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Como acompanhar tendências em 2018

Na corrida pela vantagem competitiva do mercado, algumas pessoas saem na frente por conseguirem informações relevantes. Mas para chegar nesse ponto, é preciso análise, planejamento e projeção.

Pra você ter uma ideia, até 2020 mais de 90% das empresas devem adotar a tática de análise de dados como forma de antever o comportamento do público. Isso é ótimo do ponto de vista proativo, porque possibilita a implementação de medidas importantes a partir daquilo que foi detectado.

Ao fazer isso, tendências também são detectadas. Elas sinalizam comportamentos de consumo e indícios do que as pessoas tendem a seguir em um futuro próximo. Por exemplo, essa cor te diz o que?

Essa cor é a ultra violet, cor escolhida para 2018 pela Pantone. Caracterizada como complexa e contemplativa, ela sugere a exploração em contato com o místico e ao mesmo tempo com a tecnologia. Essa cor pode nos mostrar uma tendência para 2018: meditação, agora além dos círculos específicos, e o auto-conhecimento em pauta. Ela é uma indicação, mas existem vários outros fatores possíveis de análise.  

Mas qual o significado de tendência?

Tendência é um processo social no qual as pessoas mudam seus estilos, gostos, ações. Essas mudanças podem se dividir em curta duração ou longa duração e são adotadas por grande setores da sociedade. Hambúrguer artesanal, cervejas especiais, paleta mexicana, tudo isso veio como formato de negócio revolucionário, mas sem uma estratégia válida, se torna modismo e cai em desuso em pouco tempo. Mesmo sendo muito rentável no curto prazo, não tem muitas chances de ir longe. 

Em compensação, tendência tendem a revelar um pouco de como será o futuro e durar. Os segmentos de alimentação saudável e cosmética para homens está abrindo esse caminho e descobrindo um solo muito fértil. Essa, portanto, é a diferença entre uma mudança de curta duração e longa duração, que podem ser consideradas modismo ou tendências, de fato.

Ao acompanhá-las, você percebe que as pessoas estão mudando o jeito de consumir, e a partir disso pode avaliar se vale a pena investir em alguma forma específica de venda ou se está na hora de mudar. Além disso, estas tendências também podem sinalizar expectativas do consumidor que ainda não são atendidas pelo mercado. Ou seja, novas oportunidades de negócio que podem ser aproveitados para aumentar ganhos.

Dicas de como acompanhar tendências

Bom, não existe uma fórmula mágica na hora de “encontrar” tendências. O importante é considerar quais mudanças do mercado podem impactar seu negócio e começar a olhar mais de perto para elas. A partir desta análise, o trabalho é revisar o negócio, os processos e como eles estão sendo conduzidos.

Também é preciso considerar que essa observação precisa ser constante, afinal os hábitos de consumo mudam sempre – a gente vê essas alterações a partir do avanço tecnológico e no comportamento das pessoas. Portanto, esse trabalho precisa ser levado como estratégico dentro da empresa: ele faz diferença quando bem feito e não te deixa descolado do que está acontecendo no mercado.

Aqui vão algumas dicas:

Conhecendo o cliente

A base de um bom relacionamento (e bons resultados) está em conhecer o cliente. Agora, com redes sociais e internet, é possível conhecer o cliente por inteiro.

A rede de streaming Netflix tem um case bem famoso sobre isso. De posse de montanhas de dados sobre o que os clientes assistem, a empresa começou a criar conteúdos moldados ao gosto de cada um deles. A série Stranger Things só foi criada porque a companhia percebeu que muitos estavam interessados em entretenimento dos anos 1980.

Usando os dados a seu favor

Analisar dados de atividades desenvolvidas ao longo dos anos e identificar padrões te ajudam a perceber tendências futuras.

Por exemplo, de uma tendência de vendas que apresente constância anual com redução no terceiro trimestre, pode-se deduzir que as vendas continuarão a ser baixas no terceiro trimestre do próximo ano.

O analista de dados, então, deve usar essa informação para embasar a empresa no desenvolvimento de estratégias adicionais no período de baixa.

Mais informação, por favor

Na mão de cada consumidor, há um mundo de conhecimento. Com os smartphones, redes sociais e resenhas de produtos nos próprios sites de compra, os clientes passam a saber mais sobre o produto que querem comprar – às vezes, mais até do que os próprios vendedores.

É possível usar toda essa informação para envolver o cliente, construindo uma história para fornecer informações sobre seu produto.

