora posso dizer que tive algumas “provas reais” sobre como enfrentar os desafios diários, as cobranças, as decisões, as mudanças. Enfim, permaneço tranquilo, confiante e intuitivo sobre meus próximos passos. Muito grato por todos os aprendizados, por toda a experiência, e por todos os amigos que fiz nesses dias em silêncio, sem trocar nenhum gesto, nem um olhar. Foi muito interessante analisar a forma como interagimos mesmo sem interagir e como nos comunicamos sem ao menos trocar uma palavra ou um olhar. Realmente o ritmo lá é outro, mas aqui fora é vida que segue. Temos responsabilidades, família, amigos e sonhos para realizar, e acho que só tenho a agradecer por ter voltado tão sereno e tão sincero com tudo isso.

Fica aqui o meu sentimento de gratidão e o site para quem se interessar por essa técnica maravilhosa de autoconhecimento.

Espero poder retornar em breve!

Guilherme Cescatto