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O que marcas gay-friendly fazem e você deveria fazer também

Aproveitando que hoje é Dia do Orgulho Gay, resolvemos trazer uma reflexão bem importante para as marcas sobre a condução das suas estratégias: se posicionar como gay-friendly é uma realidade que já impacta diretamente no seu negócio.

Chega de esbarrar em questões como mau atendimento ou falta de conhecimento sobre suas reais necessidades. São, aproximadamente, 20 milhões de pessoas em todo o Brasil que ainda não têm seus anseios satisfeitos.

É bem sério: sua marca precisa aceitar que o mercado LGBT – para quem ainda não conhece a sigla: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – existe, e que é bem promissor. Chega de esbarrar em questões como mau atendimento ou falta de conhecimento sobre suas reais necessidades. São, aproximadamente, 20 milhões de pessoas em todo o Brasil que ainda não tem seus anseios satisfeitos, além de outros tantos que ainda nem se assumiram como consumidores deste mercado em resposta à nossa sociedade, ainda muito conservadora.

o que as marcas gay-friendly fazem

Não dá para entender como muita gente ainda fica chocada com a presença de casais homossexuais em filmes, novelas e comerciais, por exemplo. É como fingir que eles não existem! E pior: ignorar o fato de que eles são excelentes consumidores. Para a nossa alegria, muitos movimentos já estão acontecendo no sentido de promover a diversidade, e, aos poucos, as coisas estão melhorando. Marcas que já se assumiram como gay-friendly e celebridades são especialmente importantes nesse contexto. Já dá para observar uma maré bem favorável (ainda que haja grandes marcas que mantém o seu receio em se comunicar diretamente com a comunidade LGBT).

Um movimento que ganha força

Tem muitos formadores de opinião abraçando a causa LGBT e divulgando mensagens de apoio à diversidade. Para quem ainda não viu, o publicitário Nizan Guanaes, que lançou recentemente o artigo É preciso ser muito macho para ser gay nesse país, também escreveu a música “Eu Sou Filho do Arco-Íris”, produzida por Rick Bonadio e que teve a participação de grandes nomes da música brasileira, como Preta Gil, Fafá de Belém, Daniela Mercury, Sandy e Pabllo Vittar. Ela foi lançada no último dia 18 de junho, durante a Parada LGBT de São Paulo. Vale a pena assistir:

Infelizmente, aqui no Brasil, as marcas demoraram um pouco para entender a capacidade desse mercado. Triste para aquelas que ainda não enxergam um potencial financeiro estimado em R$ 418,9 bilhões, ou 10% do PIB nacional. Sorte para as marcas assumidas como gay-friendly, que, com um olhar audacioso, já estão investindo em campanhas que representam também a comunidade LGBT. Por exemplo, o comercial do Boticário para o Dia dos Namorados em 2015 (veja aqui) e o da Natura, também para o Dia dos Namorados desse ano (aqui). Por serem ousadas (e extremamente importantes para dar o pontapé), ambas tiveram muitos comentários de ódio e boicote espalhados pela internet. Mesmo assim, elas não se intimidaram e, inclusive, continuam apostando no potencial de consumo desse público, ainda que forma sutil. Mesmo que não seja o ideal, já é um grande avanço.

O público LGBT existe sim, e azar dos que insistem em ignorá-lo.

Mais exigentes, mas também muito fiéis

público gay fiel

Sinto muito! Empresas que não representam esse público em produtos e na comunicação para não desagradar os consumidores heterossexuais mal sabem quantos clientes extremamente fiéis estão perdendo. A qualquer momento, eles vão migrar para outras marcas mais engajadas socialmente.

Esse é um ótimo cenário para aquelas empresas que investem em atender exatamente o público que outras marcas ignoram. Note que não se trata apenas de se comunicar como gay-friendly a qualquer preço e tentar aproveitar um momento favorável. É importante ser consistente, acreditar nessa causa e abraçá-la. Fazer isso não significa afastar os clientes heterossexuais, mas sim agregar os que ainda se sentem distantes do propósito da marca.