O marketing da Nike é um bom exemplo disso. A companhia, que construiu sua história se conectando a grandes atletas, também está ajudando seus consumidores a contar sua própria história.

Com o aplicativo Nike+, a fabricante de calçados coleta dados sobre o rendimento dos seus consumidores, envia dicas de treinos e sugere os melhores tênis para cada atividade.

Para ficar de olho

Para você ter uma ideia, o ano já começa com algumas previsões importantes – não só astrológicas.

O Facebook separou os principais tópicos para 2018, que passam por categorias como cultura, beleza, tecnologia, comida. Já o Google fez um dossiê sobre a importância da diversidade e como isso deve estar relacionado aos negócios e marcas.E para quem está pensando em conteúdo, o WordPress listou algumas tendências de conteúdo digital para 2018.

Pegando o gancho da diversidade, a gente percebe que questões como equidade de gênero estão em voga e vão se manter. Ao ver os índices de feminicídio, por exemplo, fica claro porque ainda precisamos falar sobre isso. Algumas marcas viram uma oportunidade de usar a questão de forma positiva.

A Skol, por exemplo, olhou para o seu passado machista e redesenhou uma campanha com a ajuda de várias mulheres. O processo também aconteceu internamente, com políticas de igualdade em cargos e salários e criação de grupos de afinidades, como o comitê LGBT.

Ficando sempre à frente

Bom, agora que você viu que é melhor correr, se não a concorrência passa na frente, que tal conhecer um pouco mais do assunto com quem estuda tendências? A Nina Rosa, por exemplo, tem 10 anos de experiência na área e vai ministrar um curso de tendência na Aldeia.

Em um mercado cada vez mais globalizado, massificado e padronizado, conhecer as tendências permite buscar diferenciação e inovação. A demanda por serviços de pesquisa de preferências está crescendo, por possibilitar antecipar padrões e diferenciais. Além disso, com o curso você vai:

  • participar de uma imersão rápida e eficiente;
  • pensar em estratégias mais assertivas a partir das tendências;
  • ficar por dentro de como identificar, mapear e monitorá-las;
  • construir uma bagagem para se desenvolver no assunto e pensar no futuro do seu negócio.

Quer saber mais sobre tendências? Conheça o curso.

Como a Inteligência Artificial vai mudar a sua vida (desde já)

Falar de inteligência artificial está na moda, mas o que pouca gente sabe é que o tema existe (e é estudado) há muitos anos. O autor Júlio Verne, por exemplo, já imaginava e descrevia tecnologias que executavam funções inteligentes, até então restritas aos seres humanos.

Com a popularização de assuntos relacionados ao universo tecnológico, mais pessoas entendem esse ponto de vista. O que pode ser feito com a inteligência artificial, como ela vai mudar a sua vida e se os robôs vão (ou não) tomar os empregos dos humanos se tornaram discussões cada vez mais comuns.

Inteligência artificial no dia a dia.

Não restam dúvidas: a inteligência artificial afeta as pessoas. Mas nada de pensar em distopias ou ficção científica. O aprendizado de máquina surge para somar ao nosso cotidiano e pode até substituir os seres humanos no trabalho, mas não será algo ruim.

“Como os robôs têm inteligência suficiente para se responsabilizar por funções básicas e repetitivas, nós podemos aplicar todo o nosso conhecimento em assuntos mais importantes – ou, melhor ainda: transformadores”.

As aplicações dessa tecnologia no nosso dia a dia nos ajudam a potencializar a capacidade criativa ou de produção. Como os robôs têm inteligência suficiente para se responsabilizar por funções básicas e repetitivas, nós podemos aplicar todo o nosso conhecimento em assuntos mais importantes –  ou, melhor ainda: transformadores. Isso leva a uma mudança completa no modelo de trabalho a que estamos acostumados e aplicações que você nem sabia que existiam.

É por isso que as diferentes possibilidades da Inteligência Artificial começaram a fazer parte da rotina de muitos profissionais. Ezequiel Kwasnicki, que trabalha na IBM Brasil, enfatiza que essa tecnologia é um assunto de todos, prestes a ficar cada vez mais evidente em nossa rotina pessoal e profissional.

Os robôs precisam se adaptar.

