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[Santo de Casa] Ricardo Dória e a Aldeia Coworking

Novembro é o mês de aniversário da Aldeia, então nada mais justo que o Santo de Casa do mês ser a pessoas que idealizou e realizou tudo isso.

O Ricardo é publicitário por formação e, quando trabalhava em agência de propaganda, era diretor de arte. Foi justamente ao observar a dinâmica da agência que ele percebeu que havia profissionais que não trabalhavam sempre no mesmo lugar e que não precisavam estar num escritório o tempo todo.

Dessa observação nasceu a ideia de uma cooperativa de freelas, uma rede em que vários profissionais de várias áreas se uniriam para potencializar seu trabalho e fugir do isolamento. O próximo passo foi começar a pesquisar e estudar para viabilizar o projeto, e, no meio disso tudo, o nosso desbravador descobriu o conceito de coworking, já bastante difundido em alguns países, como os Estados Unidos.

Àquela altura existiam aqui no Brasil poucos espaços de coworking, nenhum deles na Região Sul. Foi então que nasceu o Coworking Curitiba, embrião do que viria a ser a Aldeia alguns meses mais tarde.

Em 17 de novembro de 2010, a Aldeia foi inicialmente inaugurada e, durante esses três anos, muita coisa mudou e ficou mais legal por aqui. Nesse triênio de existência, já recebemos aqui mais de 100 coworkers cheios de vontade de realizar coisas legais e promovemos 198 cursos e palestras que reuniram 3026 pessoas interessadas em aprender coisas novas e conhecer gente legal.

Além de coordenar a Aldeia, ele também é sócio d’A Grande Escola, dá palestras por aí e nesse ano conseguiu o título de Mestre em Comportamento do Consumidor e Estratégias de Marketing pela UFPR.

A ideia do Ricardo deu certo e cresceu, ajudando várias outras ideias a darem certo e crescerem também ao longo desses três anos. O que vai acontecer nos próximos? Ele já adianta: “Um monte de coisa bacana, porque lugar de ideia é na rua!”.

André Caliman e o Revolta!

O Santo de Casa desse mês é mais uma daquelas pessoas com projetos legais que vêm parar na Aldeia. O André Caliman, coworker desde julho, é quadrinista, faz ilustrações e caricaturas, dá aula de quadrinhos na Gibiteca e atualmente dedica boa parte do seu tempo à HQ Revolta!, que esteve recebendo contribuições no Catarse, chegou a ultrapassar a meta em mais de R$1500,00, e, ainda neste ano vai ser publicada em forma de livro.

Postada mensalmente desde outubro neste blog, a série começou de maneira despretensiosa, quando o André decidiu que queria fazer um trabalho autoral que se passasse em Curitiba. A história, que retrata locais da cidade o Palácio Iguaçu e o bar Chinasky, é uma espécie da manifesto contra a apatia diante dos absurdos que acontecem na política e começa quando um “mascarado metido a super-herói” assassina o governador.

Nos capítulos seguintes, os amigos do dito herói encontram uma lista negra de políticos corruptos para serem “cuidados” e assumem a missão. A trama ganhou novos contornos e um gás a mais no meio do ano, quando as manifestações tomaram conta do Brasil e de Curitiba. “A HQ continua sendo ficção, mas agora também trata dessa revolta real.” comenta.

A repercussão do trabalho até agora foi bastante positiva. Segundo ele “recebo muitos comentários no blog. O pessoal entra, lê e comenta cada capítulo. E desde o começo eu imprimo páginas e colo na rua como lambe-lambe, então o pessoal vê bastante.”

capa do quadrinho "revolta" escrito por André Caliman

Quando fala da importância de um trabalho autoral como o Revolta!, André, que trabalha com quadrinhos há sete anos, conta que, diferente dos Estados Unidos, onde há um consumo intenso de HQs periódicas, o mercado Brasileiro tende a ser mais receptivo a trabalhos autorais, e são produzidos também quadrinhos institucionais, os quais ele também produz.

Curtiu o André? Acompanhe o trabalho dele no site andrecaliman.com.

Norbert Weiher, o alemão da Aldeia

Uma das coisas legais do coworking é que espaços assim reúnem gente de várias profissões e de vários lugares. Aqui na Aldeia, conhecemos nesse ano o Norbert, que utiliza o nosso espaço para ministrar cursos. Ele é profissional da indústria audiovisual e trabalha bastante na parte de sonorização, gravando com bandas e fazendo produção para TV e filmes, além de lidar também com edição de imagens.

Além de (literalmente) fazer barulho, ele ensina a fazer barulho. Aqui na Aldeia, ele trabalha para a ProClass Cursos e Treinamentos, empresa do Rio de Janeiro que oferece aulas de áudio e vídeo. Desde que se mudou para o Brasil mora na capital paranaense e quis trazer os cursos da empresa para cá. Assim começou a busca por um espaço legal que comportasse as aulas e atendesse às necessidades dele, foi quando uma amiga – que fez um curso aqui com a gente – acabou indicando a Aldeia.

Apesar de trabalhar com áudio e vídeo e gostar muito, não eram esses os planos do nosso gringo. Nascido na Alemanha, ele se formou doutor em Química e resolveu fazer pós-doutorado. A primeira fase foi na Suíça, de onde seguiu para a Inglaterra. Lá, trabalhava ao lado de uma escola de engenharia de som (lá não é “técnico de som”, e sim engenheiro), foi quando amor pela música naturalmente o levou a fazer um curso no tempo livre de que dispunha.

Se formou num curso de 18 meses de engenharia de som e não saiu da escola tão cedo. Como gostaram dele e da sua experiência para lecionar e montar cursos, o Norbert acabou ficando por lá mesmo, dando aulas, e conseguiu certificação da Apple e da Avid.

Na Suíça, trabalhou e fez amizade com uma brasileira, que o convidou para vir conhecer o Brasil. Durante a viagem, conheceu a irmã da amiga e não teve jeito: se casou, mudou-se para o Brasil e aprendeu português – que aliás, fala muito bem.

Além das aulas que dá aqui na Aldeia, o Nobert faz freelas num estúdio que tem em casa: gravações com bandas e tudo mais de legal que aparecer de audiovisual para fazer, como produção musical, sonorização de filmes e TV. Ah, e ele toca guitarra e baixo, faz programação eletrônica e tem uma banda.

Nobert Weiher trabalhando em um programa audiovisual com mais dois colegas de equipe.