Ser exclusivo também é bom, mas gay-friendly pode ser ainda melhor

gay friendly brands

Produtos e marcas exclusivas também devem ser vistas com bons olhos. Não é à toa que assistimos ao aparecimento (e crescimento) de marcas que atendem nichos específicos de mercado e que também se comunicam de forma bem direcionada com eles. Não tem problema algum e, inclusive, é bom que elas existem para atender os espaços deixados em branco pelas grandes marcas.

No entanto, o nosso objetivo com essa reflexão é que todas passem a entender a relevância do público LGBT para seus resultados (como pessoas “normais” e que consomem de tudo). Se não com produtos, com serviços respeitosos, sem constrangimentos (e esse é o ponto principal).

Aqui tem algumas dicas para entender um pouco mais sobre como pensar no branding da sua marca.

Nunca é tarde para se tornar Gay-Friendly

Se você ficou empolgado com a ideia de abraçar esta causa, a seguir estão algumas atitudes que marcas gay-friendly adotam para se tornarem especiais e (queridinhas):

1. Entendem que subgrupos têm anseios diferentes

subgrupos lgbt

O público LGBT tem demandas específicas e apresenta subgrupos, todos com grande potencial de consumo. Não é possível colocar todos no mesmo saco: assim como heterossexuais, os homossexuais não são iguais, fadados aos estereótipos engessados pela sociedade. Normalmente, vemos que homens gays são afeminados, e mulheres lésbicas são masculinizadas. Pessoas assim também existem, mas são apenas uma parcela dos consumidores.

2. Investem em mensagem e discurso coerentes

discurss gay-friendly

De nada adianta uma empresa investir em publicidade que inclui o público LGBT se, para o público interno, não existe apoio à diversidade nem políticas que exercitam o direito à igualdade. Com certeza, se a mensagem estiver desalinhada, terá um reflexo negativo no mercado externo.

3. Mais que vender, elas representam

representatividade lgbt

Esse é um público extremamente exigente, que presta atenção na apresentação dos produtos, mas com consumidores fiéis às marcas. Não fazem apenas uma compra: querem toda a experiência de consumo e demandam um atendimento personalizado e de qualidade. Neste caso, uma prática de pós-venda bem estruturada é fundamental.

Aproveite o Dia do Orgulho Gay e amplie essa discussão para dentro da sua empresa. Quem sabe seja uma excelente oportunidade para crescer!

 

 

Tecnologia criativa: por que incluir programadores na equipe de criação?

Tempos atrás, quando alguém pretendia começar um projeto digital, conferia a checklist: planejamento, mídia, design, marketing. Aí, alguém perguntava: “mas não é melhor chamar os caras da ‘programação’ para colaborar?” A resposta era sempre não. “Eles só colocam empecilho no projeto.” A visão do mercado para a tecnologia criativa é algo recente.

Quando falamos em agências de comunicação, que nos últimos anos se obrigaram a atender o digital, a coisa fica ainda mais grave. Em muitos casos, temos ali o “jovem da internet”, que geralmente é obrigado a colocar dez arquivos do Photoshop com diferentes dimensões dentro de um WordPress.

Pra amanhã. Afinal, a criação já entregou tudo pronto, como se fosse um anúncio de revista.

Viver fora do “clubinho criativo” sempre fez parte da realidade da galera de tecnologia. Posso falar isso com propriedade por trabalhar com tecnologia há 25 anos e muito próximo (e até dentro) de agências há pelo menos 15.

E assim foi durante um longo período. O preconceito criativo contra os times tecnológicos perduraram até pouco tempo, quando o termo “startup” passou a fazer parte do cotidiano de muita gente. Nas startups, tecnologia é tão importante quanto o ar que você respira.

Equipe de criação: reinvente-se nas startups

como as equipes de criação e gente criativa trabalha em startup

Profissionais acostumados com o modelo antigo de comunicação foram contratados por startups e tiveram que se reinventar. Acabaram descobrindo que suas reuniões de brainstorm envolveriam agora times de developers. E, para agravar, ao invés de 50 ou 60 pessoas havia 10 pra tocar um projeto inteiro e, dessas 10, 6 ou 7 eram de tecnologia.

Preciso dos programadores. E agora?

equipes de criação precisam de programadores e programadores precisam ser criativos

Vou ter que envolver dos caras do fundão. Devo ficar amigo deles?