Com a popularização da Inteligência Artificial, empresas e sistemas com scripts que não se adequam ao dia a dia das pessoas enfrentarão uma rejeição cada vez maior. O Google, por exemplo, tem algumas funcionalidades que ainda não se adaptam perfeitamente à necessidade do usuário. O Google Maps, por exemplo, pode não memorizar o destino da escola de natação dos seus filhos mesmo você indo lá toda semana. São problemas pequenos, mas devemos ter em mente que as pessoas querem agilidade e praticidade nas plataformas – ou seja, a máquina, software ou aplicativo precisa entender o nosso dia a dia, guardar informações e aprender a utilizá-las rapidamente em um próximo acesso.

Nova tendência: inteligência cognitiva.

Profissionais que trabalham com tecnologia estão saindo do antigo sistema de programação e evoluindo para plataformas de treinamento tecnológico. Isso permite criar sistemas cognitivos, que ajudam os usuários nas suas tarefas. Um exemplo claro dessa tendência é o Robô Laura, projeto do Jacson Fressatto, que é capaz de aprender e auxiliar médicos ou enfermeiros no diagnóstico da sepse.

Assim como Laura, diferentes máquinas partem de uma base de dados já estabelecida, mas conseguem compreender, analisar informações e aplicar o que absorvem, projetando cenários para pacientes, clientes e departamentos.

Bilhões de dólares no processamento de informações.

No início do século XX, a quantidade de informações e inteligência sobre um tema demorava 50 anos para evoluir, se adaptar e oferecer novas respostas. Hoje, o processo está em aceleração constante e recebe patrocínios de diversas fontes. Em 2014, a IBM anunciou um investimento de US$ 1 bi no Watson, o sistema cognitivo mais famoso do mundo. A tendência é que os patrocínios continuem aumentando, já que essas tecnologias podem nos levar a um nível de conhecimento muito profundo sobre vários assuntos. Mas ainda tem áreas de incentivo pouco atendidas quanto aos investimentos, no caso da batalha de robôs.

Sustentabilidade na tecnologia.

O desenvolvimento dessa área não está voltado apenas a projetos específicos. A inteligência artificial é capaz de embasar métodos para corporações e cidades, já que o acesso à informação cresce muito quando essa tecnologia está envolvida. Com mais informação, fica fácil trabalhar a sustentabilidade, criar projetos urbanos e empoderar o cidadão, ajudando empresas e governos a otimizar seus processos. Quando isso acontece, o conhecimento é direcionado à solução de problemas reais, e não aos lucros de uma empresa.

Esse é só o começo.

Por enquanto, 80% das informações compiladas no mundo ainda não podem ser entendidas por robôs –  mesmo assim, eles já são o expoente de grandes mudanças. Quanto mais conteúdo forem capazes de analisar, maior é a ajuda que essas plataformas oferecem para que propósitos transformadores massivos sejam colocados em prática.

O importante é unir forças e criar sistemas capazes de ajudar as pessoas – o resultado aparece em casos como o Robô Laura, que já conseguiu salvar uma das vítimas da sepse com a velocidade no diagnóstico. É nessa hora que podemos entender como a tecnologia está em constante mudança desde o princípio: não é mais sobre gadgets, mas sim sobre ferramentas facilitadoras. A inteligência artificial nos ajuda a reconfigurar a aprendizagem, qualificar diferentes áreas do conhecimento e criar algoritmos que, além de inovadores, mudam a nossa vida para melhor.

 

Sobre poder, (des)poder e como usá-lo sem ser um panaca

No dicionário, poder é o domínio exercido sobre algo. Para os místicos, poder é a influência das forças energéticas. Podemos falar sobre este tema sob diversas perspectivas. Mas e o poder dentro do universo do empreendedorismo, da realização? Aquele poder de ter em mente uma necessidade das pessoas e sintonizá-las com os propósitos de uma empresa?

Para começar, quem é que não gostaria de ter poder? Se pararmos para pensar, nossa vida é quase completamente norteada em busca de poder. Não acredita? No colégio, adolescentes fazem de tudo para ser parte do grupo e, ainda, ter poder; numa empresa, profissionais puxam o tapete dos colegas para conquistar o poder; no trânsito, quem tem o melhor e mais robusto carro pensa que tem poder. Exemplos não faltam.

Inevitavelmente, quando pensamos em poder, relacionamos com algo totalmente ruim e destrutivo. De fato, o mito sobre exercer o poder e essa relação negativa acontece em função dos seres tiranos, que abusam e subutilizam o poder. Felizmente, um movimento contrário vem ganhando força: o empoderamento.

Poder versus empoderamento?