Primeiro, livre-se do preconceito. Para programar, você precisa de muita criatividade, raciocínio, lógica e, principalmente, análise de hipóteses. Não acreditar que algum programador possa colaborar criativamente é um erro enorme e até um desconhecimento do trabalho desse cara.

Sei que, em muitos momentos, os times de tecnologia acabam criando barreiras. Programadores teimosos (livrai-me deles) querem fazer somente o que está dentro do seu conhecimento prévio. Qualquer coisa que saia de sua zona de conforto é rechaçada. O que falta para este time é, muitas vezes, ser incentivado e desafiado.

Envolva todo o time na criação de uma nova tecnologia

trabalho em equipe na tecnologia criativa

O gestor deste time precisa desafiar e incentivar para que ele cresça e busque novas soluções tecnológicas. Não há nada mais motivador que trabalhar com tecnologia de ponta ou criar a própria tecnologia, como hoje fazemos na Joox. Outro ponto é que muitos profissionais da área de tecnologia ficarão enfurecidos por não participarem do processo de concepção e podem boicotar o projeto, conduzindo, sempre que possível, para a zona de conforto. Toda atenção e perspicácia para perceber isso é necessária!

É, amigos, vida difícil. Portanto, é muito mais fácil convencer e engajar alguém quando este é coautor da ideia.

Envolver a galera desde a concepção também tem essa vantagem política.

O conhecimento do projeto e suas dificuldades incentivará todo mundo a pensar coletivamente e criará um sentimento de pertencimento mais uniforme. Chega daquele pensamento “já entreguei a minha parte”. Sucesso de um é sucesso de todos! Num modelo segregado, é normal o time de tecnologia se sentir desvalorizado e desprestigiado. Como vocês sabem, tecnologia acaba sendo sempre o último elo da corrente do projeto e invariavelmente é quem vira noites e sempre se entope de pizza para entregar na data, pois seu cronograma foi decapitado pelas outras fases. E isso chateia demais, principalmente quando os dedos do atraso são apontados para você.

Startup sem programadores e tecnologia criativa não é startup

o que é startup e por que tem que ter tecnologia

Se você é de uma startup, já sabe que qualquer concepção sem envolver tecnologia criativa é um verdadeiro tiro no pé. Isso já deve estar embutido no princípio básico do modelo de startup. Caso não esteja, repense qual o motivo de você não dar voz a um importante elo do processo. Você vai chegar a conclusões óbvias de que é muito mais barato e sensato botar os “tech guys” para pensar e torná-los coautores do que correr para apagar incêndios gerados por ineficiência tecnológica. Nesse post do nosso blog, listamos 6 coisas que fazem a diferença em uma startup. Dá uma olhada!

Nada sai do papel sem tecnologia

tudo envolve tecnologia. tecnologia é tendência.

Se você não é de uma startup, sabe que 90% dos negócios hoje dependem de alguma forma de tecnologia. Dê voz para o seu time de tecnologia criativa desde o momento zero. Seja em um projeto, uma ação promocional, uma campanha, um novo negócio. Se você não tem um time, consulte ou contrate alguém que possa dar esse direcionamento. Acredite: é uma das melhores formas de poupar dinheiro e fios de cabelo.

Aproveite a criatividade de cada um da equipe

união na equipe de tecnologia criativa é essencial

Una os times e aponte para um único objetivo. Faça com que todos tenham a sensação de posse do projeto e acabe com as barreiras. Não há espaço para vaidades criativas. Logicamente, cada um tem seu peso maior dentro de sua área específica, mas ouvir todas as partes é fundamental!

Let’s work and create together!

O que são Market Networks e como elas vão mudar o comportamento do consumidor

Pense em como você se comporta na internet. Seja no celular, tablet ou computador, sua atenção viaja entre aplicativos, sites e tarefas diferentes – às vezes, falando até sobre o mesmo assunto. Você pode compartilhar o que pensa, começar um debate e entrar em contato com seus amigos com as redes sociais e, ainda, efetuar transações e fechar negócios com plataformas que colocam você em contato direto com o vendedor – como o eBay, o AliExpress e o Etsy.

Mas tem um formato que está ganhando cada vez mais destaque na web e logo vai fazer parte do seu cotidiano (se ainda não estiver no seu celular ou no seu navegador): as Market Networks.

O que são Market Networks?

São redes que conseguem unir o melhor das redes sociais e das plataformas de compra para garantir uma experiência completa ao usuário. Você pode interagir com outros compradores, vendedores e compartilhar o que pensa sobre um produto ou serviço.

Pense nos grupos do Facebook ou do LinkedIn. O sistema de troca de ideias e mensagens é similar às redes sociais, mas as discussões acontecem na própria plataforma de compra.

Market Networks são a união de marketplace, workflow e network

O legal dessas redes é que a compra não termina no momento em que você abre a página “Transação Efetuada”. Usando, geralmente, o modelo Saas (software as a service, em que você paga pelo serviço e não pelo produto utilizando a computação em nuvem – ou seja, é um serviço online que funciona como um programa, mas sem ter que baixar nada), os servidores têm um atendimento individualizado, construindo relacionamentos com o consumidor e, até, criando clientes fiéis e propagadores da marca.

Nas Market Networks você se conecta não só com amigos e contatos pessoais, mas faz contatos profissionais, oportunidades de negócio e experiências de compra.

Startup Angellist e evento Honeybook

Nesse formato, o poder do consumidor é muito maior.

Na maioria dos serviços de compra e venda, o processo acontece entre a equipe da empresa e o cliente por um período, ou seja, até que a compra seja finalizada. Claro que, hoje em dia, o pós-venda é fundamental e muitas empresas trabalham de maneiras legais com ele, seja por e-mail marketing, brindes ou descontos para quem compra na loja. A diferença nas Market Networks é que o cliente ajuda o projeto a crescer e se vender, com comentários, avaliações, dicas e participação efetiva antes, durante e depois. Isso leva a outro ponto importante dessas redes:

Referência é a alma do negócio.

Como tudo funciona de maneira colaborativa, um vendedor ou investidor só vai ter uma boa negociação se outras pessoas já confiam em seu trabalho e recomendam aquilo que ele faz. O Mercado Livre é um bom exemplo nacional: você provavelmente só vai concluir a compra se as avaliações sobre eficácia da entrega, reputação, qualidade dos produtos e outras características forem acima da média e bastante positivas.  
Cada rede funciona de formas diferentes, com públicos diferentes. Mas estamos começando a nos voltar para aquilo que funciona de forma integrada, colaborativa e construído por experiências. Segundo esse post do site TechCrunch, as redes sociais foram a febre dos últimos 10 anos e as Market Networks serão o grande triunfo dos próximos dez. E você, o que acha desse formato de interação social e econômica?

 

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Wikihouses da Aldeia: um projeto colaborativo de construção dos nossos estúdios privativos

Estamos, mais do que nunca, voltados ao equilíbrio profissional e pessoal, mudando hábitos e pensando na economia colaborativa, espaços voltados ao bem-estar e projetos sustentáveis. As WikiHouses são um exemplo dessa transformação da maneira de trabalhar e viver – e é por isso que já começamos a construir algumas aqui na Aldeia.

 

Essas casinhas fazem parte um sistema de construção open source, que conta com a colaboração de de arquitetos e designers para torná-lo simples e disponível para quem quiser criar, imprimir e montar construções que, além de bonitas, gastam pouca energia e podem ser personalizadas de acordo com as necessidades de quem vai ocupar o espaço.

Por aqui, o arquiteto Juliano Monteiro modificou o projeto para que cada casinha pudesse funcionar como um estúdio privativo do nosso espaço de coworking. Essas vão ser as primeiras Wikihouses de Curitiba e a construção contou com o apoio e o MDF cedido pela Arauco. Dá só uma olhada no processo de montagem:

 

 

 

 

 

 

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Planejamento Urbano para criar cidades integradas às pessoas

O Make it Big, que acontece na Aldeia Coworking, em Curitiba, contou, na última terça-feira (10), com o painel “Make a City: Planejamento urbano e arquiteturas das cidades criativas do futuro”. Estiveram presentes profissionais renomados da área de urbanismo, arquitetura, colaboração, criação e conteúdo.