“Quem tem poder acredita na capacidade de decidir sobre a vida do outro e, ainda, obriga ou impede”.

O poder aparece como um aspecto inerente a todas as relações, sejam elas econômicas, sociais ou pessoais. Ele ignora a coletividade e, normalmente, quando praticado em níveis distintos, apresenta conflitos de interesses. Para a antropóloga e pesquisadora mexicana Marcela Lagarde, quem tem poder acredita na capacidade de decidir sobre a vida do outro e, ainda, obriga ou impede. Ela também aponta que “quem exerce o poder se arroga o direito ao castigo e a postergar bens materiais e simbólicos. Dessa posição domina, julga, sentencia e perdoa. Ao fazê-lo, acumula e reproduz o poder”.

Na contramão, o empoderamento aparece como um conceito positivo quando se fala em poder. Ele é o mecanismo pelo qual pessoas e grupos minoritários retomam o controle da própria vida e passam a ter consciência das próprias habilidades para tomar decisões e compartilhar responsabilidades.

O (des)poder nas empresas

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Estamos vivendo uma forma antiquada de fazer negócios. As pessoas não são tratadas como deveriam e a típica política que impera na maioria das empresas é de centralização do poder e da prática do “goela abaixo”, como aquele exemplo clássico que diferencia o chefe do líder: manda quem pode e obedece quem tem juízo.

“Demora um tempo para as pessoas caírem na realidade de que a gente pode continuar eficiente, competitivo, arrojado, produtivo, mas com sentido no que faz. Fazendo porque quer e não porque alguém mandou”.

Pelo bem geral da nação, em contrapartida, existem pessoas que naturalmente ensinam outras pessoas a conquistar o poder. É o caso do líder mais admirado do Brasil pela revista Você S/A em 2014, Márcio Fernandes. Ele identificou na empresa em que trabalhava, como o (des)poder estava influenciando os maus resultados. “Você não precisa controlar tudo, mas precisa confiar em todos. É difícil? Sim. Porque no começo, você será traído porque as pessoas vivem uma competitividade acirrada. Demora um tempo para as pessoas caírem na realidade de que a gente pode continuar eficiente, competitivo, arrojado, produtivo, mas com sentido no que faz. Fazendo porque quer e não porque alguém mandou”.

E quando perdemos o nosso poder?

Sendo um empreendedor, quando você é o “dono” de uma empresa, em linhas gerais, é a pessoa que detém o poder lá dentro. Mas quando ela começa a crescer, naturalmente você passa a delegar atividades, decisões e, inclusive, seu poder. O primeiro sentimento é de que você está perdendo o controle e, de fato, se você não souber administrar a situação, a coisa pode ficar feia. E quando isso acontece?

Vou citar o exemplo de um empreendedor (pequeno, vocês nem devem conhecer) que, de repente, se viu sem o poder da própria empresa, mas que deu a volta por cima com classe: Steve Jobs. Dez anos depois de ter fundado a Apple com o amigo Steve Wozniak na garagem da casa dos seus pais, Jobs foi demitido da própria empresa por conta de disputas de poder. Enquanto esteve fora da Apple, comprou a Pixar, empresa de computação gráfica, e fundou a NeXT, desenvolvendo um sistema operacional que, mais tarde, foi comprado pela própria Apple. Seu sucesso fora da empresa foi tanto que, em 1997, Jobs voltou para o controle da empresa e a transformou num verdadeiro sucesso.

Como recuperá-lo?

Em alguma esfera da vida, nós temos poder. Em algum dos nossos círculos sociais, nós temos poder. Em algum momento da nossa carreira, nós temos o poder. Logo, se temos o poder, podemos também perdê-lo. E quando isso acontece? Não existe receita e, muito menos, mágica que possa surgir dessa leitura, mas trago boas reflexões para ajudá-lo a decidir sua ação. Além do exemplo de liderança de Márcio Fernandes e da história de Steve Jobs, tem outros dois conceitos interessantes para você acompanhar: um deles é o modelo conhecido como Círculo Dourado, de Simon Sinek, e o outro é o livro A Vaca Roxa, de Seth Rodin.

 

poder aldeia

 

No Círculo Dourado, Sinek mostra como as pessoas (e também as empresas, mas aqui não vem ao caso) sabem o que fazem e como fazem, mas apenas uma pequena parcela delas sabe o porquê. Justamente estas que alcançam o sucesso e detém o poder, pois estão conscientes daquilo que as move e são capazes de comunicar de forma diferente. São elas que estão no círculo dourado. Na prática, quando você realiza algo que não está alinhado com seu propósito de vida, facilmente perde o poder. Portanto:

Tenha o seu porquê bem definido.