Maior união entre sociedade e governo

O primeiro a se apresentar foi Vinícius Russo, CEO do Núcleo Digital, startup que tem como objetivo principal conectar os governos com a sociedade por meio de participação e transparência via meios digitais. A empresa teve origem quando o desenvolvedor ainda trabalhava junto ao governo da cidade de São Paulo. Ele iniciou o painel comentando o que chama de “crise de representatividade” no sistema político brasileiro, que se soma ao crescente engajamento da população nessa esfera, principalmente nas redes sociais.

Russo comenta a presença da lei de Moore no contexto da atuação política, fazendo uma comparação em que os governos não se desenvolvem tão rapidamente quanto a sociedade; com isso, ele resolveu atuar no ramo da tecnologia civil, desenvolvendo iniciativas de participação pública nas gestões governamentais. “Na prática, é atualizar o governo para o século XXI”, resume.
O uso e criação de softwares livre é algo fundamental para o empresário, que diz que essa escolha é positiva em termos de economia, independência, eficiência e segurança dos projetos. “Aos poucos, a gente desenvolveu esses pilares de trabalho: transparência, conhecimento livre e cultura de rede, gerando essa visão de futuro que propõe uma atualização da relação sociedade-estado”.

O desenvolvedor expõe, ainda, que os aplicativos criados para a Prefeitura de São Paulo estão disponíveis na plataforma GitHub, compartilhando seus códigos para colaboração e participação da população nos projetos. Algumas iniciativas com o viés de maior participação pública criadas por Russo foram Eu Voto Distrital, Gabinete Digital, Monitor de Metas, Café Hacker, Mudando o Brasil, Plataforma Brasil, Aliança pela Água, Gastos Abertos e Login Cidadão.

Aproximar para informar

O publicitário Marcel Bely, ex-moderador dos perfis da Prefeitura de Curitiba nas redes sociais, apresentou um breve painel sobre estratégia de conteúdo. Comentando a experiência na área governamental, ele contou que o objetivo principal era criar mais vínculo com os munícipes em um ambiente mais aberto e, consequentemente, mais próximo à realidade deles.

Segundo Bely, o que levou a esse investimento na utilização de redes sociais pelo governo municipal foi uma análise do resultado acirrado das eleições, quando, por apenas 4 mil votos, Gustavo Fruet ficou à frente de Luciano Ducci no primeiro turno. Essa análise, então, mostrou que a mobilização nas redes sociais foi fundamental para estabelecer a pequena diferença de votos, principalmente por Fruet ter grande atividade em seus perfis pessoais.

Ele diz que a primeira decisão tomada foi a de que a linguagem utilizada nas redes seria informal, de forma que o órgão não fosse chato e fizesse com que o público prestasse mais atenção na vida política da cidade. “O nosso principal objetivo era aproximar vocês do órgão público”, relata.

Sobre o site oficial da Prefeitura, o estrategista reforça que ele foi feito para ser institucional e, como tal, deve ter tom sério. Porém, nos canais de relacionamento, comenta que é fundamental uma linguagem de relacionamento e aproximação, justificando as estratégias humorísticas e de referências informais. Fazendo uma pesquisa com perfis de órgãos nacionais e internacionais, ele conta: “A gente viu que, dentro de um canal de relacionamento, a gente tem que se relacionar da mesma forma que vocês se relacionam dentro desse ambiente”.

O sucesso do método foi tão grande que pessoas de outras cidades começaram a se interessar pela página e até visitar a cidade devido ao diálogo estabelecido. Bely diz que isso foi consequência de que, pela primeira vez, um veículo oficial queria conversar com a população. “Hoje em dia a página virou um monstro”, enfatiza, sobre o perfil estar entre os dez maiores perfis de órgão público do mundo.

A principal característica da página, segundo o publicitário, é a transparência. Ele diz que, mesmo quando há reclamações, eles sempre tentam responder de forma verdadeira e direcionar o cidadão a soluções a seu alcance. Essa transparência criou um laço forte entre os seguidores e a prefeitura, que ganhou o apelido de “Prefs” do próprio público. “Pela primeira vez, uma prefeitura não teve medo de se abrir”

A humanização verdadeira da cidade

Outro participante do painel foi o arquiteto e urbanista André Luiz Braga Turbay, docente da PUCPR, que palestrou sobre as possibilidades de uma cidade de futuro, principalmente Curitiba. Ele explicou que o objetivo para a cidade num futuro, não muito distante, é de que ela seja mais humana, por meio de mais mobilidade urbana, com o trânsito abrigando pacificamente automóveis, ciclistas e pedestres.