No caso do livro A Vaca Roxa, trata-se de fazer (ser) diferente para, então, ser notado como “poderoso”. Seth conta que durante uma viagem pela Europa, ele ficou deslumbrado com a paisagem e as belas vacas pretas-e-brancas ornando com a paisagem do campo. Depois de algumas horas viajando, ele se deu conta de que mesmo lindas e perfeitas, elas eram todas iguais. Assim somos na vida! Por isso, o autor fala sobre a vaca roxa. Com certeza, ela se destacaria demais na paisagem e, melhor, nem precisaria de muito esforço para ser notada. Portanto:

Para recuperar o poder, seja notável.

Por fim, permita-se perder o poder. Não é tão ruim assim, aliás, este pode ser o gatilho para você conquistar novos poderes. Pense nisso!

Diário de uma empreendedora novata: o fim de um começo (parte 4/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Foi com muito entusiasmo que aceitei o convite da Aldeia para falar sobre o início da minha vida como empreendedora. Em 4 semanas, tentei mostrar para as pessoas que realizar é possível, que as coisas serão difíceis, mas não impossíveis e que ter uma boa rede de contatos faz toda a diferença. Veja só:

>> Diário de uma empreendedora novata: a vida pós demissão (parte 1/4)

>> Diário de uma empreendedora novata: 3 lições importantes (parte 2/4)

>> Diário de uma empreendedora novata: quando é a hora de desacelerar? (parte 3/4)

Hoje, escrevo aqui minha última semana. Fico feliz por ter recebido tantas mensagens de apoio e por ter respondido às dúvidas de quem também precisa de incentivo para mudar. Acredito que experiências são para isso mesmo: serem compartilhadas. Minha história não se resume a estas semanas e tenho certeza de que a sua pode começar agora. Boa leitura e boa sorte!

Ideias novas

Quando você trabalha pra você mesmo e faz aquilo que gosta, é fantástico ver como a sua dedicação aparece com facilidade e é inevitável que novas ideias brotem o tempo todo. Eu comecei meu negócio fazendo aquilo que tenho mais experiência e conhecimento: produzir conteúdo, gerenciar redes sociais e planejar investimentos online.

Isso não quer dizer que novos serviços não possam surgir. Aliás, quanto mais você se conhece e experimenta coisas, mais você deixa sua mente ativa pra novas ideias. Pra mim, a consultoria foi uma fagulha que surgiu lá no começo e que agora ganha uma nova perspectiva e um novo formato de serviço. Acho que consegui identificar uma falha no mercado, algo que poucos profissionais estão atendendo e isso me deixa extremamente motivada! Em breve, vocês vão saber o que vai ser (até porque eu também estou descobrindo isso).

Sempre que tiver uma nova ideia, não tenha medo de expor pras pessoas ao seu redor. Pergunte pra um amigo, um colega, não importa! Tente validar sua ideia com alguém e aceite os comentários e sugestões das pessoas. Depois você filtra isso e utiliza o que for melhor pra você.

Clientes: eles chegaram!

Finalmente minhas sementinhas estão se tornando lindas plantas, fortes e cheias de vida. No começo foi difícil conquistar novos clientes. Gastei bastante energia e esforço, parece que nunca ia fechar com ninguém. Se você se sente assim também, respire fundo e persista! Seja caloroso e compreensível com os clientes que você prospecta e lembre sempre de uma coisa: se você mandou uma proposta hoje, e ele nunca mais te respondeu, não quer dizer muita coisa. De repente, ele só não estava pronto pra assumir um compromisso sério com você agora. Espere com paciência o tempo dele e vá trabalhando em outros projetos, conhecendo novas pessoas e trocando contatos. Uma hora dessas ele bate na sua janela e você o recebe, sorrindo!

“Uma hora você está super animada e vai atrás de muita gente. Outra hora, você chuta pedrinhas na rua, cabisbaixo porque nada de bom acontece. Saiba que isso é totalmente normal”.

Essa coisa de se motivar a buscar novos clientes é realmente muito louco. Uma hora você está super animada e vai atrás de muita gente. Outra hora, você chuta pedrinhas na rua, cabisbaixo porque nada de bom acontece. Saiba que isso é totalmente normal. O importante é você não focar nos problemas e sim nas coisas boas que andam acontecendo com você. Essa é a forma mais rápida que eu conheço dos problemas se tornarem pequenos.

Aproveitando as conversas

Trabalhar sozinho é sempre um desafio. Se você não fizer, não tem quem faça por você! Parece que a rotina vira uma loucura e você não consegue parar pra olhar ao seu redor um minuto. Mas, faça isso! Sério. Saia um pouco, dê um tempo pra cabeça e se alguém puxar assunto com você, mesmo que não seja de trabalho, aceite e aproveite esse momento.

Essa semana eu estava com vários problemas pessoais que estavam me tirando o foco. Chegou uma hora que perdi um pouco a paciência, larguei meu notebook num canto e fui até a cozinha sentar. Uma coworker sentou comigo e começamos a conversar sobre a vida, família e nossos problemas. Percebi que não éramos tão diferentes assim e tínhamos muitas coisas em comum. Resultado? Desabafei, tirei aquele peso que atormentava minha cabeça e pude voltar pras minhas atividades com foco total!

Vale lembrar que somos seres humanos, nossas emoções e sentimentos vivem vindo à tona e pra lidar com eles, fale a respeito.

Organizando a rotina

Lado bom de trabalhar em agência: você tem apenas uma função e tem várias pessoas pra te ajudar. Lado ruim de ter sua empresa: você tem que fazer tudo! Atender clientes, se organizar, produzir, ir em reuniões, ir em eventos, estudar, produzir coisas para a sua empresa, fazer contratos, orçamentos, propostas, nota fiscal, receber, cobrar, prospectar novos clientes, e por aí vai. Tem horas que meu maior desejo é “por favor quero mais mãos pra fazer tudo ao mesmo tempo!”.

Aqui entram várias preocupações. Sempre penso que não vou dar conta de tudo e minha vida vai ser o caos. Mas aí eu lembro das minhas qualidades e percebo que uma das mais fortes é que sou muito organizada. E aí eu penso “Tá tudo bem, eu consigo fazer isso, eu sou maior que esse problema”. Faça uma listinha com as suas principais qualidades e carregue ela por aí. Pode ser no celular, num pedaço de papel, num guardanapo, tanto faz. Toda vez que você se sentir inseguro por alguma razão, leia essa lista. Garanto que você vai se sentir melhor!

Mas acredito também que temos que reconhecer nossas limitações. Sei que vai chegar uma hora que o volume de coisas pra fazer vai ser bem maior e vou ser obrigada a rever meus processos. Tudo tem seu tempo, quando chegar a hora eu saberei o que fazer.

Os meus começos

“Eu sou dona desse negócio e tudo depende de mim agora. O quanto antes eu entender isso, melhor”.

Tem uma parte que está sendo bem difícil. Descobrir como fazer, quando, porque e quantas pessoas consigo envolver nos meus processo é sempre um desafio e parece que ele sempre vai aparecer no meu caminho. Eu sou dona desse negócio e tudo depende de mim agora. O quanto antes eu entender isso, melhor.

Dei um passo atrás e tentei lembrar de todos os meus “começos”. Quando comecei em cada trabalho, empresa, cargo, eu tive um período de adaptação. Tive que aprender algumas coisas novas, estudar novos conteúdos, ganhar confiança, praticar, experimentar. Bom, agora que tenho minha empresa, isso não muda em nada! É só fazer o que eu já fiz inúmeras vezes 🙂

Solidão

Percebeu que falo muito em fazer as coisas sozinha? Vou falar com sinceridade como vem sendo trabalhar sem uma equipe junto comigo. Às vezes, me sinto bem sozinha, parece que não tenho ninguém pra trocar ideias, que vou falar comigo mesma pra sempre e que ninguém vai se importar com que ando fazendo. Se você anda pensando desse jeito, pare agora mesmo!

A maior verdade que descobri vivendo em um coworking é: você nunca está sozinho. A colaboração das pessoas é algo muito presente e quando você percebe, já está totalmente inserido nos grupos e sendo amado por todos. Essa semana ouvi uma coisa deliciosa de uma coworker. Estávamos em um grupo pequeno almoçando na cozinha, rindo e conversando sobre a vida. No final, ela disse “que almoço gostoso em família!”. Poxa, família! Nessa mesma semana ela estava chateada com algumas questões do trabalho dela. Eu sentei ao seu lado, ouvi seu desabafo sincero e doloroso, dei um abraço e um beijo e falei “você consegue fazer isso, você é demais!”.