O professor lembra que, na década de 1960, Curitiba tinha um plano diretor ícone no Brasil. Esse plano resultou na implementação das canaletas de ônibus biarticulados, que foi uma solução que combinava o transporte de massa e com os grandes prédios situados nos eixos de concentração urbana da cidade. Turbay também cita a Cidade Industrial de Curitiba, que trouxe a ideia de concentração de infraestrutura. Assim a cidade tem eixos de aglomeração de população definidos e linhas de ligação entre esses eixos, formando uma espécie de malha.

O arquiteto, diante disso, reforça que a malha foi criada de forma inovadora, mas ressalva que há problemas que precisam de atenção, como no caso da CIC, em que as indústrias não preencheram todo o eixo estrutural e novos conjuntos habitacionais surgiram. Com isso, ele incentiva a aproximação das pessoas na vizinhança, pedindo a formação de comunidades para resolver os problemas públicos daquele núcleo e ressalta a importância dos processos de participação pública. “Se nós temos uma formação de comunidade e nós debatemos, na nossa vizinhança, nossos problemas em comum, talvez alguns problemas a gente consiga resolver”.

Falando sobre o reconhecimento que a capital tem de ser sustentável, o urbanista faz uma crítica, convidando o público a uma reflexão: “Que cidade sustentável é essa? Nós, curitibanos, reconhecemos uma cidade sustentável em Curitiba?”. Ele diz que é preciso parar de viver da fama do rótulo e propõe que sejam feitos projetos mais humanos, tendo um planejamento do futuro baseado no Plano Diretor idealizado pelo IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) de humanizar as vizinhanças, para estabelecer, de fato, uma cidade sustentável.

O docente conclui citando temas que poderiam ter maior atenção, não só da gestão pública, como da população, como, por exemplo, a descanalização de rios e bacias d’água e um planejamento regional de mobilidade com a região metropolitana. Isso tudo para, segundo ele, termos “uma cidade que faça por onde merecer esses prêmios”.

Menos carros, mais qualidade de vida

O último colaborador do painel na noite foi Goura Nataraji, assessor da Coordenação de Mobilidade Urbana da Secretaria Municipal de Trânsito, cicloativista e mestre em filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Envolvido com o projeto da Área Calma, implantando pela prefeitura recentemente, Goura perguntou qual a opinião do público sobre o projeto. Demonstrando felicidade ao saber que todos são a favor, ele explica que um dos motivos para a implantação do projeto foi o grande número de mortes no trânsito no país, índice que perde apenas para as mortes por armas de fogo.

O cicloativista utiliza o texto de Guy-Ernest Debord “Posições situacionistas a respeito do trânsito” para expor ideias sobre a mobilidade e o espaço urbano. Ele critica o alto número de vagas para carro nas ruas e o conceito de urbanismo unitário criado por certos urbanistas, e defende a arquitetura pensando primeiramente no coletivo, e não no individual. “O tempo gasto nos transportes, bem como observou Le Corbusier, é um sobretrabalho que reduz a jornada da vida chamada livre”, diz, citando Debord.

Goura expõe como nossa arquitetura tem sido planejada em função da utilização dos carros, e comenta que, muitas vezes, a melhoria das ruas e vias tem como consequência ônus para os espaços utilizados por pedestres e ciclistas. “Temos um aumento da velocidade em detrimento da qualidade de vida urbana”, afirma.

Voltando a falar da Área Calma, o assessor contextualiza o projeto dando os exemplos de Nova York, Londres e Paris, que também implantaram medidas de redução da velocidade de tráfego, priorizando a população não motorizada. Citando novamente Debord, ele diz: “Não se trata de combater o automóvel como um mal. Sua exagerada concentração nas cidades é que leva à negação de sua função. É claro que o urbanismo não deve ignorar o automóvel, mas menos ainda aceitá-lo como tema central. Deve trabalhar para o seu enfraquecimento”.

Mencionando Curitiba como a capital mais motorizada do país, Goura explica que uma velocidade média melhor cria mais fluidez. Ele termina mostrando o depoimento de um morador de Curitiba que reclama por não ter onde estacionar de graça, dizendo que se lembrará disso quando votar, e expõe tristeza ao saber que esse personagem irá pensar individualmente e não como cidadão nas eleições.

Saiba mais sobre o Make it Big aqui.

Lívia Mattos é estudante de jornalismo da PUCPR e está participando da cobertura oficial do evento.

Nova sede da Aldeia abre espaço para universo maker

Em um ambiente cheirando a tinta fresca e com ideias igualmente novas, começou, no último sábado (7), o Make It Big.

O evento, cuja fase de palestras e workshops segue até 14 de novembro, marcou a inauguração da nova sede da Aldeia Coworking. Em pleno sábado à noite, cerca de 100 pessoas assistiram a 10 profissionais que definiram o que significa ser maker: consumidor que subverte o papel tradicional da relação de consumo a partir da ideia de que pessoas comuns podem construir, consertar, modificar e fabricar, de maneira independente e colaborativa, diversos tipos de objetos e utensílios.

5 minutos de inspiração

O time aceitou o desafio de introduzir ao público a atmosfera maker usando a dinâmica metodologia ignite, que restringe a apresentação a 20 slides de 15 segundos, o que totaliza 5 minutos de fala para cada palestrante. Em tradução livre para o português, ignite significa iflamar, incendiar, acender – e foi exatamente isso que os inovadores da noite provocaram no público. O evento teve sabor de negócios, inovação, tecnologia, design e aquitetura, tudo voltado ao empoderamento do consumidor.

Ninguém parte do zero

Desafiado a falar sobre suas paixões no Make it Big, Gregory Carniel, que é formado em publicidade, explicou que, nesse momento, o consumidor se mistura ao produtor. E faz isso de maneira democrática, já que o conteúdo da propriedade intelectual passa a ser aberto, no que é chamado de open source e permite a evolução colaborativa de uma ideia ou projeto.Assim, ninguém mais parte do zero nem repete conquistas já alcançadas: o olhar está sempre voltado para o aperfeiçoamento.

Internet das coisas

A esperada fase em que poderemos controlar o movimento da cortina de casa a partir de um comando no celular, símbolo da chamada Internet das Coisas, foi o tema da apresentação de Cristian Pedroso, diretor e fundador da empresa Hero99. Ele explicou que esse tipo de tecnologia, que está apenas começando a fazer parte da nossa vida, só vai se concretizar com a união dos makers, caminho para a criação coletiva.

Produzindo jogos em 48 horas

Bruno Campagnolo, professor da PUCPR, provou que a cultura maker se aplica também ao mundo dos jogos: contando como funciona o Global Game Jam, ele mostrou que é sim possível inspirar jovens criativos e inovadores a desenvolver suas ideias de games em maratonas de 48 horas em que você não apenas executa suas ideias como também aprende muito com os outros participantes.

O malabares das profissões

Uma surpreendente performance de malabares com bolas de tênis foi a metáfora escolhida por Rafael Santos Ferraz para ilustrar a convergência de conhecimentos e profissões que permeia o movimento maker. Engenheiro que já planejou ser arquiteto e desenvolveu variadas habilidades artísticas, ele mesmo representa a necessidade de promover áreas de encontro entre diferentes disciplinas: somente a livre circulação de saber possibilita a exploração de toda a capacidade produtiva de um maker.

Confira a lista completa dos palestrantes que passaram por aqui hoje:

– Cristian Pedroso: Internet of Things e o futuro
– Gregory Carniel: Revolução maker
– Juliano Monteiro: Fab11: o que nos espera
– Kleber Bastos Gomes Junior: Hacktivismo – Code For Curitiba
– Bruno Campagnolo, professor da PUCPR: Global Game Jam
– Ernesto Bueno: Arquitetura Paramétrica
– William Souza: Garagem Hacker
– Paulo Henrique de Lima Santana: Software Livre
– Rafael Santos Ferraz: Processing (Sincronicidade)
– Maycon Aram: Aram – óculos de madeira

Confira as fotos aqui.

Saiba mais sobre o evento e inscreva-se para participar das demais atividades aqui.

Cecília Tümler, autora deste post, é estudante de jornalismo da PUCPR e está participando da cobertura oficial do evento.