A solidão passa longe em ambientes assim. A colaboração está pulsando em tudo que fazemos aqui. A gente ri, chora, briga, se apóia, contribui, vive experiências únicas, sofre, ama, tudo junto.

O fim de um começo

Foi incrível escrever sobre a minha experiência pra você. Ao longo do caminho, muitas pessoas vieram me contar que estavam se sentindo como eu, ou que já passaram pela mesma situação. Se você quiser compartilhar ideias, histórias e sonhos comigo, venha! Estarei esperando sua companhia. Obrigada de coração pela sua atenção e afeto até aqui e desejo que você encontre aquilo que tanto busca! Esse é só o começo da sua história, novo empreendedor. Muita coisa legal ainda está por vir! Deixo uma frase pra você de uma música que me marcou muito hoje: “O mesmo céu que chove é o mesmo céu que faz sol…Temos o mundo inteiro a descobrir”.

 


The End!

 

 

Diário de uma empreendedora novata: quando é a hora de desacelerar? (parte 3/4)

Oi! Eu sou a Alessandra. Em abril, A Aldeia me convidou para publicar meus relatos sobre como está sendo toda essa coisa nova de empreender: das pequenas dificuldades até as grandes conquistas. Quem está chegando agora pode ler a primeira parte aqui e a segunda parte aqui. Espero que vocês estejam curtindo minhas experiências, aprendendo e seguindo em frente sem medo. Então, vamos lá:

Sempre aprenda coisas novas

Final de semana intenso! Vim fazer um curso de planejamento em mídia digital aqui na Aldeia e passei dois dias mergulhada em planilhas, negociações, formatos de anúncio, veículos de mídia e termos como CPC, CPM, CPA e mais. Eu amo fazer esse tipo de curso, não consigo sossegar meu cérebro. Eu preciso estar alimentada de conhecimento o tempo todo e a parte que mais gosto é poder compartilhar isso depois com as pessoas ao meu redor. É delicioso!

Se você não tem muito esse hábito de estudar e se aperfeiçoar, tudo bem. Um hábito é criado com muita facilidade, mas é bem fácil mudá-lo pra outro hábito também, algo que nos faça evoluir mais e nos desenvolver enquanto profissionais, seres humanos e o que mais você quiser. Meu conselho é: procure na internet esses cursos rápidos, assim você não precisa de um compromisso frequente com isso e aprende algo bem rápido. Dê a você essa chance, isso vai fazer toda a diferença no trabalho que você entrega pro seu cliente e no final das contas todo mundo fica feliz.

Busque seu equilíbrio

A intensidade com que tenho trabalhado juntou com a carga de conhecimento que recebi do curso no final de semana, mais os compromissos que tive com meus amigos e agora o cansaço bateu fortemente. A gente esquece que temos uma parte muito importante pra cuidar, o nosso corpo. Sem ele, a gente não faz nada, né? Eu não me cuidei esses dias todos, trabalhei demais e fiquei muito tempo acordada e o resultado agora é que minha performance caiu muito por uns 3 dias seguidos e isso refletiu na minha motivação.

Parece que se tenho essa sensação que não produzi legal durante a semana, eu não trabalhei o que deveria e não fiz meu negócio crescer. Isso desmotiva pra caramba… tive consciência disso e fui buscar fontes de motivação, de descanso e de um pouco de paz também.

O que me ajudou foi criar uma rotina positiva:

  1. Dormir mais horas todos os dias;
  2. Alonguei meu corpo e me exercitei mais;
  3. Fiz exposição ao sol por uns 10 minutinhos;
  4. Busquei motivação interna e externa.

Outra dica que dou é, quando você acordar, pense em 3 coisas legais que vão acontecer no seu dia hoje (ou que você gostaria que acontecessem). Faça esse exercício e perceba o que acontece dentro de você.

Organize sua rotina

Reflexão: a gente pede tanto por liberdade nessa vida e quando ela aparece, a gente não sabe como lidar com ela.

Quando estava trabalhando na agência como CLT, precisava cumprir um horário determinado pela empresa. Agora que eu tenho minha empresa, posso criar a rotina que eu quiser! Isso não é maravilhoso? É sim, mas tem que saber se organizar. Ainda estou me adaptando a uma rotina nova e na qual eu tenho total poder. Tem dias que acordo 1 hora mais tarde e já sinto que perdi boa parte da minha manhã. Por isso, listo todas as coisas que preciso fazer nos próximos dias e depois distribuo as tarefas por dia da semana. Organizo tudo que precisa no dia anterior, assim me antecipo! Isso faz tudo fluir muito mais fácil.

É interessante também testar horários que você produz melhor, faça pausas, vá respirar em outro lugar, tome um chá quentinho e volte ao trabalho. Sente em lugares diferentes sempre que puder pra trocar a energia (o coworking facilita muito isso). O inesperado sempre acontece: numa troca de lugares, conversei com uma pessoa que não conhecia direito e adivinha? Fizemos conexão, trocamos orçamentos e conhecimento. É simples assim.

Volte pra casa sem seu trabalho

Quando a gente tem nosso próprio negócio, parece que é quase inevitável pensar nele o dia inteiro. Na hora que eu acordo, lá estou eu pensando no trabalho. Na hora do café, na academia, no almoço, no banho, antes de dormir… eu me esqueci de focar no meu lazer e mais uma vez esqueci de mim. Agora, estou voltando aos poucos a colocar no meu dia pequenas atividades prazerosas: pintar, desenhar, tocar violão, escutar música, dar uma volta no parque, ler um livro, meditar, alongar.

Pense nos pequenos momentos de prazer que você quer ter na sua semana e viva isso! Seu trabalho vai estar esperando por você do jeitinho que você deixou e está tudo bem pensar em você um pouco, ok? Ajuda muito nessas horas focar no momento presente, assim você deixa suas questões do trabalho de lado e baixa sua ansiedade. Um exercício que me ajudou muito foi repetir uma frase toda vez que eu me sentia acelerada:

“Onde estou? Aqui. Que horas são? Agora. O que é você? Este momento”.

O que não te pertence

“Eu não me preocupava em fechar logo orçamentos e ter mais clientes, senão morreria de fome. Muito pelo contrário, sempre pensei e tive a sensação que estava tudo bem, que meu ritmo estava ótimo assim e que eu estava fazendo meu trabalho do jeito que acreditava ser bom pra mim”.

Me tornar empreendedora tem sido uma experiência deliciosa de deixar fluir, de confiar na vida e de respeitar o tempo de tudo. Isso foi extremamente orgânico pra mim desde o dia 01. Eu não me preocupava em fechar logo orçamentos e ter mais clientes, senão morreria de fome. Muito pelo contrário, sempre pensei e tive a sensação que estava tudo bem, que meu ritmo estava ótimo assim e que eu estava fazendo meu trabalho do jeito que acreditava ser bom pra mim.

Passei dias mandando propostas de orçamento, e conhecendo pessoas que se interessavam pelo meu trabalho, isso ainda faz parte do meu dia a dia (e que bom que é assim!). Mas é engraçado como uma frase, uma pessoa, pode mudar essa energia completamente.

A pressão da família não demora pra aparecer: se prepare pra esse momento, ele vai chegar. Me perguntaram “Você está mandando tanta proposta, mas quando você vai fechar algum cliente?”. Sabe aquela energia gostosa de deixar fluir e confiar na vida que eu falei antes? Balde de água fria nela!

Aquilo me incomodou demais. Eu sabia que aquilo não era a maneira que eu pensava, mas mesmo assim aceitei o comentário de forma passiva. Me senti violada por fazer isso! E acredite, o retrabalho pra voltar a pensar como antes é grande. Todos os dias estou trabalhando isso dentro de mim e confirmando comigo mesma as coisas que eu acredito.

No meio dessa angústia toda, uma coworker me convidou pra tirar uma carta do baralho da deusa (vale a experiência). Antes de começar, mentalizei essa sensação e algumas outras que estavam me incomodando e pedi orientação. A resposta foi: entregue. Sim! É preciso se entregar, confiar em você e devolver aquilo que não te pertence, entregar de volta pro outro aquela crença que não estava me fazendo bem. Saiu o peso, estou mais leve, identifiquei o que estava me tirando o sono e agora não preciso mais disso.

Essa semana foi cheia de aprendizados. As coisas boas estavam lá, mas conseguir enxergá-las como eu estava enxergando antes foi mais difícil. Agora consigo retornar com a minha visão de antes, mas com a diferença que estou muito mais fortalecida.

E ah! Aquele possível cliente lá do começo da história, no primeiro post, agora é meu cliente de verdade! Que comecem os trabalhos!

 


Continua na próxima semana.